Poeta, tradutora e mestranda em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas, Bruna Berber está entre os convidados do primeiro módulo do 13º Viagem Literária, “Poesia: Oficinas e Bate-papos com Escritores”. Entre 9 e 27 de novembro, a autora e outros 14 poetas percorrerão 61 bibliotecas de 60 cidades, incluindo a capital paulista, ministrando oficinas e em conversas com o público. Confira o roteiro da escritora ao fim do texto.
Promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB), o Viagem Literária é realizado pela Organização Social SP Leituras. O programa foi finalista do 62º Prêmio Jabuti, na categoria Fomento à Leitura, dentro do eixo Inovação.
Bruna é autora dos livros “A fila sem fim dos demônios descontentes”, “Balés, Rapapés & Apupos”, “Rua da Padaria”, “Ladainha”, e o infantil “Zebrosinha”. Seus poemas foram publicados em antologias na Argentina, Espanha, Estados Unidos, México e Portugal.
Participa também de eventos literários no Brasil e exterior, entre eles a Festa Literária Internacional de Paraty e a Göteborg Book (Suécia). Aliado à literatura, realiza trabalhos em artes visuais. Em 2016, fez sua primeira exposição individual, “Brinquedos Espalhados”. https://brunabeber.com.br/
A seguir, ela antecipa, em duas perguntas, um pouco de sua visão sobre a poesia:
Qual a importância da poesia na literatura contemporânea?
A poesia é o espaço da voz, do pensamento e do sonho no mundo há alguns séculos; ao longo das eras e a despeito de todas as invenções, sempre se escreveu, se falou e se transmitiu poesia, seja por meio do poema escrito ou da oralidade. Ou seja, sempre se leu e se ouviu poesia. O João Cabral de Melo Neto diz num poema de 1938 que “(…) a poesia circula livremente entre os bloqueios (…) e às vezes eu acho que a poesia é a única coisa que nos resta, mas pensando bem talvez ela seja uma das coisas que nos resta e que sempre nos restará, porque a poesia é uma maneira de se estabelecer relações com o mundo, uma relação profunda, vasta e duradoura.
Quais são os poemas que a gente deve ler para se iniciar nessa forma literária?
Os poemas estão no mundo a espera de serem lidos, ouvidos e amados. Eles não têm pressa alguma, pois a sorte é de quem com eles se encontrar. De cabeça, eu cito “A morte do leiteiro”, do Drummond, e tantos outros do livro “Rosa do Povo”. Acho que Drummond é a porta principal. E já que falei dele acima, o poema “Guerra”, de João Cabral de Melo Neto. Um poema sem título, do primeiro livro de Hilda Hilst, que começa assim “Olhamos eternamente para as estrelas como mendigos que eternamente olham para as mãos (…). Todo poema do Manoel de Barros também é uma porta principal para a poesia, é até difícil citar um só, gosto muito do livro “Gramática Expositiva do Chão”.
Além de Bruna Berber, fazem parte do primeiro módulo do 13º Viagem Literária os escritores Allan da Rosa, Chacal, Daniel Minchoni, Dinha, Eliane Marques, Jonas Samaúma, Lubi Prates, Patrícia Meira, Pedro Marques, Renato Negrão, Rodrigo Ciríaco, Ronald Augusto, Ryane Leão e Wilberth Salgueiro.
O segundo módulo, “Contação de Histórias: Contos Populares”, que acontece de 1º a 19 de março de 2021, percorrerá circuito semelhante.
Desde que o Viagem Literária começou, em 2008, foram percorridos 218 municípios paulistas, com 207 convidados, atingindo a um total de mais de 340 mil pessoas. Foram bate-papos, oficinas, rodas de contação de histórias e outros eventos que fizeram conhecimento circular no Estado de São Paulo.
Confira o roteiro de Bruna Berber:
Oficinas às 14h30 | Bate-papos às 19h
23/11 – Pereira Barreto – Biblioteca Castro Alves
24/11 – Ilha Solteira – Biblioteca Assis Chateaubriand
25/11 – Santa Fé do Sul – Biblioteca Francisco Santana Carneiro Filho
26/11 – Fernandópolis – Biblioteca Profa. Cleusa Maria Papani de Queiroz
A programação completa, com os artistas e grupos de artistas que fazem parte da etapa estão no site do programa: www.viagemliteraria.org.br.