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Culinária e produção artesanal de cachaça são destaque no festival

Além do artesanato e das apresentações artísticas, os visitantes que passarem pelo Revelando São Paulo terão a oportunidade de conhecer os sabores da gastronomia paulista

Serão 80 espaços culinários e 12 Ranchos Tropeiros com receitas da cozinha regional de mais de 50 cidades do interior e litoral paulista e as melhores versões da cachaça artesanal local.

CULINÁRIA

Cerca de 200 receitas tradicionais serão produzidas diariamente em fogões a lenha durante todo o festival. Confira detalhes sobre os quitutes:

Buraco Quente: Com uma tradição cinquentenária, o buraco do quente, de Pariquera-Açu, é um pão sem miolo preenchido com carnes de boi e de porco temperadas e fritas na chapa. O tradicional sanduíche foi criado no bar do senhor Benedito, mais conhecido por Bar do B, e preserva a cultura local caiçara.

Paçoca de carne: Pilão, farinha de milho e mistura de carnes. Estes são os ingredientes base para que a deliciosa paçoca de carne, do município de Pilar do Sul seja criada. É considerada uma das iguarias tradicionais do universo tropeiro. A mesma cidade traz também ao Revelando São Paulo iguarias do milho verde como suco, bolo, sopa e bolinho feito com o bagaço.

Carne na lata: O prato tradicional de Redenção da Serra é conservado como os tropeiros e caipiras de antigamente. Com a carne armazenada junto à banha do porco, é prolongada a durabilidade do alimento, que ganha um sabor apurado e único. A iguaria é acompanhada de tutu de feijão, torresmo, carne com batata, arroz e farofa.

Linguiça caipira: O município de Olímpia traz a linguiça caipira, preparada com carne de porco e leite. Tradicional especialmente na cidade, mas também em toda região noroeste do estado, também é conhecida como linguiça cuiabana. A responsável pela culinária de Olímpia, Maria Abadia Ferreira da Costa, conhecida como Nega Ba-bque também é primeira rainha do Clube de Congado formado em Olímpia. Ela conta que seus bisavôs faziam a linguiça com carne de vaca, leite, sal e temperos.

Bolinho caipira: Os bolinhos caipiras são feitos de farinha de milho e de mandioca, com diversos recheios e formas – frango, carne, lingüiça, pinhão. Os ingredientes são sempre bem temperados e colocados crus, para que o calor do fritar os cozinhe.

Requeijão de prato: O requeijão de prato é feito exclusivamente com leite e sal. Depois de coalhado, o leite vai ao fogo, preferencialmente no fogão a lenha – devido à sua capacidade de manter o calor por mais tempo. Após adquirir consistência, é colocado em um prato, do qual toma a forma. Dentro de uma hora e meia, o requeijão está pronto para consumo. Essa iguaria é trazida ao Revelando pelo município de Lagoinha.

CACHAÇA

Destaque desta edição, a cachaça de cataia é encontrada apenas em algumas cidades do Vale do Ribeira, no litoral Sul de São Paulo. O nome vem do tupi-guarani e significa “folha que queima”. Originária da Ilha do Cardoso, em Cananeia, a planta era utilizada pelos índios para fazer chá devido às suas propriedades medicinais. Mas, logo os caiçaras descobriram outro uso para a planta que, quando curtida na pinga, é capaz de transformar a bebida em um líquido da cor do uísque, tão precioso quanto um bom scotch. Por isso a bebida é conhecida como uísque caiçara.

Além de Cananeia, o público irá conhecer as cachaças de Angatuba, Charqueada, Capão Bonito, Guararema, Monteiro Lobato, Palmital, Paraibuna, Santa Fé do Sul, Jambeiro e Palmital.

Produção artesanal – A Família Zanetti, de Angatuba, cidade da região de Itapetininga, desenvolveu o próprio método e técnica para esta produção de caráter estritamente familiar. Utilizando cana-de-açúcar e frutas para os licores de cachaça, é feita em alambique de cobre com fermentação natural. No caso das bebidas frutadas, a família utiliza apenas frutas da região, o que confere mais identidade com a tradição e cultura locais.

Outro destaque será a centenária cachaça de Guararema, produzida pelo Alambique do Décio, que mantém sua fabricação caseira há seis gerações. Fundada pelo Tataravô Chico, a bebida é envelhecida, por até cinco anos, em tanques de madeira de carvalho para assegurar o sabor suave e amadeirado.

O Alambique de Guararema apresenta uma variedade surpreendente de sabores. Pode-se encontrar cachaça de milho, chocolate, café, maracujá e leite e, claro, a pura, para os apreciadores mais conservadores, que preferem o bom e velho sabor da aguardente.

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