Museus-Casas Literários celebram o 33º Bloomsday
O evento anual celebra a obra do escritor irlandês James Joyce com uma programação dedicada ao autor, sob o tema “Juízo Final”
A Rede de Museus-Casas Literários, programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis, celebrará o 33º Bloomsday com uma programação especial.
O evento, que ocorre anualmente, é uma homenagem ao grande escritor irlandês, James Joyce. A data de sua realização, 16 de junho, é o dia em que transcorre a ação do romance mais famoso do autor, Ulysses. Nele, o personagem central, Leopold Bloom, perambula por Dublin, em 1904. A celebração ocorre em diversas cidades do mundo, como Dublin, Londres, Nova York e São Paulo, onde foi criado em 1988 pelo poeta Haroldo de Campos, que participou da organização até seu falecimento, em 2003.
Em 2020, as comemorações na cidade de São Paulo completam 33 anos e, este ano, a Rede de Museus-Casas Literários irá homenagear o escritor irlandês em um formato diferente. As atividades serão realizadas a distância, pela plataforma Google Meet, das 18h30 às 20h30 do dia 16 de junho, terça-feira. Para participar, bastará acessar o link da reunião: meet.google.com/nhm-btpw-rtd
Neste ano, o tema é “Juízo Final”, baseado no sexto capítulo de Ulysses, o Hades, no qual o personagem Leopold Bloom reflete sobre a vida e a morte durante o enterro de um amigo. O programa incluirá leituras de trechos do capítulo em vários idiomas, por diversos convidados, além de poesia, música e comentários sobre a história do evento.
Coordenado a apresentado por Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo, o evento se abrirá com a exibição de uma colagem de cenas de filmes baseados na obra de Joyce, e apresentará, em seguida, a leitura de um fragmento do Canto XI (episódio do Hades) da Odisseia de Homero, obra que foi tomada como referência por Joyce para a criação de seu Ulysses. Logo após, o sexto capítulo do romance será lembrado em inglês, português, francês, italiano, alemão e hebraico, revivendo uma tradição de leituras em diversas línguas no Bloomsday, iniciada por Haroldo de Campos.
Saindo da obra Ulysses, Reynaldo Damazio fará a leitura do fragmento final do conto “Os mortos”, do livro Dublinenses, de Joyce. Posteriormente, serão lidos poemas de Augusto dos Anjos e de James Joyce, por Donny Correia e Rodrigo Bravo.
A gravação da canção “Bid Adieu to Girlish Days”, do autor homenageado, será apresentada e, por fim, será feita a leitura de um trecho de Finnegans Wake, o último e mais experimental romance de Joyce, seguida da exibição de um vídeo sobre a história do Bloomsday em São Paulo.
O dia 16 de junho foi escolhido por James Joyce para a narrativa de Ulysses porque nesse dia ele viveu um encontro amoroso com sua futura mulher, Nora Barnacle. O aspecto autobiográfico é presente em toda a sua obra, que inclui o livro de contos Dublinenses, e os romances Um retrato do artista quando jovem e Finnegans Wake.
Hoje, James Joyce é reverenciado em todo o mundo e considerado pela maioria dos críticos como o maior prosador do século XX, mas inicialmente suas obras encontraram resistência, receberam duras críticas e censura direta. O romance Ulysses (publicado em livro em 1922) acabou sendo proibido, à época, nos Estados Unidos e na Inglaterra, por ser julgado imoral pelas autoridades.
Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
Avenida Paulista, 37 – Paraíso – São Paulo (próximo à estação Brigadeiro do metrô)
Telefone: (11) 3285-6986 | 3288-9447
Funcionamento: de terça-feira a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h
Convênio com o estacionamento Parkimetro: Alameda Santos, 74 (exceto domingos e feriados)
Casa Mário de Andrade
Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda – São Paulo
Telefone: (11) 3666-5803 | 3826-4085
Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h
Casa Guilherme de Almeida
Museu: Rua Macapá, 187 – Perdizes – São Paulo
Anexo: Rua Cardoso de Almeida, 1943 – Perdizes
Telefone: (11) 3673-1883 | 3672-1391
Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h
www.casaguilhermedealmeida.org.br
SOBRE A CASA DAS ROSAS
A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos é um museu dedicado à poesia, à literatura, à cultura e à preservação do acervo bibliográfico do poeta paulistano Haroldo de Campos, um dos criadores do movimento da poesia concreta na década de 1950. Localizada em uma das avenidas mais importantes da cidade de São Paulo, a Avenida Paulista, o espaço realiza intensa programação de atividades gratuitas, como oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, exposições, apresentações literárias e musicais, saraus, lançamentos de livros, performances e apresentações teatrais. O museu está instalado em um imponente casarão, construído em 1935 pelo escritório Ramos de Azevedo, que na época já tinha projetado e executado importantes edifícios na cidade, como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal e o Mercado Público de São Paulo.
SOBRE A CASA GUILHERME DE ALMEIDA
Inaugurada em 1979, a Casa Guilherme de Almeida, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis, está instalada na residência onde viveu o poeta, tradutor, jornalista e advogado paulista Guilherme de Almeida (1890-1969), um dos mentores do movimento modernista brasileiro. Seu acervo é constituído por uma significativa coleção de obras, gravuras, desenhos, esculturas, pinturas, em grande parte oferecidas ao poeta pelos principais artistas do modernismo brasileiro, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Lasar Segall e Victor Brecheret. Hoje, o museu oferece uma série de atividades gratuitas relacionadas a todas as áreas de atuação de Guilherme de Almeida, da literatura traduzida ao cinema, passando pelo jornalismo e pelo teatro. Trata-se da primeira instituição não acadêmica a manter um Centro de Estudos de Tradução Literária no país.
SOBRE A CASA MÁRIO DE ANDRADE
A Casa Mário de Andrade funciona no endereço da antiga casa do escritor Mário de Andrade, um dos principais mentores do modernismo brasileiro e da Semana de Arte Moderna de 1922. O museu abriga uma exposição permanente, que é aberta à visitação, com objetos pessoais do modernista, além de documentos de imagem e áudio relacionados à sua trajetória. O museu também realiza uma intensa programação de atividades culturais e educativas. A Casa integra a Rede de Museus-Casas Literários da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis.
SOBRE A POIESIS
A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.