Sexto Encontro de Traduções de Clássicos
Com palestra, mesa-redondas e recital, o evento apresenta os diferentes métodos empregados por tradutores na recriação da língua portuguesa
O Museu Casa Guilherme de Almeida, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo gerenciada pela Organização Social Poiesis, está com as inscrições abertas para a sexta edição do encontro Tradução dos Clássicos no Brasil. O encontro será on-line e exibido pela plataforma Google Meets nos dias 27 e 28 de novembro.
O evento focalizará trabalhos que propiciem aos participantes o contato com diferentes métodos empregados por tradutores a fim de recriar em língua portuguesa, para o público contemporâneo, características próprias dos gêneros literários do mundo clássico, como o drama, a lírica e a épica.
N dia 27 de novembro, sexta-feira, João Angelo Oliva Neto visa discutir e aprofundar a tradução de poemas de gênero da poesia antiga grega e romana na problemática da poética contemporânea. A palestra Marcas de gênero na poesia antiga: problemas de tradução terá início às 14h.
Às 15h, a mesa de apresentação e discussão será composta por Christian Werner, Giuliana Ragusa e Rafael Brunhara. Em Homero e Hesíodo: gêneros distintos (em tradução), Christian discutirá como as diferenças genéricas são recuperadas em traduções brasileiras, publicadas e inéditas, da Ilíada e de Trabalhos e Dias. Já Giuliana percorrerá poetas da mélica grega arcaica para tratar dos desafios da tradução em A mélica grega arcaica e sua tradução: desafios, problemas e escolhas. Por fim, Rafael buscará na obra Poesia grega e Latina analisar as propostas e critérios de tradução de Péricles na contribuição de uma história da tradução dos clássicos greco-latinos no Brasil em O tradutor benemérito: a poesia grega de Péricles Eugênio da Silva Ramos.
Na mesa das 17h, os convidados serão Brunno V. G. Vieira, Raimundo Carvalho e Rodrigo Bravo. Brunno apresentará sua tradução em parceria com Leandro Dorval Cardoso de Arte Poética, de Horácio, para elaborar em palavras a dificuldade de se traduzir aquilo que se propõe um desafio ao discernimento em À humana cabeça (Humano capiti) de Horácio (Ars 1-5): decifrar-devorar-traduzir. Raimundo Carvalho em A peste de Egina: Metamorfoses VII, 528-613 apresentará um trecho de As Metamorfoses para realçar a conexão entre planos de expressão e de conteúdo, observando as características do gênero empregado, que resulta uma melhor compreensão e uma melhor apreensão do sentido geral da obra. Rodrigo Braco tem por objetivo discutir os critérios empregados na tradução do Hino Homérico V, dedicado à deusa Afrodite, do grego antigo para a língua portuguesa na palestra Reflexões sobre a tradução do Hino Homérico V – a Afrodite.
No dia seguinte, sábado às 10h, Adriane da Silva Duarte, André Malta e Jaa Torrano dão início a primeira mesa do dia. Em O parto difícil: Anne Carson traduz Antígone, Adriane fará uma comparação entre as duas versões da tradução de Anne Carson para Antígone e seus respectivos paratextos, uma vez que a tradutora antepõe à tradução reflexões e comentários que nortearam sua prática, considerando os diferentes contextos em que elas se inserem. André Malta abordará os principais critérios adotados por ele para traduzir o gênero “diálogo socrático”, tal como foi praticado por Platão em Uma poética da tradução para Platão. Jaa Torrano buscará explicar o sentido funcional e mostrar a função semântica da acribia e da forma inteligível na tradução da tragédia, exemplificando-os e justificando-os com excertos traduzidos de Édipo em Colono de Sófocles na conversa Tradução de tragédia: acribia e forma inteligível.
Às 14h, Ana Cláudia Romano Ribeiro, Juliana Di Fiori Pondian e Rodrigo Tadeu Gonçalves formam a segunda mesa. Em Traduzindo ritmos gráficos da página: alguns aspectos da experiência de reconstrução criativa da Utopia de Thomas More, Ana Cláudia apresentará uma parte do processo de reconstrução criativa da obra Utopia. Juliana abordará as características dos poemas chamados Tekhnopaígnia, que foram seis poemas encontrados na tradição literária grega, transmitidos ao longo do tempo como os primeiros exemplares de poesia visual no Ocidente e propostas para sua tradução em: Resolvendo enigmas: tradução e edição de Τεχνοπαίγνια. Em Um Lucrécio para o século XXI, Rodrigo trará seu relato sobre a aventura de seis anos para trazer o poema de Lucrécio ao português em uma forma análoga aos hexâmetros datílicos latinos.
Guilherme Gontijo Flores e Leonardo Antunes compõem a mesa das 16h. Entre tempos e amores: sobre a linguagem tradutória para Safo e poemas anônimos do Antigo Egito, Guilherme apresentará algumas soluções de linguagem para capturar o efeito cantabile da literatura do corpus atribuído à poeta grega Safo de Lesbos e ao corpus anônimo de poemas amorosos do Antigo Egito, traduções que foram realizadas em dois momentos diferentes, porém razoavelmente próximos. Leonardo trará suas reflexões a partir de falas e textos de mestres e colegas nos contextos da tradução, recriação, estudo e interpretação dos gêneros clássicos em I know who I am: I’m the dude playing a dude disguised as another dude.
O encerramento do evento será às 17h30 com um recital. As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 26 de novembro no link: https://www.casaguilhermedealmeida.org.br/programacao/ver-programacao.php?idprogramacao=1184&iddata=4582
SERVIÇO
Sexta-feira, 27 de novembro
14h – Abertura: Marcelo Tápia (CGA/ USP)
Palestra: João Angelo Oliva Neto (USP): Marcas de gênero na poesia antiga: problemas de tradução
15h – Mesa de apresentação e discussão: Com Christian Werner (USP), Giuliana Ragusa (USP) e Rafael Brunhara (UFRGS)
Christian Werner (USP): Homero e Hesíodo: gêneros distintos (em tradução)
Giuliana Ragusa: A mélica grega arcaica e sua tradução: desafios, problemas, escolhas
Rafael Brunhara: O tradutor benemérito: a poesia grega de Péricles Eugênio da Silva Ramos
17h – Mesa de apresentação e discussão Com Brunno V. G. Vieira (UNESP), Raimundo Carvalho (UFES) e Rodrigo Bravo (FSM)
Brunno V. G. Vieira: À humana cabeça (Humano capiti) de Horácio (Ars 1-5): decifrar-devorar-traduzir
Raimundo Carvalho: A peste de Egina: Metamorfoses VII, 528-613
Rodrigo Bravo: Reflexões sobre a tradução do Hino Homérico V – a Afrodite
Sábado, 28 de novembro: 10h – Mesa de apresentação e discussão Com Adriane da Silva Duarte (USP), André Malta (USP) e Jaa Torrano (USP
Adriane da Silva Duarte: O parto difícil: Anne Carson traduz Antígone
André Malta: Uma poética da tradução para Platão
Jaa Torrano: Tradução de tragédia: acribia e forma inteligível
14h – Mesa de apresentação e discussão Com Ana Cláudia Romano Ribeiro (UNIFESP), Juliana Di Fiori Pondian e Rodrigo Tadeu Gonçalves (UFPR)
Ana Cláudia Romano Ribeiro: Traduzindo ritmos gráficos da página: alguns aspectos da experiência de reconstrução criativa da Utopia de Thomas More
Juliana Di Fiori Pondian: Resolvendo enigmas: tradução e edição de Τεχνοπαίγνια
Rodrigo Tadeu Gonçalves: Um Lucrécio para o século XXI
16h – Mesa de apresentação e discussão Com Guilherme Gontijo Flores (UFPR) e Leonardo Antunes (UFRGS) Guilherme Gontijo Flores: Entre tempos e amores: sobre a linguagem tradutória para Safo e poemas anônimos do Antigo Egito
Leonardo Antunes: I know who I am: I’m the dude playing a dude disguised as another dude
17h30 – Recital
Tel.: 11 3673-1883 | 3803-8525 | 3672-1391 | 3868-4128 | E-mail: contato@casaguilhermedealmeida.org.br, educativo@casaguilhermedealmeida.org.br
Museu: R. Macapá, 187 – Perdizes | CEP 01251-080 | São Paulo | Anexo: Rua Cardoso de Almeida, 1943 – Sumaré, São Paulo/SP
Acessibilidade: rampa de acesso, elevador, piso podotátil e banheiro adaptado; videoguia em Libras e réplicas táteis.
Entrada gratuita
https://www.casaguilhermedealmeida.org.br/ e https://poiesis.org.br/maiscultura/ .
SOBRE A CASA GUILHERME DE ALMEIDA
Inaugurada em 1979, a Casa Guilherme de Almeida, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis, está instalada na residência onde viveu o poeta, tradutor, jornalista e advogado paulista Guilherme de Almeida (1890-1969), um dos mentores do movimento modernista brasileiro. Seu acervo é constituído por uma significativa coleção de obras, gravuras, desenhos, esculturas, pinturas, em grande parte oferecidas ao poeta pelos principais artistas do modernismo brasileiro, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Lasar Segall e Victor Brecheret. Hoje, o museu oferece uma série de atividades gratuitas relacionadas a todas as áreas de atuação de Guilherme de Almeida, da literatura traduzida ao cinema, passando pelo jornalismo e pelo teatro. Trata-se da primeira instituição não acadêmica a manter um Centro de Estudos de Tradução Literária no país.
SOBRE A POIESIS
A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.