São Paulo Companhia de Dança estreia nova coreografia no Sesc Jundiaí
A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), companhia da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança, sob direção de Inês Bogéa, volta a Jundiaí, no interior paulista, para duas apresentações nas noites de 27 e 28 de outubro, no Sesc Jundiaí (Av. Antônio Frederico Ozanan, 6600 – Jardim Botânico). Na ocasião, a Companhia apresenta obras de seu repertório e estreia Instante, de Lucas Lima.
Na primeira noite, 27, às 20h00, o espetáculo é formado por Suíte de Raymonda (2017), de Guivalde de Almeida a partir do original de 1898 de Marius Petipa (1818-1910); Fada do Amor (1993), de Marcia Haydée e Pivô (2016), de Fabiano Lima, Terceiro Melhor Espetáculo de Dança pelo voto do júri na premiação Melhores do Ano do Guia da Folha.
Na noite seguinte, 28, às 19h00, o público confere a estreia de Instante, primeira obra de Lucas Lima para o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros da São Paulo Companhia de Dança. A coreografia neoclássica se vale dos movimentos do balé com novos impulsos e dinâmicas que dialogam com a contemporaneidade. Gnawa (2005), de Nacho Duato, e Suíte de Raymonda completam o programa da noite.
”É muito bom voltar a Jundiaí. Estivemos na cidade por oito vezes, com espetáculos e oficinas, e ficamos muito felizes com a receptividade e por conhecer a amplitude e os desdobramentos dos trabalhos de formação em arte desenvolvido na cidade”, fala Inês Bogéa.
Saiba mais sobre as obras abaixo:
ESTREIA – Instante (2017)
Coreografia e figurino: Lucas Lima
Música: On the Nature of Daylight, de Max Richter
Iluminação: Nicolas Marchi
Estreia mundial: 2017, Sesc Jundiaí, São Paulo, Brasil
Duração: 6 minutos.
Elenco: Morgana Cappelari e Nielson Souza
O ponto de partida desta coreografia foi a música de Max Richter, que ganhou novas dinâmicas no movimento dos bailarinos Morgana Cappellari e Nielson Souza. Segundo o coreógrafo, a obra trata de “um instante para se encontrar, e outro para se perder. Um instante para decidir, para seguir, para voltar, para se arrepender”. É uma coreografia neoclássica que se vale dos movimentos do balé com novos impulsos e dinâmicas que dialogam com a contemporaneidade. Lucas Lima é solista do Ballet Nacional da Noruega (Norwegian National Ballet) e nesses últimos anos iniciou sua carreira de coreógrafo, criando obras para grandes companhias do mundo como a Royal Ballet School, o Balé Nacional da Noruega e o Balé da Cidade. Sua criação para a SPCD faz parte do programa Ateliê de Coreógrafos Brasileiros de 2017, que busca ampliar os espaços para os criadores nacionais.
Gnawa (2005)
Coreografia: Nacho Duato
Remontagem: Hilde Koch e Tony Fabre (1964-2013)
Música: Hassan Hakmoun, Adam Rudolph, Juan Alberto Arteche, Javier Paxariño, Rabih Abou-Khalil, Velez, Kusur e Sarkissian
Organização e produção original: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Spain)
Figurino: Luis Devota e Modesto Lomba
Iluminação: Nicolás Fischtel
Estreia mundial: 2005, Hubbard Street Dance Chicago, Chicago
Estreia pela SPCD: 2009, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo, Brasil
Duração: 21 minutos com 14 bailarinos
Elenco: Ammanda Rosa, Ana Paula Camargo, Ana Roberta Teixeira, Beatriz Hack, Letícia Martins, Michelle Molina, Renata Alencar, André Grippi, Bruno Veloso, Diego de Paula, Geivison Moreira, Hiago Castro, Joca Antunes, Nielson Souza
Gnawa é uma peça que utiliza os quatro elementos fundamentais – água, terra, fogo e ar – para tratar da relação do ser humano com o universo. A obra apresenta o reiterado interesse de Nacho Duato pela gravidade e pelo uso do solo na constituição de sua dança. Os gnawas são uma confraria mística adepta do islamismo, descendentes de ex-escravos e comerciantes do Sul e do centro da África, que se instalaram ao longo dos séculos no Norte daquele continente.
Suíte de Raymonda (2017)
Coreografia: Guivalde de Almeida, a partir do original de 1898 de Marius Petipa (1818-1910)
Música: Raymonda, de Alexander Glazunov (1865-1936), executada pela Orquestra Filarmônica de Nice, com regência de Klaus Weise e Orquestra Sinfônica de Moscou, com regência de Alexander Anisimov
Figurino: Tânia Agra
Iluminação: Wagner Freire
Design gráfico da projeção: Cyro Menna Barreto | Maquiagem: Guto Sargo
Estreia mundial: 19 de janeiro de 1898, Teatro Maryinski, São Petersburgo, Rússia
Estreia pela SPCD: 1 de junho de 2017, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo Brasil
Duração: 25 minutos com 16 bailarinos
Elenco: Beatriz Hack, Luciana Davi, Michelle Molina, Paula Alves, Renata Alencar, Diego de Paula, Hiago Castro, Luan Barcelos, Mozart Mizuyama, Vinícius Vieira
A obra de Guivalde de Almeida para o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros 2017 da SPCD, parte da versão original de 1898 de Marius Petipa e integra o terceiro ato da obra. Em cena assistimos ao casamento de Raymonda com João de Brienne. “O meu principal objetivo foi manter a essência da obra de Petipa, o estilo, atrelado à identidade dos bailarinos da Companhia. É uma dança virtuosa, pontuada por muitas variações e o que singulariza sua criação no cenário da dança é a união entre a dança clássica acadêmica com a dança a caráter, que vemos ao mesmo tempo na cena”, fala o coreógrafo.
Fada do Amor (1993)
Coreografia: Marcia Haydée
Figurino: Evandro Machado
Iluminação: Nicolas Marchi
Músicas: La Nymphe de Diane, No 16 B, de Léo Delibes (1836-1891), solo de violino executado por Jean Baptiste Marie e Roger André
Estreia mundial: 1993, Ballet de Santiago, Teatro Municipal de Santiago, Chile
Estreia pela SPCD: 2016, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo, Brasil
Elenco: Luiza Yuk e Geivison Moreira
O duo traduz a energia e o amor da fada pelo ser humano marcado por sua entrega e delicadeza. O pas de deux integra Dr. Coppélius, O Mago, de Marcia Haydée, uma releitura de Coppélia. A magia desta obra nos leva a perceber a leveza da bailarina que cruza a cena nos braços do bailarino.
Pivô (2016)
Coreografia: Fabiano Lima
Música: Quem sabe? (1859) cantada por Adriana de Almeida e executada ao piano por Olinda Allessandrini e Bailado dos Índios da ópera O Guarani (1870), de Carlos Gomes (1836-1896), executada pela Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo, sob regência de Armando Bellardi.
Figurino: Cássio Brasil
Iluminação: Guilherme Paterno
Estreia mundial: 2016, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo, Brasil
Duração: 16 minutos e 5 bailarinos
Elenco: Beatriz Hack, Matheus Queiroz, Mozart Mizuyama, Otávio Portela
Patrich Lorenzetti
Criada para o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros 2016, Pivô é uma coreografia de Fabiano Lima que se vale de referências do basquete, do hip-hop e da dança contemporânea. Com música de Carlos Gomes, traz para a cena o ambiente brasileiro com sonoridades conhecidas. O figurino de Cássio Brasil dialoga com a luz de Guilherme Paterno e evidencia as diferentes camadas de cor da obra. “É uma coreografia de troca e percepção para entendermos como essa dança passa de um corpo para o outro. Gosto de trabalhar com elementos cênicos, dá identidade aos meus trabalhos”, fala o coreógrafo. A obra recebeu o terceiro lugar como Melhor Espetáculo de Dança 2016 na escolha do júri em enquete promovida pelo Guia da Folha.