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Captação de recursos e sustentabilidade são assuntos de mesa de debates no 10EPM

Encontro reúne diretores do Museu da Pessoa e do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (MUQUIFU)

“Fazendo juntos: captação de recursos e sustentabilidade”. Esse é o nome da primeira mesa de debates do 10º Encontro Paulista de Museus (10EPM), marcada para o dia 19 de julho, às 9h00, no segundo dia do evento. Realizado pelo Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP), instância da Secretaria da Cultura do Estado, e ACAM Portinari, o 10EPM acontece de 18 a 20 de julho, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Com mediação da produtora cultural Roseli Biage, a mesa reúne o curador do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (MUQUIFU), de Belo Horizonte (MG), Padre Mauro Luiz da Silva; e a diretora-presidente do Museu da Pessoa, de São Paulo, Karen Worcman.

Na entrevista abaixo, ambos resumem o que será apresentado na mesa, como as instituições que comandam captam recursos e trabalham a sustentabilidade e qual a importância de eventos como o 10EPM. Confira.

SISEM-SP: O que será apresentado na mesa “Fazendo juntos: captação de recursos e sustentabilidade”?

Karen Worcman: Apresentarei o que é o Museu da Pessoa, suas atividades museológicas e sua proposta-conceito. Em seguida, explicarei as estratégias de sustentabilidade da instituição e seus resultados ao longo dos anos.

Padre Mauro Silva: O título da minha apresentação será “Habemus MUQUIFU”. Farei um breve relato abordando a história da criação do museu e uma análise da formação das suas coleções, ou seja: um brevíssimo resumo da minha dissertação de mestrado em Ciências Sociais, defendida em fevereiro deste ano: “HABEMUS MUQUIFU: análise da criação e das coleções do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos”. Ao analisar a história do MUQUIFU, em particular, darei destaque às questões administrativas e burocráticas no que se refere à sustentabilidade do museu, tais como: identificação de um espaço físico para abrigar o museu (primeira sede no Beco Santa Inês, Barragem Santa Lúcia); o conflito com a Turma dos Ratos e a transferência para a sede atual (Vila Estrela); manutenção destes espaços físicos; contratação de funcionários e trabalho voluntário.

SISEM-SP: Como se dá a captação de recursos no museu?

Karen Worcman: A captação é realizada por meio de projetos (incentivados e de recursos diretos) nas áreas de projetos culturais temáticos; projetos educativos (com escolas públicas e territórios em todo o País) e projetos de memória e desenvolvimento institucional.

Padre Mauro Silva: Inicialmente, o MUQUIFU teve o apoio da paróquia local, do Aglomerado Santa Lúcia: Paróquia Nossa Senhora do Morro, por meio das Obras Sociais Nossa Senhora do Morro. Com a minha transferência de paróquia, esse apoio se extinguiu e, então, buscamos outras formas para nos manter, entre elas cito: recurso fixo de uma construtora; loja do MUQUIFU; doações espontâneas; bazar; jantar; e a campanha de arrecadação recorrente no site www.padrim.com

SISEM-SP: De que forma a sustentabilidade é trabalhada?

Padre Mauro Silva: Mesmo antes da minha transferência de paróquia, que ocorreu em dezembro de 2016, já nos perguntávamos: o que fazer para que o MUQUIFU se torne um empreendimento culturalmente sustentável? A parceria com a Paróquia Nossa Senhora do Morro é fundamental, mas até quando podemos contar com ela? Quem são os atores que deverão levar adiante este projeto? Estamos cientes de que um empreendimento, para ser sustentável, deve ser: socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente aceitável. Sendo assim, o MUQUIFU é “socialmente justo?”, é “economicamente viável?”, é “ambientalmente aceitável?”. Respostas: sim, não e sim. Nos deparamos com a situação da sustentabilidade financeira do museu e isso nos mobilizou.

SISEM-SP: Qual a importância de um encontro como o 10EPM para o setor museológico no país?

Karen Worcman: Um encontro como este é de fundamental importância, na medida em que promove a relação entre museus e a o aprofundamento de reflexões relativas aos desafios da área de museus como um todo.

Padre Mauro Silva: Os encontros estaduais e regionais de museus são sempre de grande importância para todo País, obviamente. Porém, dada a magnitude que, a cada ano, o EPM foi incorporando, e ao grande número de participantes, bem como o alto nível dos palestrantes, este encontro passou a ser uma oportunidade de revisão de paradigmas, no qual pensamentos novos podem surgir, visões equivocadas podem desaparecer, contribuindo muito para o setor museológico em todo o País.

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