Programa mensal traz a cada edição um filme seguido de debate com um psicanalista convidado. Edição deste mês volta a abordar a temática do ‘Mal-estar na civilização e violência’
Em outubro, o Ciclo de Cinema e Psicanálise do MIS, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, continua abordando o módulo: “Mal-estar na civilização e violência”. No dia 8, acontece exibição do longa Border (2019, dir. Ali Abbasi, Suécia/Dinamarca, 110’, drama/fantasia, digital), seguido por bate-papo com psicanalista convidado Ricardo Trapé Trinca e o jornalista Naief Haddad. A diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP, Luciana Saddi, mediará a conversa.
O programa, que acontece mensalmente no Museu, é uma parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e apoio da Folha de S.Paulo. A sessão tem entrada gratuita e acontece às 19h no Auditório MIS (172 lugares) – retirada de ingresso com 1h de antecedência na recepção.
Sobre o filme
Tina é uma policial que trabalha no aeroporto fiscalizando bagagens e passageiros. Depois de ser atingida por um raio na infância, ela desenvolveu uma espécie de sexto sentido, fazendo com que seja capaz de “ler as pessoas” apenas pelo o olhar. Isso sempre representou uma vantagem na sua profissão, mas tudo muda quando ela identifica um criminoso em potencial e não consegue achar provas para justificar sua intuição. Após o episódio, ela passa a questionar seu dom, ao mesmo tempo em que fica obcecada em descobrir qual o verdadeiro segredo de Vore, seu único suspeito não legitimado.
Para a mediadora do projeto, Luciana Saddi, Border é um filme que integra conteúdo e forma de maneira exemplar. “Em relação ao conteúdo, somos apresentados à personagens estranhos, quase que deformados, com habilidades animalescas, envolvidos em uma trama de investigação e suspense. Em relação à forma, o filme rompe com os tradicionais gêneros cinematográficos por reunir quase todos os gêneros ao mesmo tempo. Drama, tragédia, comédia, suspense, policial, terror, jornada, autoconhecimento, sexualidade – infinitas as possibilidades de leitura, de camadas de sentido sobrepostas, compostas, condensadas e justapostas que Ali Abbasi é capaz de produzir em muitas das cenas. Além de uma permanente sensação de estranhamento. O mal-estar está presente em todas as formas de cultura, não apenas na civilização judaico-cristã. Em cada cultura, adquire características peculiares. Na nossa, costuma ser acompanhado por questionamentos. A grande qualidade de nossa cultura é a liberdade de poder questionar seus limites, de interrogar os processos que nos fazem ser como somos, a ponto de expor, até os últimos limites, a construção, o absurdo e a farsa que é ser humano”.
Sobre os convidados
Ricardo Trapé Trinca é psicanalista, formado em psicologia e filosofia pela PUC-SP, mestre em filosofia pelo PUC-SP e doutor em psicologia clinica pela USP. Membro do corpo editorial da Revista Brasileira de Psicanálise e Membro filiado ao Instituto “Durval Marcondes”, da SBPSP.
Naief Haddad é jornalista da Folha de S.Paulo. Foi editor de Esportes do jornal e editor de projetos especiais, gastronomia e turismo. Um dos criadores do Guia da Folha, também foi editor-assistente da Ilustrada. Ganhou cinco vezes o Prêmio Folha e recebeu o prêmio Society for News Design Annual Creative Competition por seu trabalho durante a Copa de 2014.
Sobre o Ciclo de Cinema e Psicanálise
A cada edição o ciclo traz um filme em longa-metragem (ficcional ou documental) seguido de debate com um jornalista e um psicanalista convidado. Em seguida, o público pode participar com perguntas, integrando novas perspectivas sobre a obra discutida. A temporada 2019 está dividida em cinco temas, exibindo dois filmes de cada, sendo eles: Sexualidade, Violência, Poder, Religião e Infância. O ciclo pretende discutir, à luz da Psicanálise, algumas questões suscitadas por obras do cinema moderno e contemporâneo, e proporcionar também formas transdisciplinares de compreensão. O tema, que norteia os debates e a seleção dos filmes, surgiu a partir do ensaio O mal-estar na civilização (1929), escrito por Freud. Neste, o psicanalista afirmava que o progresso civilizatório e tecnológico cobrava elevado preço do indivíduo. Exigia renunciar à agressividade e à sexualidade – como esforço necessário ao desenvolvimento civilizador. Por consequência, o homem se tornava refém do sentimento de culpa inconsciente e de constante mal-estar, ambos impeditivos da fruição da felicidade.
s e r v i ç o
CICLO DE CINEMA E PSICANÁLISE | BORDER
DATA 08.10, terça-feira
HORÁRIO 19h
LOCAL Auditório MIS (172 lugares)
INGRESSO Gratuito. Ingressos distribuídos uma hora antes Recepção MIS
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
Museu da Imagem e do Som – MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo| (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br
Estacionamento conveniado: R$ 18
Acesso e elevador para cadeirantes. Ar condicionado.