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Ciclo de Cinema e Psicanálise do MIS debate A vida invisível, de Karim Aïnouz

Julia Stockler, Alice Paes de Barros Arruda e Luciana Saddi comentam o filme no dia 6 de outubro, às 20h, em live no canal do MIS no Youtube e na plataforma #CulturaEmCasa. O Ciclo de Cinema e Psicanálise é uma parceria entre a SBPSP e Folha de S.Paulo

Na terça-feira, dia 6 de outubro, o Ciclo de Cinema e Psicanálise (programa realizado em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise e a Folha de S.Paulo), que a cada edição traz um filme seguido de debate com um jornalista cultural e um psicanalista convidado, irá abordar o longa brasileiro A vida invisível (Dir. Karim Aïnouz,  Brasil, 2019, Drama,  139 min., 16 anos). O bate-papo, que acontece ao vivo, às 20h, no canal do MIS – Museu da Imagem e do Som, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo – no Youtube, traz a atriz Julia Stockler (que atua no longa como a personagem Guida Gusmão) e a psicanalista e psicóloga Alice Paes de Barros Arruda. A conversa pode ser conferida, também, na plataforma #CulturaEmCasa: www.culturaemcasa.com.br.

O filme de Aïnouz conquistou o Prêmio Un Certain Regard de Cannes, em 2019, e foi indicado pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil no Oscar de melhor filme estrangeiro no mesmo ano. “Adaptação do livro intimista de Martha Batalha, o filme fala da luta de duas mulheres – poderia ser a luta de toda e qualquer mulher – para preservar o mínimo de desejo pessoal e singularidade num regime que achata expectativas e tritura sonhos com a intenção de impor submissão de mulheres a homens”, comenta Luciana Saddi, diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP, que media a conversa. 

Exibido sempre às terças dentro da programação virtual do #MISemCasa, o Ciclo de Cinema e Psicanálise traz bate-papo ao vivo com especialistas a cada 15 dias – intercalando, semanalmente, com vídeos de edições anteriores realizadas presencialmente no Auditório MIS. 

O #MISemCasa acontece em conjunto com o #Culturaemcasa, desenvolvido pela Secretaria de Cultura, por conta da orientação do Centro de Contingência do Covid-19 – que determinou que os equipamentos culturais do Governo do Estado de São Paulo tenham o seu funcionamento suspenso temporariamente.

O MIS conta com patrocínio máster de Youse, patrocínio de Kapitalo Investimentos, Denso e Cielo, e apoio institucional de TozziniFreire Advogados.

Sobre o filme 

(disponível nas plataformas Telecine Play, Looke, Google Play, Apple iTunes e Microsoft Store)

A ação se passa na década de 1940, no Rio de Janeiro. Acompanhamos a jovem e tímida Eurídice (Carol Duarte), pianista talentosa e Guida (Julia Stockler), irmã mais velha, extrovertida, sensual e festeira. Sob opressor sistema patriarcal, as irmãs trilham caminhos distintos. Guida foge de casa com o namorado. Eurídice, por obrigação, se casa com Antenor (Gregório Duvivier) e mantém a duras penas paixão quase secreta pela música. 

 

“Adaptação do livro intimista de Martha Batalha fala da luta de duas mulheres – poderia ser a luta de toda e qualquer mulher – para preservar o mínimo de desejo pessoal e singularidade num regime que achata expectativas e tritura sonhos com a intenção de impor submissão de mulheres a homens. Acorrentadas à biologia e maternidade, a analogia com a escravidão expressa a imensa dificuldade de conquistar o mínimo de autonomia e alguma voz num mundo organizado para coibir qualquer liberdade e pensamento próprio. Apesar da força e violência criminosa, obscena e repugnante para manter a posição servil das mulheres em relação aos homens, o filme revela certa natureza selvagem, impossível de ser anulada nas irmãs; personagens tão diferentes e tão semelhantes em sentimentos. A resistência se infiltra em todas as cenas por meio das escolhas radicalmente inovadoras em tomadas, planos de filmagem e ângulos de Karim Aïnouz. A singularidade das imagens, o tratamento estético de modo geral jamais se reduz ao óbvio, a visão não descansa. Nem sempre belas, mas sempre perturbadoras, estranhas. Toda essa inovação poderia trazer ao filme certa dificuldade; no entanto, o efeito, ao contrário, aproxima, cria intimidade e um laço de identificação com o sofrimento das personagens. Destaque especial para o incômodo com as longas cenas de sexo forçado, a serviço do prazer dos machos. Num plano maior o filme fala da luta pela sobrevivência dos grupos oprimidos. No que se refere ao drama das personagens, expõe os sofrimentos impensáveis e ainda presentes em gerações e gerações de mulheres. A psicanálise compreendeu a necessidade de contenção dos impulsos agressivos para a manutenção da vida comunitária, mas acredito que pouco falou sobre a desigualdade da contenção. Os detentores do poder tiveram mais liberdade para expressar agressividade e oprimir. O desamparo das minorias, dos excluídos do poder, dos perdedores serve à crueldade e exploração”, comenta Luciana Saddi.

Debatedores:

Alice Paes de Barros Arruda é psicóloga e psicanalista, membro associado da SBPSP. Co- editora do Jornal de Psicanálise 2007/2008. Editora Associada da Revista Brasileira de Psicanálise de 2010/2015.

Julia Stockler, atriz, atuou no filme como a personagem Guida Gusmão

Mediação: Luciana Saddi – diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP

S e r v i ç o

Ciclo de cinema e Psicanálise ao vivo – A vida invisível| #MISEMCASA

6 de outubro, às 20h, no canal do youtube do mis e na plataforma #culturaemcasa: www.culturaemcasa.com.br

 

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