*Da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Campinas
A reforma do Centro de Convivência Cultural de Campinas, uma obra muito aguardada pela população, agora é definitiva. O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, assinaram o documento que oficializa o convênio para o repasse de R$ 40 milhões destinados à revitalização do complexo.
Momento da assinatura do convênio, no Palácio dos Bandeirantes – Foto: Joca Duarte
A cerimônia (foto acima), realizada na tarde desta quarta-feira, 4 de abril, no Palácio dos Bandeirantes, contou com a presença dos secretários municipais de Campinas Ney Carrasco (Cultura), Pedro Leone (Infraestrutura), Thiago Milani (Gestão e Controle); do regente titular da Sinfônica de Campinas, Victor Hugo Toro, entre outras autoridades.
Após a liberação dos recursos, a próxima etapa será a elaboração do edital de licitação. O imóvel passará por completa recuperação e instalação de novos equipamentos. A obra terá início ainda neste ano e estará pronta em dois anos.
“Acabamos de assinar o convênio que vai revitalizar o Centro de Convivência, um dos maiores convênios que foi assinado pela Casa Civil, cerca de R$ 40 milhões. O Centro de Convivência é uma memória da nossa cidade, terra de Carlos Gomes”, destacou o prefeito Jonas Donizette, agradecendo o empenho do governador Geraldo Alckmin “por tudo que tem feito por Campinas e pelo Brasil”.
O governador Alckmin reiterou a “alegria” de participar da iniciativa. “É uma boa parceria. São R$ 40 milhões que vão fazer o restauro, a recuperação desse centro cultural importantíssimo. Parabéns a Campinas, cidade que é um orgulho de São Paulo e do Brasil, e um grande polo de inovação de pesquisa, de ensino e também da cultura”.
Para o secretário de Cultura Ney Carrasco, o convênio representa um “grande passo para a finalização do processo de reforma do Centro de Convivência, que será totalmente configurado. Continuará a ideia original do arquiteto Fábio Penteado, mas vai se sofisticar muito com equipamentos de última geração. Estamos devolvendo um equipamento amado pela cidade”.
O Centro de Convivência, inaugurado em 9 de setembro de 1976, é um dos maiores patrimônios arquitetônicos da cidade. Sua importância para a vida cultural consolidou-se ao longo de mais de 40 anos de vida tornando-o um dos mais significativos equipamentos culturais de toda a Região Metropolitana. Desde sua inauguração, nunca passou por reforma completa e estrutural, apenas obras pontuais de reparo.
A interdição ocorreu em 14 de dezembro de 2011. Reabriu parcialmente entre janeiro e fevereiro de 2012 para a Campanha de Popularização do Teatro. Em dezembro de 2014, a Orquestra Sinfônica de Campinas apresentou um concerto no Teatro de Arena após a finalização de testes de resistência que comprovaram a segurança da estrutura.
Centro de Convivência Cultural de Campinas – foto: Prefeitura Municipal de Campinas
Restauração
O projeto de restauro, elaborado pela empresa Falcão Bauer como parte de um Termo de Acordo de Compromisso com a Prefeitura de Campinas, preserva a ideia original do arquiteto Fábio Penteado (o projeto foi premiado com a Grande Medalha de Ouro da I Quadrienal de Teatro de Praga, em 1967, na então Tchecoslováquia, em um concurso de projetos de teatro).
O complexo tem quatro galerias, seis salas (entre teatro, de ensaio, técnica, administrativo etc), cinco camarins individuais e três coletivos, todos com banheiro, saguão e o teatro de arena.
A área total é de cerca de seis mil metros quadrados, sendo quatro mil da área externa (Teatro de Arena) e dois mil da interna (salas e galerias).
Em relação ao teatro propriamente dito, a reforma prevê a valorização da estrutura cênica e a acústica para manter a altíssima qualidade, com padrões de referência internacional, como a Sala São Paulo.
Localizado imediatamente à frente do palco, em nível abaixo, e considerado essencial para a encenação de espetáculo dramático musical, o fosso de orquestra será reativado representando um ponto importante do projeto, permitindo a realização plena de espetáculos dramático-musicais, tais como óperas, musicais e balés. A orquestra contará com espaço administrativo e um salão de ensaio com a mesma acústica do palco.
Entre as intervenções previstas estão, ainda, novo sistema de drenagem, recuperação da estrutura, impermeabilização para evitar novas infiltrações, reforma dos banheiros com modernização e adaptação para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, novos sistemas luminotécnico, cênico e acústico com equipamentos modernos e tecnológicos de alta qualidade; acessibilidade com rampas, corrimões, piso táteis, elevadores; substituição das redes elétrica e hidráulica, remodelação da sala de teatro, troca de poltronas e modernização do sistema de ar condicionado.
Ícone
O icônico espaço atravessou décadas como um dos mais significativos palcos do país, celebrando a arte e a cultura de maneira plena. A Orquestra Sinfônica de Campinas, que se tornaria marco da cena musical brasileira e internacional, realizou o concerto de inauguração do Teatro Interno, que recebeu o nome do importante mímico campineiro Luís Otávio Burnier.
No Teatro de Arena, outro importante palco do complexo, a abertura se deu com a tragédia grega “Hipólito”, de Eurípides, protagonizada pelo grupo Rotunda.
Desde então, a Feira de Artes, Artesanato, Antiguidades, Quitutes e Esotéricos de Campinas, popularmente chamada de Feira Hippie, se tornou forte atrativo cultural e de economia criativa para os campineiros e visitantes.
Palco de artistas que marcaram e projetaram a cidade, o Centro de Convivência recebeu o maestro e compositor Tom Jobim em inesquecível show realizado em 1990. O espaço traz, ainda, na memória, preciosidades que até hoje são temas nas rodas de conversa, como as apresentações de Hermeto Pascoal, Sivuca, Elza Soares, Angela Maria, Regina Duarte, grupo Bons Tempos, Claudia Raia, Milton Nascimento, Jards Macalé, Free Jazz Festival, Heineken Concert’s, Belchior, João Bosco, Sá e Guarabira, 14 Bis, Francis Hime e Olívia Hime, Quinteto Violado; a estreia nacional de “Macbeth”, com Antonio Fagundes, Vera Fischer e Paulo Goulart, além dos concertos da Sinfônica de Campinas que sempre transitaram entre o erudito e o popular.