Nos meses de abril e maio, a programação do Núcleo de Estudos em Corporeidades Negras trata de religiões africanas, cangaço e capoeira, por meio da dança e do debate
Você conhece o Núcleo de Estudos em Corporeidades Negras da Oficina Cultural Alfredo Volpi? O grupo foi criado em 2018, com o intuito de analisar a presença do corpo negro na dança, nos rituais e nas artes. Esse ano, o objetivo do Núcleo é investigar as masculinidades e feminilidades no cangaço e no sertão nordestino, além de discutir a estrutura das relações de poder entre antigos senhores e escravizados. Encontros de dança e debate fazem parte da programação gratuita, que acontece entre os meses de abril e maio. Todos os eventos são abertos e destinados à maiores de 16 anos. A Oficina é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis.
Muitos são os signos de Exu que, nas religiões de matriz africana, é sempre o primeiro a ser saudado – é um princípio ativo e estruturante da ordem do universo. Nos atos de fala dos praticantes desses ritos, Exu é mencionado como o primeiro ser criado e como o primeiro a se alimentar, denominado “a boca que tudo come”. Menção frequentemente usada entre os capoeiristas, “a capoeira é tudo que a boca come e tudo que o corpo dá” – famosa frase de Mestre Pastinha. A partir dessas reflexões, o Mestre Jogo de Dentro vai chamar o público para um jogo de capoeira, sob a perspectiva da encruzilhada e do corpo encruzilhado. No dia 18 de abril, quinta-feira, das 19h às 21h30, acontecerá A Encruzilhada é o Outro da Gente. O Mestre Jogo de Dentro nasceu em Alagoinhas (BA), e iniciou seus estudos de Capoeira Angola, em 1982, no Forte Santo Antônio (Salvador). Sendo um dos primeiros a trazer a Capoeira Angola para São Paulo, na década de 1990, foi Mestre João Pequeno de Pastinha que lhe concedeu o título de mestre.
Iniciando as atividades de maio, o Núcleo de Estudos em Corporeidades Negras convida o público para a Dança da Indignação, conceito criado por Gal Martins, que é atriz, gestora cultural e dançarina. A proposta do exercício, que é uma linguagem estética em dança, é reverberar indignações coletivas e seus territórios, em uma abordagem política-poética que aponta para as intersecções entre arte e vida. O processo dá lugar a indignação de modo criativo, potente e produtor de transformações de realidades individuais e coletivas; na medida em que canaliza os sentimentos do artista em ações revolucionárias e resistentes. A atividade será no dia 4, sábado, das 10h às 16h.
Moacir Assunção, historiador, jornalista e pesquisador do cangaço, comandará o debate Lampião, um Brasileiro Incomum, no dia 16, quinta-feira, das 19h às 21h30. A ideia é, por meio de bate-papo, investigar a figura contraditória de Lampião, que para alguns foi um herói, e para outros um assassino cruel, mas que, independentemente da opinião, é alguém entrou na história como o Rei do cangaço. Além de analisar uma das personalidades mais misteriosas da história do Brasil, o Núcleo vai discorrer sobre a produção de masculinidades no sertão nordestino.
SOBRE A OFICINA CULTURAL ALFREDO VOLPI
Criada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, desde 1986 a Oficina Cultural trabalha com a formação de jovens profissionais em diversas áreas como: artes plásticas, dança, fotografia, moda, performance, processos gráficos e teatro.
SOBRE A POIESIS
A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.
SERVIÇO:
A Encruzilhada é o Outro da Gente
Quinta-feira, 18/4 – 19h às 21h30
Dança da Indignação
Sábado, 4/5 – 10h às 16h
Lampião, um Brasileiro Incomum
Quinta-feira, 16/5 – 19h às 21h30
Oficina Cultural Alfredo Volpi
Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera – São Paulo
Telefone: (11) 2205-5180 | 2056-5028
Funcionamento: de terça a sexta-feira das 10h às 22h, e aos sábados das 10h às 18h