A artista convida os interessados para participarem de uma troca de roupas no dia 22 de agosto. A proposta é refletir sobre o significado da autoimagem e das vestimentas
Você já questionou o que gênero e construção social têm a ver com as roupas que você usa? A artista Beatriz Cruz montou a exposição Descaracterizar-se – que vai até 21 de setembro –, na Oficina Cultural Alfredo Volpi, da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, justamente para discutir esses assuntos. E, no dia 22 de agosto, quarta-feira, das 10h às 21h30, será a vez do Descaracterizar-se: Café, atividade gratuita onde Beatriz trocará suas roupas com as do público participante.
No mês de julho, a artista tem distribuído convites – do trajeto de sua casa até a Oficina – chamando as pessoas para irem à unidade realizar uma troca de vestimentas. No dia da ação, diante de uma arara com suas roupas, Beatriz permanecerá sentada ao lado uma placa onde se lê: “Convido pessoas para se descaracterizar, enquanto faço o mesmo. Vestir-se com minhas roupas, aqui e agora, enquanto visto as suas”. A ideia é que o público seja convidado a dialogar com a exposição e participar ativamente dos questionamentos da performer acerca do significado da autoimagem.
A exposição foi antecedida pela Ocupação Descaracterizar-se, que aconteceu entre os meses de abril e junho, e teve o objetivo de coletar materiais e impressões. A proposta da Ocupação surgiu a partir da experiência do projeto Descaracterizar-se para Desandar, de 2016: Beatriz vestiu as roupas de cada pessoa que participou da performance durante sete dias – não usando nada seu – até completarem 365 dias. Durante o projeto, ela recolheu diariamente seus materiais e também dos participantes, e registrou tudo o que conseguiu no perfil do instagram da performance. “Minha ideia inicial foi investigar a construção de gênero e entender o que significam as roupas e a aparência de cada um. É um trabalho que fala muito sobre construção e desconstrução da identidade, e de alteridade. Quando você é uma mulher usando roupas masculinas, como as pessoas te olham? Percebi que ter que seguir uma performatividade que não é a sua é penoso demais”, explica Beatriz.
SOBRE A OFICINA CULTURAL ALFREDO VOLPI
Criada pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, desde 1986 a Oficina Cultural trabalha com a formação de jovens profissionais em diversas áreas como: artes plásticas, dança, fotografia, moda, performance, processos gráficos e teatro.
SOBRE A POIESIS
A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.
SERVIÇO:
Descaracterizar-se: Café
Quarta-feira, 22/8 – das 10h às 21h30
Oficina Cultural Alfredo Volpi
Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera – São Paulo
Telefone: (11) 2205-5180 | 2056-5028
Funcionamento: de terça a sexta-feira das 10h às 22h, e aos sábados das 10h às 18h.
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