Eduardo Scaramuzza faz mestrado na Noruega e lança “Igarapé”, seu primeiro álbum solo
Do Guri para o Mundo
Um crescimento integral, capaz de auxiliar em seu desenvolvimento pessoal e definir a escolha da carreira. Foi isso que a música proporcionou para Eduardo Scaramuzza, de 27 anos. Ex-aluno do Projeto Guri, atualmente ele está na reta final do mestrado em Jazz e Improvisação pela Universidade de Stavanger, na Noruega, e trabalha na divulgação do seu primeiro EP, “Igarapé”, com composições próprias.
O disco é totalmente produzido com instrumentos de percussão, que são aqueles que emitem som através do impacto (batida), raspagem ou fricção. “A percussão sempre está presente nas músicas, mas não como protagonista. No entanto, neste álbum, meu objetivo foi deixá-la em destaque”, afirma. “Poder lançar esse trabalho, é um privilégio, um momento de grande realização”, comemora o jovem. O EP já está disponível no Spotify e no YouTube.
Scaramuzza conta que o amor pela percussão começou aos 13 anos, quando teve seu primeiro contato com o instrumento, no período em que foi aluno do Projeto Guri no Polo Regional São José do Rio Preto. Seu objetivo inicial era aprender guitarra elétrica ou bateria. Contudo, se encantou com a complexidade dos instrumentos de percussão.
“A percussão é uma coleção de ferramentas que te possibilita criar ritmos e melodias. Essa amplitude é algo que admiro muito e que me motivou a buscar conhecimentos musicais em outros países. Aprendi a gostar de novos sons e, hoje, toco instrumentos de diferentes culturas”, conta o percussionista.
A música o ajudou a perder a timidez também. “Por meio da música encontrei uma nova forma de comunicação. Consegui desenvolver um lado mais sociável e menos retraído graças às aulas em grupo que tínhamos dentro do Guri. Essa coletividade me proporcionou muito conhecimento e, também, me ensinou a compartilhar informações”, descreve.
Com o objetivo de dar continuidade ao que fazia sentido para a sua vida, que era a música, Scaramuzza decidiu prestar vestibular na área. Foi aceito na Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp. E, em 2011, ingressou no curso de Percussão Clássica.
“Me inscrevi para uma bolsa de estudos no Projeto Guri e fui aprovado para receber suporte durante os dois primeiros anos da faculdade. Isso possibilitou a participação em diversos festivais e encontros de percussionistas no País”, informa. Meses depois, conquistou uma vaga como educador de percussão no Polo Nelson Mandela, em Campinas.
Ávido por conhecimento, Scaramuzza começou a aprofundar suas pesquisas sobre as raízes da percussão brasileira focando no berimbau, pandeiro e caxixi. Foi nesse momento que recebeu um convite do Guri para representar e compartilhar a cultura brasileira na Suécia, durante o Ethno Camp, realizado em 2015.
No ano seguinte, conquistou uma vaga no MOVE (Musicians and Organizers Volunteer Exchange), programa de intercâmbio e voluntariado entre as organizações musicais JM Norway, Music Crossroads Malawi, Music Crossroads Moçambique e a Sustenidos, instituição responsável pela gestão dos polos do Projeto Guri – maior programa sociocultural brasileiro mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo – no interior, litoral e Fundação CASA.
“Morei no Malawi pelo período de seis meses. Ministrei aulas, fiz cursos e ajudei de maneiras distintas na localidade. Trabalhei com artistas de diferentes países e criei, ao lado da norueguesa Karoline Asskildt, o Ta Kagunda, projeto voltado ao empoderamento feminino por meio da percussão. Foi uma das experiências mais importantes da minha vida”, relata.
Pouco tempo após voltar ao Brasil, o percussionista conseguiu uma bolsa para estudar em três lugares: em Berklee; na Universidade de Stavanger; e na Academia de Arte da Islândia. “Em junho de 2020 finalizo meu mestrado em Jazz e Improvisação, na Noruega. Meu foco é ampliar minha compreensão sobre a música para que, como educador, possa transmitir a outros jovens”, conclui.
Link para conferir o EP Igarapé, de Eduardo Scaramuzza
Spotify: https://open.spotify.com/album/0qP4WFDQhUEb0gE3jsEPQL?si=VLIjGYCtTM2AqUUPyNNl0w
YouTube:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLOcrvT_w8_bW7sRJKEZUJOBWrrAZ0d72L
Site: https://eduardoscaramuzza.wixsite.com/english
Do Guri para o Mundo
A série Do Guri para o Mundo foi criada para retratar o caminho trilhando pelos Guris: quem são, onde estão e o que mudou na vida deles. São histórias inspiradoras que celebram os 25 anos do Projeto Guri e prestam homenagem aos mais de 810 mil ex-alunos beneficiados pelo programa e, consequentemente, pelo poder de transformação da música. A cada semana, a série destaca um personagem nas redes sociais do Projeto Guri e na Sustenidos – organização que administra o programa.
Projeto Guri www.projetoguri.org.br
Patrocinadores e apoiadores do Projeto Guri – Sustenidos: CTG Brasil; CCR AutoBAn; Instituto CCR; SulAmérica; VISA; Bayer; WestRock; Microsoft; Supermercados Tauste; Banco Votorantim; VALGROUP; Novelis; EMS; Capuani do Brasil; Faber-Castell; Pinheiro Neto; Santander; Raízen; BTP; Distribuidora Ikeda; Grupo Maringá; Instituto 3M; Supermercados Rondon; Frigol; Mercedes-Benz; Castelo Alimentos; ENEL; GRUPO GR; Cipatex; Grupo Herval e Pirelli.
Sobre o MOVE
O MOVE (Musicians and Organizers Volunteer Exchage) é um programa de intercâmbio e voluntariado criado pela JM Norway, membro da JMI – Jeunesses Musicales International (associação sediada na Bélgica que reúne diversas organizações musicais em cerca de 70 países), em parceria com a instituição musical Music Crossroads, do Malawi e de Moçambique. O programa visa o desenvolvimento da prática musical internacional e troca de experiências.
Sobre o Projeto Guri
Mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, o Projeto Guri é o maior programa sociocultural brasileiro e oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos (até 21 anos nos Grupos de Referência e na Fundação CASA). Cerca de 50 mil alunos são atendidos por ano, em quase 400 polos de ensino, distribuídos por todo o estado de São Paulo. Os mais de 330 polos localizados no interior e litoral, incluindo os polos da Fundação CASA, são administrados pela Sustenidos, enquanto o controle dos polos da capital paulista e Grande São Paulo fica por conta de outra organização social. A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução da Secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural. Desde seu início, em 1995, o Projeto já atendeu mais de 810 mil jovens na Grande São Paulo, interior e litoral.
Sobre a Sustenidos
Eleita a Melhor ONG de Cultura de 2018, a Sustenidos administra o Projeto Guri. Desde 2004, é responsável pela gestão do programa no litoral e no interior do estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação CASA. Além do Governo de São Paulo, a Sustenidos conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Sustenidos, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm incentivo fiscal da Lei Rouanet e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD). Pessoas físicas também podem ajudar. Saiba como contribuir: https://www.sustenidos.org.br/pessoa-fisica/.