Edifício que hoje abriga a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo já foi escola frequentada pela escritora e é tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat
No dia 19 de abril de 2023, completam-se 100 anos do nascimento da escritora Lygia Fagundes Telles, uma das mais importantes da literatura brasileira. Nascida em São Paulo, em 1923, Lygia começou a escrever ainda na adolescência e publicou seu primeiro livro, “Porão e Sobrado”, em 1939. Desde então, sua obra vem conquistando leitores e críticos, com destaque para os romances “Ciranda de Pedra” e “As Meninas”.
Lygia Fagundes Telles teve uma importante contribuição para a cultura brasileira, especialmente no que diz respeito à representação feminina na literatura. Suas personagens são mulheres fortes, independentes e complexas, que rompem com os estereótipos tradicionais do papel feminino na sociedade. Além disso, ela aborda temas como a violência doméstica, a opressão e a busca pela identidade, colocando em pauta questões importantes para a luta das mulheres por igualdade.
A autora também é reconhecida por sua habilidade narrativa e sua capacidade de explorar a psicologia de seus personagens. Seus romances e contos são marcados por uma linguagem precisa e poética, que envolve o leitor e o transporta para dentro da história. Seus textos exploram a complexidade do ser humano e a ambiguidade das emoções, criando personagens que são verdadeiras reflexões sobre a condição humana.
Além de sua obra literária, Lygia Fagundes Telles teve uma importante atuação no campo da cultura e da educação. Ela foi membro da Academia Brasileira de Letras e recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, como o Prêmio Camões e o Prêmio Jabuti. Além disso, ela dedicou grande parte de sua vida ao ensino da literatura, tendo sido professora da Universidade de São Paulo e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O centenário de Lygia Fagundes Telles é uma oportunidade para relembrar a importância de sua obra e sua contribuição para a cultura brasileira. Sua escrita, marcada pela sensibilidade e pela força, ainda hoje é capaz de emocionar e inspirar leitores de todas as idades. Que sua obra continue a ser valorizada e estudada, para que as futuras gerações também possam conhecer e se encantar com a literatura dessa grande escritora brasileira.
Escola que escritora estudou é tombada como patrimônio histórico
Em 1890, o diretor da Escola Normal de São Paulo, Antonio Caetano de Campos, obteve autorização do presidente da província, Prudente de Morais, para construção da sede do curso normal. O projeto e orçamento ficaram a cargo do engenheiro Francisco de Paula Souza e a planta definitiva e construção sob a responsabilidade do arquiteto Ramos de Azevedo. Parte do terreno foi cedido pela prefeitura e o restante adquirido de Fortunato Martins de Camargo e Joaquim Matheus, em 1885. A escola, obra representativa da arquitetura do final do século XIX, em estilo eclético com predominância do neoclássico, foi inaugurada em 1894 e, em 1935, acrescida de um terceiro pavimento. O tombamento do edifício ocorreu a partir de reivindicação da população, contrária à sua demolição, na década de 1970, anunciada pelo Metrô para a construção da Estação República. Desde 1978, abriga a Secretaria de Estado da Educação.