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Livro e exposição sobre Marysia Portinari ocupam o Memorial da América Latina

Promovido pelo Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural, evento reúne também obras de participantes de suas oficinas de artes

Marysia tem sobrenome de peso, mas identidade própria. Ela é sobrinha de Candido Portinari, um dos maiores artistas plásticos que o país já produziu. Nascida em Araçatuba, interior de São Paulo, cresceu sob as pinceladas do tio. Aprendeu com ele, viu-o trabalhar de perto – nos esboços de Guerra e Paz, no Rio de Janeiro, e em outras tantas obras famosas.

Expôs no Brasil e no exterior. Em individuais e coletivas, como o Salão Paulista de Arte Moderna, em 1962. Busca temas diversos em suas pesquisas. Como ela mesma conta, passou “pelo expressionismo intimista das bonecas, a expressão da candura do casamento caipira, a captura da fisionomia e expressão dos cavalos, a exuberância de cores dos arranjos florais etc.”.

Suas cenas circenses estão entre algumas das coisas mais marcantes que produziu. “Marysia Portinari conservou uma maneira lírica de ver o mundo, o amor, a vida cotidiana e modesta, o circo como templo de criação e cores e, finalmente, o Cosmo, o cenário dos corpos e das energias deslumbrantes”, afirma o crítico de arte Jacob Klintowitz, autor de Marysia Portinari: Como se fosse a primeira vez, livro sobre a obra da pintora que será lançado pelo Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural em 17 de setembro no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Em seu trabalho atual, o desafio de Marysia é exprimir a beleza das nebulosas e galáxias. “São formas fugidias de estruturas que são instigantes até mesmo pela imensidão que expressam”, diz a artista.

Esse amor à geometria que inspirou as oficinas de artes gratuitas baseadas nas telas da pintora. Parte do projeto “Marysia Portinari – Universo Pré-existente”, promovido durante um ano pelo Instituto Olga Kos em parceria com nove entidades da capital paulista, as oficinas beneficiaram 200 pessoas com deficiência intelectual e/ou em situação de vulnerabilidade social.

O objetivo inicial  das oficinas foi desenvolver a criação de imagens a partir de formas geométricas, estimular as misturas e a combinação de cores, incentivar o conhecimento acerca do universo, das galáxias, nebulosas e estrelas. Brincadeiras com formas geométricas, tecidos, massinha de modelar e imagens ampliaram a consciência corporal, espacial e visual dos participantes.

Atividades de percepção, decomposição e reorganização de elementos nas imagens prepararam os participantes para a criação de novas imagens. O estudo da obra da artista assim como a visita de Marysia às oficinas ajudaram a impulsionar a criação coletiva, que se materializou em 12 telas que serão expostas no Memorial da América Latina ao lado de sete quadros da autora.

O Instituto Olga Kos

(www.institutoolgakos.org.br)

Fundado em 2007, em São Paulo (SP), o IOK atende cerca de 3 mil pessoas entre crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual. Por meio de práticas esportivas como karatê e taekwondo e de oficinas de artes o instituto estimula o desenvolvimento motor, melhora a qualidade de vida e amplia os canais de comunicação e expressão das pessoas com deficiência. Parte das vagas dos projetos é destinada a pessoas sem deficiência que se encontram em situação de vulnerabilidade social e residem em regiões próximas aos 40 locais onde as oficinas são realizadas na capital paulista. Desta forma, pretende-se possibilitar uma maior interação entre pessoas com e sem deficiência.

Serviço

Exposição e lançamento do livro: 17 de setembro às 19h

Exposição de 18 de setembro a 2 de outubro

Terça a domingo, das 9h às 18h

Salão de atos Tiradentes – Memorial da América Latina

Entrada gratuita

Classificação livre

Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, São Paulo (SP). Tel.: (11) 3081-9300.

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