Rodas de conversa e contação de história são os formatos utilizados para aproximar os frequentadores aos feitos dessas mulheres nas artes plásticas, literatura e botânica, respectivamente
O que a artista plástica Beatriz Milhazes, a escritora Helena do Sul e a cientista Bertha Lutz tem em comum? É o que o público das bibliotecas das Fábricas de Cultura irãodescobrir em fevereiro.
A partir do dia 18 de fevereiro, a Cia. Sabre de Luz realiza a Contação de história: Bertha Lutz, iniciando pela biblioteca da Fábrica de Cultura Jardim São Luís, às 10h. A companhia teatral traz o olhar curioso da menina Bertha no laboratório do pai, onde existe uma coleção de cobras. Ao ouvir um barulho estranho, ela inicia uma jornada, onde o seu amor pela ciência a levará em lugares desconhecidos, cheios de incertezas, medos e sapos. A apresentação também ocorrerá nas bibliotecas das Fábricas de Cultura Capão Redondo em 18/02, às 15h, Fábrica de Cultura Jaçanã, dia 19/02, às 15h, Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha no dia 20/02, às 10h, Fábrica de Cultura Brasilândia em 20/02, às 15h, e na Fábrica de Cultura Diadema, 21/02, às 15h.
Bertha Lutz (1894-1976) foi uma bióloga e ativista feminista nascida em São Paulo (SP), especialista em anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas), além de ser considerada uma das pioneiras ambientalistas em abordar a degradação do patrimônio ambiental brasileiro. Filha de Amy Fowler, enfermeira, e de Adolfo Lutz,pioneiro da medicina tropical, Bertha também se destacou profissionalmente e como ativista feminista. Em 1919 conquistou o posto de secretária do Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde ainda foi naturalista na seção botânica e trabalhou por mais de 40 anos.
Entre as ações políticas, Bertha representou o Brasil na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras nos Estados Unidos, na década de 1920, fundou a Federação para o Progresso Feminino como início da luta pelo direito de voto para as mulheres brasileiras, lutou por igualdade salarial para a mesma função, por licença maternidade, não discriminação por estado civil e por sexo no acesso aos cargos públicos, e chegou a se eleger a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte de 1934 pelo Partido Autonomista do Distrito Federal, como representante da Liga Eleitoral Independente.
No dia 28/02, às 14h30, é a vez de Um encontro com Helena do Sul!realizado pela equipe da biblioteca da Fábrica de Cultura Jaçanã.A proposta é expandir informações sobre a escritora Maria Helena Vargas da Silveira, também conhecida como Helena do Sul, suas obras literárias e o porquê ainda são pouco conhecidas. O encontro (2000) será um dos livros da escritora presente na atividade.
Helena do Sul (1940-2009) nasceu em Pelotas (RS) e formou-se em Pedagogia pela UFRGS. É Fogo (1987) é um dos seus primeiros livros, por onde ela apresenta uma narrativa denunciando o racismo nas instituições de ensino e com próprios relatos vividos no tempo de escola. Romance, poesia, crônica, textos satíricos e contos também estão entre os estilos literários trabalhados pela escritora. Helena do Sul trabalhou com crianças, jovens e mulheres, em projetos de integração escola-comunidade e foi consultora em ações para a formação contínua de professores de comunidade remanescentes quilombolas. Pode ser que sua habilidade para a escrita venha desde a mãe Maria Yolanda Vargas da Silveira, costureira e que gostava de fazer versos, e seu avô paterno, Armando Vargas, que foi revisor, secretário, cronista e articulista do jornal A Alvorada, semanário da negritude pelotense.
Ainda no dia 28/02, mas na biblioteca da Fábrica de Cultura Diadema, às 10h, será realizada a roda de conversa Minas da Resistência: Beatriz Milhazes para conhecer a história da artista plástica do Rio de Janeiro (RJ). A pintora, ilustradora e gravadora Beatriz Milhazes é conhecida nacionalmente e internacionalmente por suas telas coloridas, com colagens e traços ornamentais, em arabescos (cruzamentos de linhas, flores e outras ilustrações) e bidimensionais. Em 1984, estava entre os mais de 120 artistas com trabalhos expostos no movimento Como Vai Você, Geração 80, o qual questionava a ditadura militar por meio da arte que buscava pela democracia na capital fluminense.
Fábricas de Cultura é um programa da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, e as unidades da zona norte e sul de São Paulo, inclusive a de Diadema, são gerenciadas pela Poiesis – Organização Social de Cultura. Toda a programação descrita acima é gratuita e não precisa de inscrição. A coordenação das bibliotecas aconselha o público a chegar 30 minutos antes das atividades. A seguir, as datas, os horários e números de vagas.
SERVIÇO:
Contação de história: Bertha Lutz – com Cia Sabre de luz nas bibliotecas
Fábrica de Cultura Jardim São Luís – 18/02 – terça-feira – 10h— Endereço: Rua Antônio Ramos Rosa, 651 – Jardim São Luís – São Paulo/SP. (11) 5510-5530
Fábrica de Cultura Capão Redondo – 18/02 – terça-feira – 15h— Endereço: Rua Bacia de São Francisco, s/n – Conj. Hab. Jardim São Bento – São Paulo – SP. (11) 5822-5240
Fábrica de Cultura Jaçanã – 19/02 – quarta-feira – 15h — Endereço:Entrada 1: Rua Raimundo Eduardo da Silva, 138 – Conjunto Habitacional Jova Rural, São Paulo/ SP; Entrada 2: Rua Albuquerque de Almeida, 360 – – Conjunto Habitacional Jova Rural, São Paulo/ SP. (11) 2249-8010
Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha – 20/02 – quinta-feira – 10h— Endereço:Rua Franklin do Amaral, 1575 – Vila Nova Cachoeirinha – São Paulo/SP. (11) 2233-9270
Fábrica de Cultura Brasilândia – 20/02 – quinta-feira – 15h— Endereço:Av. General Penha Brasil, 2508 – Vila Nova Cachoeirinha – São Paulo/SP. (11) 3859-2300
Fábrica de Cultura Diadema – 21/02 – sexta-feira – 15h— Endereço:Rua Vereador Gustavo Sonnewend Netto, 135, Centro – Diadema/SP. (11) 4061-3180
Faixa etária: a partir de 4 anos | Sem limite de vagas
Fábrica de Cultura Diadema | Rua Vereador Gustavo Sonnewend Netto, 135, Centro – Diadema/SP. (11) 4061-3180
Minas da Resistência: Beatriz Milhazes– com equipe biblioteca
28/02 – sexta-feira – 10h às 12h
Faixa etária: a partir de 14 anos | Vagas: 20
Fábrica de Cultura Jaçanã | Entrada 1: Rua Raimundo Eduardo da Silva, 138 – Conjunto Habitacional Jova Rural, São Paulo/ SP; Entrada 2: Rua Albuquerque de Almeida, 360 – – Conjunto Habitacional Jova Rural, São Paulo/ SP. (11) 2249-8010
Um encontro com Helena do Sul! – com equipe da biblioteca
28/02 – sexta-feira – 14h30
Faixa etária: a partir de 12 anos | Vagas: 25
Fábricas de Cultura>Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 9h às 20h, e finais de semana e feriados das 12h às 17h.
SOBRE AS FÁBRICAS DE CULTURA
As Fábricas de Cultura são espaços de acesso gratuito que disponibilizam diversas atividades artísticas. Criadas com o objetivo de ampliar o conhecimento cultural por meio da interação com a comunidade, as Fábricas oferecem uma programação cultural diversificada. Nas unidades você encontrará cursos, atividades, bibliotecas e estúdios de gravação. Em 2020, o Programa Fábricas de Cultura – instituições da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Poiesis – conta com o patrocínio do Instituto Center Norte por meio da Lei Rouanet. O apoio contribui para a realização de atividades de formação e difusão cultural.
SOBRE A POIESIS
A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.