Mostra propõe jornada pelos filmes produzidos na Boca do Lixo, em São Paulo
A partir de 25 de novembro, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo abrigará a exposição Horror na Boca, sob curadoria de Marcelo Colaiácovo, que oferece uma jornada pelo mundo fascinante do horror criado por cineastas que deixaram marca no cinema independente brasileiro, especialmente, na emblemática Boca do Cinema, localizada na Rua do Triunfo em São Paulo. Entrada Gratuita.
No próximo dia 25 de novembro, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo abrirá suas portas para receber Horror na Boca, uma exposição gratuita e inédita que mergulhará no mundo do cinema paulista em um passeio pelo gênero cinematográfico que desafia os limites entre o medo, o erotismo, a violência, o sobrenatural e até o humor. Uma oportunidade imperdível de explorar o lado mais sombrio e ousado da sétima arte realizada na emblemática Boca do Cinema, que ganhou espaço dentro da região dita como Boca do Lixo, localizada em São Paulo, entre os anos 1960 e 1990.
Sob a curadoria de Marcelo Colaiácovo, esta exposição, que fica em cartaz até dia 21 de janeiro de 2024, desvenda uma coleção de materiais originais do acervo do novo museu Soberano – Rua do Triunfo, proporcionando uma investida fascinante pela história do cinema de horror de São Paulo. Este projeto é o resultado da colaboração entre a Resistência Filmes, a Levante_Plataforma de Ideias, com o apoio do Museu da Imagem e do Som de São Paulo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo e do Soberano_Rua do Triunfo. A exposição oferece uma visão abrangente dos horrores que moldaram a cena cinematográfica de São Paulo entre as décadas de 1960 e 1990. Cada filme escolhido é um testemunho das complexidades das produções da época, em um contexto marcado por competição por audiência e espaço nas telonas, resultando em tramas envolvendo possessões demoníacas, fantasmas, assassinos em série, violência, monstros e muito erotismo. Os visitantes poderão admirar tesouros do cinema de horror nacional, como o cartaz original de 1969 do filme O Ritual dos Sádicos, de José Mojica Marins, inicialmente proibido devido à censura e renomeado posteriormente como O despertar da Besta, em seu lançamento em 1986, quando foi finalmente liberado pela censura.
Horror na Boca também homenageia cineastas renomados, incluindo Adriano Stuart, Rosangêla Maldonado, John Doo, Ody Fraga, David Cardoso, Clery Cunha, Jair Correia, Fauzi Mansur, Juan Bajon, Luiz Castillini, Jean Garrett, entre outros, cuja marca no gênero é notável pela combinação única de elementos de horror, erotismo e até humor, com sua paródia debochada, característica da pornochanchada. Os visitantes terão a oportunidade de explorar uma rara seleção de trechos de filmes originais em 35mm e 16mm da época, além da trilha sonora do LP do filme Bacalhau “BACS” (1976), dirigido por Adriano Stuart e do longa Shock! Diversão Diabólica (1984), de Jair Correia, filme considerado o primeiro slasher brasileiro.
Cartazes originais e variados representam a diversidade do cinema paulista, como o da Trilogia de Terror (1968), uma colaboração entre José Mojica Marins, Ozualdo Candeias e Luiz Sérgio Person, Jéca contra o Capeta (1975), de Amácio Mazzaropi, Filme Demência (1987), de Carlos Reichenbach, Joelma (1980), de Clery Cunha, O Homem Lobo (1966/71) e Seduzidas pelo Demônio (1975), de Raffaeli Rossi, além de A Noite das Taras 2 (1982), dirigido por David Cardoso, John Doo e Ody Fraga. A exposição inclui outros cartazes raros de Walter Hugo Khouri (normalmente pouco citado para com o gênero de horror), com obras icônicas como O Anjo da Noite (1974), O Desejo (1975) e As Filhas do Fogo (1978), que estarão lado a lado pela primeira vez com o ícone do horror nacional José Mojica Marins e o cartaz original raríssimo de Esta Noite Encarnarei no seu Cadáver (1967).
“O aprofundamento deste tema proporciona uma oportunidade de compreender o insólito cinema da Boca do Lixo em toda a sua riqueza e complexidade, explorando intersecções intrigantes entre o horror, o humor e o erotismo. As personagens femininas desafiam convenções representando papéis que suscitam questões às vezes controversas, reflexo das peculiaridades sociais da época, mas fundamentais para o sucesso de bilheteria dessas produções. Nesse contexto, surge Rosangela Maldonado, pioneira no gênero de horror como uma diretora mulher na Boca”, explica o curador Marcelo Colaiácovo.
Para os entusiastas do cinema e curiosos exploradores da história cinematográfica, uma linha do tempo feita em parceria com o pesquisador Carlos Primati, sobre a produção do cinema com elementos de horror na Boca do Lixo paulista, será uma oportunidade para entender a evolução deste gênero peculiar e cativante e de extrema importância para o cinema mundial.
A exposição fica em cartaz de 25 de novembro a 21 de janeiro com entrada gratuita no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
Serviço:
Exposição Horror na Boca
Prepare-se para mergulhar nos recantos mais insólitos do cinema brasileiro nesta exposição imperdível. Aproveite a entrada gratuita e explore a rica expressão de criatividade e inovação que moldou o cinema independente brasileiro na Boca do Lixo.
Período da Exposição: 25 de novembro a 21 de janeiro de 2024
Local: Sala Maureen Bisilliat | Térreo do Museu da Imagem e do Som (MIS)
Endereço: Av. Europa, 158, Jd. Europa | São Paulo – SP, Brasil | CEP 01449-000
Horários:
terças a sextas > 10h às 19h | Permanência até 1h após o último horário
sábados > 10h às 20h | Permanência até 1h após o último horário
domingos e feriados > 10h às 18h | Permanência até 1h após o último horário
Classificação: 16 anos
Entrada: Gratuita