Vários atores interpretam o protagonista, que se questiona sobre suas escolhas
No que se transformam a imaginação e os planos da infância quando nos tornamos adultos? Essa é a descoberta do personagem Ariel na peça “Entrelinhas: O que nasce é o que se é?”, apresentado na Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes, dentro do Projeto Espetáculo.
A peça é resultado do trabalho desenvolvido ao longo do ano pelo programa, a partir do tema “Territórios e trajetórias”. Na história, o personagem Ariel se depara consigo mesmo aos seis anos de idade. Segundo o diretor de “Entrelinhas”, Fábio Pinheiro, o público acompanha as escolhas feitas por Ariel e sua busca para entender como e porque ele se distanciou daquele período de imaginação e sonhos.
O elenco tem 55 jovens, entre 12 e 21 anos. Alguns se revezam na interpretação de Ariel. Um dos caminhos da encenação foi trabalhar com jogos e brincadeiras conhecidas. “Tentamos encontrar algo que identificasse esse coletivo, respeitando o tempo de cada um”, conta Fábio.
O texto foi construído conjuntamente. “Foram várias etapas, desde o primeiro trimestre do ano”, revela André do Amaral, coordenador de dramaturgia da peça. A dramaturgia teve a participação mais direta de 15 integrantes do grupo. “O processo foi dinâmico e muito satisfatório. Todos os 15 mostraram engajamento e uma escrita potente”, afirma André.
Ricardo Yuri, 16 anos, é um dos atores da peça “Entrelinhas” e é um dos intérpretes do protagonista Ariel. Estudante do 3º ano do ensino médio, ele não perdia os ensaios, três vezes por semana, às terças, quintas e sábados. “E a turma ainda ensaiava, por conta própria, às segundas”, conta, animado. Yuri já participou das edições de 2015 e 2016 do Projeto Espetáculo, além de ter feito cursos de dança contemporânea e street dance.
Depois de cumprir temporada na Cidade Tiradentes, “Entrelinhas: o que nasce é o que se é?” será apresentada no dia 23 de novembro na Fábrica de Cultura da Vila Curuçá.
Veja no link https://www.youtube.com/watch?v=pueULdjKjpQ vídeo com entrevistas com Fábio Pinheiro, André do Amaral e Ricardo Yuri.
FOTOS: JOCA DUARTE