Orixás

Nova edição de livro de Pierre Verger é lançada na Secretaria da Cultura

“Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo”, famoso livro do fotógrafo e antropólogo Pierre Verger, ganhou nova edição em 2018 e foi lançado no último dia 3 de outubro em São Paulo, na Secretaria da Cultura do Estado. A secretária-adjunta da Cultura, Patrícia Penna, esteve à frente do evento, que contou com uma mesa sobre a importância de Verger, com a participação do professor e sociólogo Reginaldo Prandi, da Universidade de São Paulo (USP); da escritora Carolina Cunha; e da religiosa Vovó Cici, que conviveu e trabalhou durante décadas com Verger, na Bahia.

O livro é um dos primeiros registros da cultura dos orixás na África e no Novo Mundo, resultado de pesquisas etnográficas que retratam os cultos aos deuses Iorubás nos países de origem, como Nigéria, Benim e Togo e no Novo Mundo (Brasil e Antilhas), para onde os rituais foram levados com o tráfico de escravos. A publicação traz 250 fotos e textos destacando as cerimônias, as características de cada orixá, além do descritivo dos arquétipos da personalidade dos devotos.

“Pela importância de Verger, queria que ele fosse mais reconhecido, afirmou Vovó Cici. Para ela, “o livro mostra a essência da história de origem de cada orixá”.

“Este livro mostra a importância de Pierre Verger para a construção da identidade das religiões afro-brasileiras no país. É a certidão de nascimento da herança religiosa que o Brasil recebeu da África”, afirmou Prandi. Para Carolina Cunha, “em seu trabalho, Verger enfatizou com veemência que existe uma riqueza nessa ancestralidade. Essa obra é um legado. E, como o próprio Verger dizia, traz o registr de ‘histórias de um tempo que não tem data”.

O livro foi reeditado pela Fundação Pierre Verger, como comemoração aos 30 anos da instituição, traz fotos inéditas e um prefácio assinado por Mãe Stella de Oxóssi. O presidente da Fundação, Gilberto Sá, também esteve presente ao lançamento na Secretaria.

Pierre Verger

Francês, Pierre Verger nasceu em Paris, em 1902. Aos 30 anos iniciou-se na fotografia e passou quase 14 anos consecutivos em viagens ao redor do mundo, sobrevivendo exclusivamente da fotografia, até 1946 quando veio para o Brasil e se estabeleceu na Bahia. Faleceu em Salvador em 11 de fevereiro de 1996.