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Pinacoteca de São Paulo inaugura mostra panorâmica de Maria Leontina

Maria Leontina: da forma ao todo ocupa o 2º andar da Pinacoteca Luz e  investiga a relação da artista com os objetos  

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São  Paulo, inaugura Maria Leontina: da forma ao todo, que ocupa as três galerias de exposições  temporárias do segundo andar da Pinacoteca Luz. Com curadoria de Renato Menezes e Thierry  Freitas, a mostra investiga o modo como Maria Leontina se relacionava com os objetos que  colecionava, tão caros em sua produção, na busca incessante pela tradução em imagens do que as  mãos poderiam sentir. Observando o percurso da artista, da figuração até a abstração lírica, famosas séries como: Sant’Anas, Jogos e Enigmas e Páginas poderão ser vistas pelo público. 

Um dos nomes mais importantes da arte brasileira, Maria Leontina teve uma produção  profundamente especulativa. Acumuladora de referências e objetos pelos quais nutria imenso afeto, a artista via na arte popular, na estatuaria religiosa e nos artefatos indígenas um manancial de  contradições plásticas, de onde surge esse interesse, primordial, em seu trabalho. Na década de 1950,  Leontina chamou a atenção da crítica com suas naturezas-mortas, que poderão ser vistas na primeira  sala desta exposição. Na mesma época, a artista realizou uma enorme série de desenhos tracejados em que revisita a obra do artista suíço Paul Klee, de quem foi admiradora. A mesma sala contará também com um conjunto de desenhos produzidos pelos internos do Hospital Psiquiátrico do Juqueri,  quando a artista orientou o setor de artes plásticas. Esse conjunto de trabalhos realizados pelos  internos poderão ser vistos pelo público pela primeira vez. Retratos e autorretratos produzidos no mesmo  período complementam a sala. 

A abstração  

A relação de Maria Leontina com a abstração se aprofunda na passagem da artista por Paris, nos anos  de 1951 e 1952. Quando retorna ao Brasil, a artista se depara com um cenário de consolidação das  conquistas geométricas celebradas porseus contemporâneos, embora nunca tenha aderido a nenhum  grupo, associação ou movimento. A segunda sala da mostra contempla um extenso conjunto da fase  geométrica da artista, apresentando séries como: Jogos e Enigmas (1954), Da paisagem e do tempo (1957), Narrativa (1957) e Os episódios (1959/1960). 

“A mostra explicita o caminho gradual que Leontina realiza da figuração até a abstração. Essa  transformação é avistada com clareza, por exemplo, em pinturas da série Jogos e os enigmas, nas  quais figuras humanas aos poucos se fundem e se convertem em formas geométricas. Essa série  precede um período no qual Leontina realiza uma sensível e profunda incursão pela geometria, em  busca de uma abstração plena”, comentam os curadores. 

Na última sala expositiva, o fascínio de Maria Leontina pelo livro como objeto aparece na relação  estabelecida entre a série Sant’Anas, realizada no início de sua carreira, e Páginas, realizada nos anos  1970. Destaca-se, nessa sala, dedicada à abstração lírica e às obras em pequenos formatos, o conjunto  de estudos preparatórios para os vitrais que concebeu para a Paróquia da Santíssima Trindade, na  Praça Olavo Bilac, no centro de São Paulo. Nesses estudos, Maria Leontina parece ter encontrado uma  oportunidade privilegiada para testar as suas séries Formas, Estandartes e Vestes em um novo  formato, combinando, dessa vez, luz e cor.  

SOBRE A ARTISTA 

Maria Leontina Mendes Franco da Costa (São Paulo, 1917 – Rio de Janeiro, 1984) foi uma pintora,  gravadora e desenhista. Em 1942, a artista estuda pintura com Waldemar da Costa (1904-1982), e em  1943 começa a expor em salões de arte. Inicialmente, sua obra é pautada no figurativismo de cunho  expressionista, mas se aproxima da abstração a partir de uma passagem por Paris entre 1951 e 1952,  período em que frequenta o ateliê de Johnny Friedlaender (1912-1992). Em 1960, em Nova York,  recebe o prêmio nacional da Fundação Guggenheim e, em 1975, o prêmio pintura da Associação  Paulista de Críticos de Artes (APCA). 

Serviço: 

Maria Leontina: da forma ao todo  

Período: 13.05 a 30.07.2023 

Curadoria: Thierry Freitas e Renato Menezes 

Pinacoteca Luz (2º andar) 

De quarta a segunda, das 10h às 18h  

Gratuitos aos sábados – R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)

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