Diadema

Diadema, a cidade que aprendeu a dançar

Quando a bailarina e coreógrafa Ivonice Satie (1951-2008) criou a Companhia de Danças de Diadema, em 1995, juntamente com a prefeitura desse município paulista, talvez não imaginasse que a trajetória do grupo seria tão intensa. Com seus 23 anos completados no dia 1º de maio, a Companhia está em plena atividade e ainda comemora seu mais recente reconhecimento, o Prêmio Governador do Estado para a Cultura 2018, da Secretaria de Estado da Cultura, concedido pelo júri.

“A conquista desse Prêmio é de todos, professores, alunos e moradores de Diadema”, afirma a bailarina Ana Bottosso, atual diretora da Companhia. Com o valor do Prêmio (R$ 60 mil), a Companhia vai cobrir algumas despesas para uma nova coreografia destinada ao público infantil, de criação do bailarino Ton Carbones que é tbm assistente de direção; além disso, vai possibilitar a manutenção de figurinos e cenários para as peças do nosso atual repertório.

Ana Bottosso ressalta a maior característica do grupo: todos os seus projetos têm cunho educacional. De 1995 para cá, a Companhia já realizou diversas oficinas gratuitas para mais de 10 mil pessoas. “Ivonice Satie queria que os bailarinos fossem também professores. Por isso, somos todos artistas-orientadores, com a missão de difundir a dança para os mais diversos alunos, da infância à terceira idade”, afirma.

Vários projetos do grupo concretizam o projeto de Ivonice, como “Bailando na cidade” (que percorre os bairros de Diadema, apresentando-se nos centros de cultura e praças públicas), “Bailando nas escolas” (em que um espetáculo é mostrado e, depois, são ensinados trechos da coreografia aos alunos) ou o “Bailando em família”, realizado uma vez por mês, às quartas-feiras, e que tem o propósito de, nesse dia, reunir para a aula, os alunos e seus familiares ou pessoas próximas.

Ana Bottosso – Foto: Joca Duarte

https://www.youtube.com/watch?v=qyox2vXUSDg

A mais recente edição do “Bailando em família” foi acompanhada, em maio, pelo portal da Secretaria da Cultura, com aulas no Centro Cultural Diadema (turma infantil) e na Biblioteca Santa Luzia (turma voltada para a terceira idade). “Com os familiares, fazemos aquecimento, alongamento e jogos de interação. Depois, sempre tem uma confraternização. A ideia é que a dança promova esse encontro”, conta Ana.

“É uma oportunidade dos pais conhecerem a linguagem da dança e como isso é repassado às crianças”, afirma Carolini Piovani, professora da turma infantil e bailarina da Companhia há 12 anos. “A dança amplia o campo de visão sobre o mundo e o conhecimento sobre o outro”, considera.

Ana Cristina Silva concorda. Ela participa das aulas com a filha, Ana Clara, de sete anos, e vê benefícios para a menina. “Ela começou as aulas há dois meses e percebo que ela está menos tímida”. Colega de Ana Clara na turma, Mariana, também com sete anos, foi acompanhada pela avó, Neusa Lima. Extrovertida, a menina afirma que, quando a aula termina, já fica aguardando a próxima quarta-feira para ir novamente ao Centro Cultural Diadema.

Aluna há oito anos da oficina voltada para a terceira idade, Marisa Santana eventualmente leva a neta Luiza, de oito anos, para participar. A mesma coisa faz Márcia do Espírito Santo, que leva o filho João Vitor, de dez. “Gosto da interação com a turma. Saio energizada e feliz, não penso em parar”, diz Márcia.

“Dou aulas para essa faixa etária da terceira idade há 11 anos. É sempre uma surpresa, é a minha motivação. Sou eu que aprendo com elas”, conta a professora e bailarina Thais Lima. Para Thais, a oficina “é uma grande família e uma ajuda a outra, é uma situação de respeito e afeto”.

Turma infantil - Foto: Joca Duarte
Turma infantil – Foto: Joca Duarte
Ana Clara, uma das alunas da Escola - Foto: Joca Duarte
Ana Clara, uma das alunas da Escola – Foto: Joca Duarte
Mariana, uma das alunas da Escola - Foto: Joca Duarte
Mariana, uma das alunas da Escola – Foto: Joca Duarte
Carolini Piovani - Foto: Joca Duarte
Carolini Piovani – Foto: Joca Duarte
Thais Lima e sua turma da 3º idade - Foto: Joca Duarte
Thais Lima e sua turma da 3º idade – Foto: Joca Duarte
Márcia, uma das alunas da Escola - Foto: Joca Duarte
Márcia, uma das alunas da Escola – Foto: Joca Duarte
Marisa, uma das alunas da Escola - Foto: Joca Duarte
Marisa, uma das alunas da Escola – Foto: Joca Duarte

Em 2018, a Companhia de Danças de Diadema está em cartaz com três espetáculos de seu repertório: “Força fluída”, criada pelo coreógrafo sul-corano JaeDuk Kim; “Eu por detrás de mim”, criado por Ana Bottosso a partir do conto “O espelho”, de Guimarães Rosa; e o infantil ”A mão do meio – Sinfonia lúdica”, de Michael Bugdahn e Denise Namura. Espetáculos anteriores já foram mostrados não apenas em Diadema, mas também em São Paulo e em capitais de todas as regiões do Brasil, além de turnês por Paris, Lima e Cidade do México.

E qual o motivo dessa ligação tão forte de Diadema com a dança? “É um mistério”, define Ana Bottosso. Mas ela arrisca um palpite: “A Companhia existir há 23 anos, com essa interação com a comunidade, é resultado de um trabalho muito sério junto com a vontade de ver esse sonho realizado. A dança traz alegria e bem estar aos munícipes e esta energia retorna  para nós  em forma de aplausos”.

Os interessados em participar das oficinas podem se informar sobre as inscrições no site da Companhia: https://www.ciadedancas.apbd.org.br/index.php

Texto: Denio Maués
Fotos: Joca Duarte

Alckmin entrega Fábrica de Cultura de Diadema

Governador Geraldo Alckmin, junto ao Secretário da Cultura do Estado, José Luiz Penna, estiveram em Diadema na manhã do dia 27/3 para realizar a entrega da obra da Fábrica de Cultura de Diadema, primeira unidade do programa fora da capital paulista. Com mais de 6 mil metros quadrados de área construída, a Fábrica de Cultura Diadema terá o mesmo formato das 10 unidades da capital, com cursos de diversas linguagens artísticas, oficinas, biblioteca, workshops, entre outras atividades. O equipamento cultural deverá operar plenamente a partir de agosto deste ano – tempo necessário para os trâmites do chamamento público que irá selecionar a Organização Social de Cultura responsável pela administração equipamento. O Governo do Estado de São Paulo investiu R$ 16,9 milhões na obra executada pela empresa ECG Engenharia Construções e Geotecnia Ltda.

“É a primeira Fábrica de Cultura fora de São Paulo. Um prédio com dois pavimentos, biblioteca, teatro, sala de música, circo, arte, produção e dança, além de refeitório, camarins e vestiários. Assinamos com o secretário José Luiz Penna e com o Romildo Campello, secretário-adjunto, que já vão providenciar o chamamento para escolhermos a Organização Social que vai equipar, gerir e colocar a unidade em funcionamento.”
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Geraldo Alckmin
Governador do Estado de São Paulo

Foto: Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo

Para o secretário da Cultura do Estado, José Luiz Penna, a Fábrica de Cultura Diadema vai trazer alegria e ocupação para a população e os produtores culturais do município. 

No mês de julho, a população terá uma “degustação”, uma prévia das atividades oferecidas pela Fábrica de Cultura: crianças e jovens poderão participar de oficinas de dança, teatro, circo, literatura, multimeios, entre outras linguagens e, a partir dessas experiências, escolher os cursos no quais queiram se matricular.

“A Fábrica de Cultura chega num momento muito importante para a vida cultural local e, certamente isso vai se expandir por toda a região.”
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José Luiz Penna
Secretário da Cultura do Estado de São Paulo

Como funcionará a Fábrica de Cultura Diadema?

As atividades das Fábricas de Cultura serão divididas da seguinte forma:

Cursos de Formação

Cursos de curta e longa duração nas modalidades de teatro, dança, música, circo, artes visuais, literatura e multimeios. Todos os materiais necessários para os cursos são fornecidos gratuitamente pelas Fábricas. Durante as férias de janeiro e julho, é oferecida uma programação especial de cursos e oficinas

Bibliotecas

As bibliotecas das Fábricas de Cultura oferecem acesso gratuito a livros, periódicos, filmes, jogos, computadores com acesso à internet e equipamentos de acessibilidade visual e motora. Também são oferecidas atividades de incentivo à leitura como contações de histórias, encontros com escritores, oficinas e exibição de filmes. Não é preciso ser aluno das Fábricas para frequentar as bibliotecas