No 23/6, o Museu da Imagem e do Som – MIS-SP, exibe o documentário “Chega de fiu fiu”. A sessão única – que será seguida de um bate-papo com as diretoras – tem início às 18h e acontece no Auditório LABMIS. A entrada é gratuita, para participar é necessário retirar ingresso com uma hora de antecedência da recepção no Museu.
Dirigido por Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão, o longa-metragem trata da participação das mulheres nos espaços públicos, marcada por uma série de violências, em especial o assédio sexual, e examina como campanhas e outras dinâmicas criadas por ativistas e movimentos feministas no período de 2014 a 2017 têm modificado relações de poder entre homens e mulheres nas ruas e na internet.
As cidades foram feitas para as mulheres?
A pergunta é motor fundamental do longa-metragem “Chega de fiufiu”. Produzido em parceria com a Brodagem Filmes, o documentário foi lançado em maio deste ano e integra campanha homônima criada em 2014 pela organização Think Olga, trazendo ao centro do debate questões como o assédio e o direito das mulheres ao espaço público.
“Chega de fiufiu” explicita como a participação das mulheres no espaço urbano é marcada por insegurança. “Entraves como a falta de iluminação, lugares ermos, a dificuldade de mobilidade, longas distâncias na locomoção de casa ao trabalho, ausência de creches e péssimo atendimento em serviços de saúde e segurança seguem como catracas visíveis e invisíveis do acesso das mulheres às cidades. Tais entraves revelam o quanto as cidades foram construídas sem a perspectiva de gênero e agravam ainda mais as violências sofridas pelas mulheres, como o assédio”, diz Amanda Kamanchek, diretora do documentário. “O filme é um retrato dessa violência de gênero em um contexto ainda pouquíssimo explorado: o espaço público. A pergunta que nos fizemos ao longo de todo o filme é ‘qual é o lugar das mulheres nas cidades? ’”.
“Chega de fiu fiu” traça uma narrativa composta de três momentos: a utilização de óculos com uma microcâmera escondida, usado por mulheres em seu dia a dia; a vida de três personagens de diferentes cidades (Brasília, São Paulo e Salvador) e o diálogo com especialistas sobre assédio, identidades, sexualidade, participação e mobilização social e masculinidades.
“Não só a entrevista com personagens, mas a dinâmica de cada uma delas com suas cidades foi nos ajudando a construir o argumento real do filme. Ao longo do projeto, criamos alguns artifícios de filmagem como o óculos-espião, o que nos permitiu explorar de maneira muito forte o modo como o corpo é percebido no espaço público. Dessa forma, as personagens puderam também se utilizar de um instrumento de denúncia. E, em adição, o próprio corpo delas se tornou uma ferramenta dessa narrativa. Em suma, convidamos essas mulheres a colaborar com o documentário de fato e isso nos trouxe ainda mais verdade e emoção”, diz Fernanda Frazão, também diretora do filme.
De acordo com pesquisa da ActionAid de 2016, 86% das brasileiras já sofreram violência sexual ou assédio em espaços públicos. Delas, 77% ouviram assobios, 57% ouviram comentários de cunho sexual, 39% xingamentos, 50% foram seguidas, 44% tiveram seus corpos tocados, 37% tiveram homens que se exibiram para elas e 8% foram estupradas.
Muitos anos se passaram desde que as mulheres começaram a circular nos espaços públicos, mas o respeito nesse território ainda lhes é negado. Pesquisa do Ipea de 2014, “Tolerância social à violência contra as mulheres”, mostrou que 26% dos brasileiros concordam com a afirmação “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e estudo do Fórum de Segurança Pública de 2016 mostra ainda que uma em cada três pessoas acreditam que “mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”. Uma violência baseada na ideia de que quando uma mulher se comporta de determinada maneira, ela deve ser punida.
Tais pesquisas revelam o pensamento atual de muitas pessoas que ainda consideram inaceitáveis certas condutas e escolhas das mulheres, como “ficar bêbada”, “sair de casa sem o marido” e “usar roupas justas e decotadas”.
“Há alguns anos, assédio era uma palavra não dita, um assunto discutido em algumas bolhas feministas. Houve a necessidade de ampliar essa conversa e, com o tempo, ela foi evoluindo e amadurecendo. Não poderíamos estagnar nessa ideia do assédio como algo micro, a cantada de rua. É necessário olhar que papel ele desempenha dentro da cultura do estupro e como alimenta a roda hostil do machismo”, dizJuliana de Faria, fundadora da ONG Think Olga. “Mais que isso, o filme mostra como somos excluídas sistematicamente do debate sobre a cidade. As personagens do filme têm isso em comum: nenhuma se sente à vontade pra circular no espaço público. Nenhuma delas se sente segura ou pertencente à cidade. Para além da denúncia, vejo o documentário como um projeto educacional. A ideia é transformá-lo em ferramenta junto às universidades e escolas para que possamos pensar em conjunto uma mudança”, conclui.
Confira o trailer oficial do filme:
“A sociedade nos ensina que não temos que ver isso como um problema. Que é ‘legal’ a gente sair na rua e, de repente, ser assediada.”
Djamila Ribeiro
Pesquisadora na área de Filosofia Política e feminista
Sobre as diretoras
Amanda Kamanchek, brasileira, 31 anos, jornalista e documentarista, trabalha com projetos sociais destinados à prevenção da violência contra mulheres e meninas, educação de gênero nas escolas, assédio sexual e direito à cidade. Foi coordenadora de campanhas da área de enfrentamento à violência da ONU Mulheres Brasil – Agência das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres. É diretora do documentário Chega de Fiu Fiu, sobre o assédio contra as mulheres em espaços públicos em parceria com a organização feminista Think Olga. Desenvolveu junto ao Departamento de Ciência da Política de Direitos Autorais da Paz, Democracia e Tolerância da USP a plataforma Cartografia de Direitos Humanos. Foi coordenadora de Comunicação do Instituto Pólis, desenvolvendo conteúdos e projetos relacionados aos temas direito à cidade, habitação, segurança pública, democracia e sustentabilidade. É formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em Documentário pela AIC (Academia Internacional de Cinema). Eleita uma das 21 mulheres brasileiras que estão fazendo do país um lugar melhor, pelo Brasil Post / Huffington Post, 2014 e como uma das 100 mulheres inspiradoras do mundo em 2014, pelo Think Olga, organização feminista que combate o assédio contra as mulheres.
Fernanda Frazão, brasileira, 32 anos, é fotógrafa e documentarista, formada em Comunicação Audiovisual pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e pela Universidad da Coruña (UDC), Espanha. Trabalha na intersecção de várias mídias como plataformas criativas para contar histórias, com foco em gênero e direitos humanos. Dirigiu seu primeiro longa-metragem “Chega de Fiu Fiu” (2018) sobre o assédio sexual contra mulheres em espaços públicos no Brasil, em parceria com a organização feminista Think Olga. Em 2011, realizou o curta-metragem “Amai-vos uns aos loucos”, sobre os estereótipos da esquizofrenia e sua relação com a sociedade de consumo. Trabalha como freelancer de desenvolvimento, direção e criação em conteúdo multimídia na O2 Filmes, onde também atua como diretora criativa em novos formatos, conteúdo interativo e digital. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.
A Pinacoteca de São Paulo apresenta, a partir de 18/8, a grande exposição coletiva Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960-1985, no primeiro andar da Pinacoteca. A mostra tem curadoria da historiadora venezuelana Cecilia Fajardo-Hill e da pesquisadora argentina Andrea Giunta e é a primeira na história a levar ao público um significativo mapeamento das práticas artísticas experimentais realizadas por artistas latinas e a sua influência na produção internacional. Quinze países estarão representados por 120 artistas, reunindo mais de 280 trabalhos em fotografia, vídeo, pintura e outros suportes. A apresentação na capital paulista conta com a colaboração de Valéria Piccoli, curadora-chefe da Pinacoteca.
A exposição aborda uma lacuna na história da arte ao dar visibilidade à surpreendente produção, realizada entre 1960 e 1985, dessas mulheres residentes em países da América Latina, além de latinas e chicanas nascidas nos Estados Unidos. Entre elas, constam na mostra algumas das artistas mais influentes do século XX — como Lygia Pape, Cecilia Vicuña, Ana Mendieta, Anna Maria Maiolino, Beatriz Gonzalez e Marta Minujín — ao lado de nomes menos conhecidos — como a artista cubana Zilia Sánchez, cujos trabalhos são imbuídos de abstração geométrica e erotismo, a escultora colombiana Feliza Bursztyn e as brasileiras Leticia Parente, uma das pioneiras da vídeoarte, e Teresinha Soares, escultora e pintora mineira que vem recebendo atenção internacional recentemente.
O recorte cronológico da coletiva é tido como decisivo tanto na história da América Latina, como na construção da arte contemporânea e nas transformações acerca da representação simbólica e realista do corpo feminino. Durante esse período, as artistas pioneiras partiram da noção do corpo como um campo político e embarcaram em investigações radicais e poéticas para desafiar as classificações dominantes e os cânones da arte estabelecida. “Essa nova abordagem instituiu uma pesquisa sobre o corpo como redescoberta do sujeito, algo que, mais tarde, viríamos a entender como uma mudança radical na iconografia do corpo”, contam as curadoras. Essas pesquisas, segundo elas, acabaram por favorecer o surgimento de novas veredas nos campos da fotografia, da pintura, da performance, do vídeo e da arte conceitual.
A abordagem das artistas latino-americanas foi uma forma de enfrentar a densa atmosfera política e social de um período fortemente marcado pelo poder patriarcal (nos Estados Unidos) e pelas atrocidades das ditaduras apoiadas por aquele país (na América Central e do Sul), que reprimiram esses corpos, sobretudo os das mulheres, resultando em trabalhos que denunciavam a violência social, cultural e política da época. “As vidas e as obras dessas artistas estão imbricadas com as experiências da ditadura, do aprisionamento, do exílio, tortura, violência, censura e repressão, mas também com a emergência de uma nova sensibilidade”, conta Fajardo-Hill.
Para Giunta, tópicos como o poético e o político são explorados, na exposição, “em autorretratos, na relação entre corpo e paisagem, no mapeamento do corpo e suas inscrições sociais, nas referências ao erotismo, ao poder das palavras e ao corpo performático, a resistência à dominação; feminismos e lugares sociais”. E complementa: “Estes temas atravessaram fronteiras, surgindo em obras de artistas que vinham trabalhando em condições culturais muito diferentes”, completa. Não à toa, a mostra é estruturada no espaço expositivo em torno de temas em vez de categorias geográficas. A curadora da Pinacoteca, Valéria Piccoli, destaca a importância da representatividade das brasileiras dentro da mostra: “além dos nomes que participaram das exposições no Hammer e no Brooklyn Museum, também vamos incluir mais quatro na apresentação em São Paulo”, revela.
A América Latina conserva uma forte história de militância feminista que – com exceção do México e alguns casos isolados em outros países nas décadas de 1970 e 1980 – não foi amplamente refletida nas artes. Mulheres radicais propõe consolidar, internacionalmente, esse patrimônio estético criado por mulheres que partiram do próprio corpo para aludir – de maneira indireta, encoberta ou explícita – as distintas dimensões da existência feminina. Para tanto, as curadoras vêm realizando uma intensa pesquisa, desde 2010, que inclui viagens, entrevistas, análise de publicações nas bibliotecas da Fundação Getty, da Universidade do Texas entre diversas outras.
O argumento central da exposição mostra que, embora boa parte dessas artistas tenham sido figuras decisivas para a expansão e diversificação da expressão artística em nosso continente, ainda assim não haviam recebido o devido reconhecimento. “A exposição surgiu de nossa convicção comum de que o vasto conjunto de obras produzidas por artistas latino-americanas e latinas tem sido marginalizado e abafado por uma história da arte dominante, canônica e patriarcal”, definem as curadoras. Segundo o diretor da Pinacoteca, Jochen Volz, “foram, principalmente, artistas mulheres as pioneiras que experimentaram novas formas de expressão, como performance e vídeo, entre outras. Assim, a itinerância da mostra Mulheres radicais para o Brasil é de grande relevância para a pesquisa contemporânea artística e acadêmica e o público em geral”.
Esse rico conjunto de trabalhos, bem como os arquivos de pesquisa, coletados para a concepção da exposição, chegam finalmente ao público paulista, contribuindo para abrir novos caminhos investigativos e entendimentos acerca da história latino-americana. “O tópico agora faz parte de uma pauta ampla e ao mesmo tempo urgente. Entretanto, ainda há muito trabalho a ser feito e temos plena consciência de que este é apenas o começo”, finalizam as curadoras.
A exposição
“Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960-1985” foi organizada pelo Hammer Museum, de Los Angeles, como parte da Pacific Standard Time: LA/LA, uma iniciativa da Getty em parceria com outras instituições do Sul da Califórnia e teve curadoria das convidadas Cecilia Fajardo-Hill e Andrea Giunta. Sua apresentação na Pinacoteca de São Paulo conta com o patrocínio do Itaú, Escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e Banco BTG Pactual, além do apoio de JK Iguatemi e revista Claudia.
A exposição foi realizada graças ao apoio da Getty Foundation. A maior parte dos recursos da mostra foram promovidos por Diane and Bruce Halle Foundation e Eugenio López Alonso. Apoio generoso foi oferecido por Vera R. Campbell Foundation, Marcy Carsey, Betty e Brack Duker, Susan Bay Nimoy e Visionary Women.
Exhibition Circle
Pela primeira vez em sua história, a Pinacoteca concebe um Exhibition Circle — prática bastante comum nos EUA e na Europa para arrecadar fundos — especialmente para esta exposição. Para a ocasião, o museu convidou 30 mulheres inspiradoras e pioneiras em suas áreas de atuação para colaborarem financeiramente na viabilização de “Mulheres Radicais”. “Convidamos mulheres que refletem o espírito desta exposição e que, para nós, são fonte de admiração e merecem reconhecimento público. O grupo que chamamos carinhosamente de ´Mulheres Extraordinárias´ representa o engajamento e o pioneirismo feminino em diversas áreas da sociedade”, conta Paulo Vicelli, diretor de Relações Institucionais da Pinacoteca. Integra a lista de homenageadas: Adriana Cisneros, Ana Lucia de Mattos Barretto Villela, Catherine Petigás, Estrellita Brodsky, Luisa Strina, Fernanda Feitosa, Lygia da Veiga Pereira Carramaschi, Luiza Helena Trajano, entre outras.
A Casa da Cultura Juscelino Kubitschek, em Ribeirão Preto, recebe a exposição “As Donas da Bola”, que fica em cartaz no mesmo local até 21/6. A realização é da ACAM Portinari e do Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP), instância da Secretaria da Cultura do Estado. A entrada é gratuita.
A mostra é resultado da iniciativa de 11 fotógrafas, pioneiras no fotojornalismo brasileiro, que percorreram o País em busca de mulheres que jogam bola. Ela foi apresentada pela primeira vez no Centro Cultural São Paulo, em 2014, como um dos eventos paralelos do campeonato mundial de futebol – já foi exposta no Museu do Futebol e agora roda o Estado, já passando por cidades como São Pedro, Piracicaba, Paulínia e Santa Bárbara do Oeste.
“É o olhar de nós, fotógrafas, sobre a mulher no futebol – território até muito pouco tempo, e hoje em dia ainda para muitos, exclusivamente masculino”, explica Márcia Zoet, coordenadora e uma das profissionais participantes da mostra.
Além dela, “As Donas da Bola” traz trabalhos de Ana Araújo, Ana Carolina Fernandes, Bel Pedrosa, Eliária Andrade, Evelyn Ruman, Luciana Whitaker, Luludi Melo, Marlene Bergamo, Mônica Zarattini e Nair Benedicto. A expectativa é que todas estejam presentes no bate-papo.
Cada uma delas retratou a prática de diversas esportistas: freiras que jogam futebol; futlama no Amapá; futebol em comunidades de São Paulo e Rio de Janeiro; campeonato indígena no Mato Grosso do Sul; jovens que jogam bola na praia de Ipanema; entre outros temas.
“A exposição é resultado do trabalho de pioneiras do fotojornalismo brasileiro, que ao longo de suas jornadas profissionais enfrentaram uma série de preconceitos ao retratar o futebol. É o olhar feminino sobre um universo que hoje também, cada vez mais, vem sendo ocupado pelas mulheres”, observa o diretor do Grupo Técnico de Coordenação (GTC) do SISEM-SP, Davidson Kaseker.
A cidade de Limeira recebe no mês de junho a exposição itinerante “Visibilidade para o Futebol Feminino”, criada pela equipe do Museu do Futebol, instituição da Secretaria da Cultura do Estado, com o objetivo de ampliar a visibilidade da trajetória feminina no esporte mais popular do Brasil.
A mostra ficará em cartaz no Museu Histórico e Pedagógico Major José Levy Sobrinho, instituição vinculada à Secretaria de Cultura do Município de Limeira. Dentre os conteúdos abordados, a mostra conta que o futebol feminino chegou até mesmo a ser proibido por lei no País, entre 1941 e 1979. Além disse, reflete o porquê de as mulheres futebolistas não terem nem sombra do mesmo reconhecimento que os homens por parte de clubes, federações e mesmo da memória afetiva dos torcedores.
Situação no estádio do Pacaembu, em São Paulo, o Museu do Futebol tem hoje um vasto acervo sobre a modalidade, disponível para consulta na biblioteca em sua sede, no banco de dados online (https://dados.museudofutebol.org.br) e na exposição virtual de mesmo nome do projeto, disponível na plataforma Google Arts&Culture.
A mostra itinerante resulta de ação com o Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP), instância ligada à Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, para a difusão de acervos e ampliação do acesso à cultura.
Em Limeira, curiosamente, o museu que recebe a mostra tem o mesmo nome do estádio, que leva o nome de José Levy Sobrinho, ex-prefeito e um dos responsáveis por implantar a citricultura na cidade. Limeira é uma das poucas cidades que ostenta o título de campeã paulista de futebol, com a conquista da Internacional, em 1986.