Como sobreviver a um campo de concentração? Estaria essa sobrevivência condicionada ao acaso do destino? Essas são algumas das perguntas que o livro “Eu sobrevivi ao holocausto”, da holandesa Nanette Blitz Konig, busca responder. A escritora participa de um bate-papo sobre a obra na Fábrica de Cultura Brasilândia no dia 4 de dezembro, terça-feira às 15h.
Editada pela Universo dos Livros, a obra conta a história de um período em que Nanette e milhões de judeus foram entregues à própria sorte com a mínima chance de sobrevivência. Colega de classe de Anne Frank no colégio, Nanette teve a juventude roubada e perdeu a crença na inocência humana quando esteve diante da morte diversas vezes – situações em que fora colocada em virtude da brutalidade incompreensível dos nazistas. Hoje, aos 89 anos, Nanette vive no Brasil e expõe suas lembranças mais traumáticas aos leitores. Com um depoimento ao mesmo tempo sensível e brutal, ela questiona a capacidade de compaixão do ser humano, alertando o mundo sobre a necessidade urgente da tolerância entre os homens.
No dia 23/6, o Memorial da Resistência promove mais uma edição do Sábado Resistente, projeto realizado em parceria com o Núcleo de Preservação da Memória Política. No evento, será realizado o lançamento brasileiro do livro “A experiência Tupamara: pensando em futuras insurgências”, do uruguaio Jorge Zabalza.
Zabalza, dirigente histórico da MLN-T (Movimento de Liberação Nacional – Tupamaros), reconstrói em seu livro sua resistência e de seus companheiros durante a ditadura militar uruguaia. Zabalza, ou “El Tambero”, enfrentou onze anos de cárcere, nos quais conviveu diariamente com a tortura e isolamento.
O livro de Jorge Zabalza faz uma análise político-histórica do Uruguai, que remonta às lutas anticoloniais e chega às lutas anti-imperialistas de nossos dias, penetrando nas entranhas da opressão e dos massacres por parte das oligarquias contra os pobres e os explorados. Detalha também a repressão política desde as suas origens e, em especial, durante a ditadura militar dos anos 1970/80.
“Este livro, apesar de analisar contingências e posições político-ideológicas a partir de experiências e modelos aplicados naqueles tempos cinzentos, volta-se para o amanhã, para as novas gerações de combatentes – para a juventude progressista da América Latina em particular”, afirma o ex-preso político Geraldo Sardinha. “É preciso estar preparado para o futuro também com as armas fornecidas pelo passado.”
Programação
O evento começa às 14h com as boas-vindas da equipe do Memorial da Resistência. A mesa redonda, prevista para acontecer às 14h20, conta com a participação de Carlos Aznares, jornalista nascido no Chile e criado na Argentina, é analista de política internacional em vários meios da imprensa e blogs. Ex-militante do movimento dos Montoneros (Argentina), é atualmente palestrante e diretor do site “Resumen Latinoamericano y del Tercer Mundo”; Anibal Varela, Secretário Geral do Sindicato do Trabalhadores Municipais de Montevideo e Presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Uruguai; Jandir Santin, professor de Filosofia e Teologia na cidade de Chapecó. Assessor de vários movimentos populares na formação de lideranças; Gilmar Mauro, integrante da direção nacional do Movimento Sem Terra (MST); Geraldo Jorge Sardinha, ex-preso político, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário – PCBR, do Movimiento de Liberación Nacional-Tupamaros – Atualmente na coordenação da Liga Latino Americana dos Irredentos; e Paulo Gomes, advogado, ex-preso político, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) e atualmente na coordenação da Liga Latino Americana dos Irredentos. Finalizando a programação, um debate, previsto para às 16h10.
A publicação conta a história de Ricky Ribeiro, que perdeu todos os movimentos e é criador do portal Mobilize Brasil – o lançamento acontece dia 4 de dezembro, às 18h00 – entrada franca(mais…)