Conhecida mundialmente, a história de Anne Frank é tema de releitura dramática na Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos. No espetáculo intimista Anne Frank, que acontece de 6 a 8 de abril – sexta-feira e sábado, às 19h00 e domingo, às 11h00 – o público revive as angústias diante dos horrores da Segunda Guerra Mundial, a partir do olhar sensível da adolescente. A peça da companhia Cid Chagas integra a programação sobre migração, que acontece durante todo o ano no museu-casa.
Foto: Anne Frank
Em julho de 1942, Anne e sua família (pais e irmã), além de outros judeus, se esconderam em um anexo secreto junto ao escritório de seu pai, em Amsterdã, durante a ocupação nazista nos Países Baixos. Durante o tempo escondida, Anne Frank usou seu diário para contar sobre sua vida antes e depois do confinamento. Em agosto de 1944, agentes da Gestapo detiveram todos os escondidos, separando Anne de seus pais e levando todos para campos de concentração. O diário de Anne Frank foi entregue por Miep Gies a Otto H. Frank, seu pai, após a morte de Anne Frank ser confirmada – ela faleceu no campo de concentração Bergen-Belsen em março de 1945, quando tinha 15 anos.
Foto: Espetáculo Anne Frank – Companhia Cid Chagas
O espetáculo é criação da companhia Cid Chagas, de Pereira Barreto, interior de São Paulo. O grupo fez parte do Programa de Qualificação em Artes, que tem como ação principal a orientação artística a grupos, companhias ou coletivos de teatro e de dança no interior, litoral e região metropolitana de São Paulo, exceto capital. A orientação artística visa à valorização desses grupos, fomentando a formação de público e a vida cultural das comunidades, fortalecendo assim a produção cultural local.
Foto: Espetáculo Anne Frank – Companhia Cid Chagas
Com o objetivo de promover o debate e reflexões sobre os aspectos culturais da migração, bem como o contato do público com manifestações artísticas de diferentes culturas presentes em São Paulo, a Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos desenvolve em 2018 uma série de eventos que reúnem especialistas para falar do tema sob diferentes óticas, além de artistas de diversas origens.
A programação se inicia em março comA Literatura brasileira e as guerras mundiais, curso que propõe a investigação das influências que as Guerras Mundiais exerceram sobre a literatura brasileira, estudando escritores como Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Murilo Mendes. A atividade acontece entre 13 de março e 03 de abril, terças-feiras, às 19h00.
O Jardim Paradiso conta com sessões gratuitas dos filmes O Imigrante (1917), de Charles Chaplin, e O Filho de Saul (2015), de László Nemes, exibidos dias 8 de março e 12 de abril, respectivamente, às 19h00. Antes das exibições, serão lidos trechos do Caderno Italiano, de Boris Schnaiderman, e da obra memorialística de Primo Levi.
“A cidade de São Paulo é emblemática como espaço multicultural, com seu histórico de convivência entre imigrantes de diversos países e brasileiros de todas as regiões. A Casa das Rosas, a Casa Guilherme de Almeida e a Casa Mário de Andrade apresentam, cada qual com seu perfil, ligações muito fortes com o tema”
Explica Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários.
Programação
Jardim Paradiso
Jardim Paradiso | 8/3 e 12/4. Quinta-feira às 19h00
Atividade sem necessidade de inscrição prévia
As migrações ocorridas na primeira metade do século XX, junto à experiência limite da Segunda Guerra Mundial, são os grandes temas dos filmes escolhidos para o Jardim Paradiso.
8/3 | O Imigrante (1917)
Direção: Charles Chaplin | Livre | 24 min.
12/4 | O Filho de Saul (2015)
Direção: László Nemes| 14 anos | 100 min.
A literatura brasileira e as Guerras Mundiais
13/3 a 3/4. Terças-feiras às 19h00
Inscrições gratuitas pelo site www.casadasrosas.org.br ou presencialmente na recepção da Casa. 40 vagas.
O curso com Murilo Marcondes investiga as influências que as Guerras Mundiais da primeira metade do século XX exerceram sobre a literatura brasileira do período, passando por escritores como Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Murilo Mendes.
Spio: improvisadores em orquestra
| 16/3 e 20/4. Sexta-feira às 19h00
Atividade sem necessidade de inscrição prévia
Com sonoridade, instrumentos e formação fora do comum, esta orquestra paulistana faz com que cada uma de suas apresentações se mostre única. Na apresentação de abril, especialmente planejada para o Museu, a orquestra trabalhará com a questão das diásporas modernas, somando a improvisação aos temas e manifestações culturais encontrados na experiência de refugiados de todo o mundo.
A banalidade do mal: Auschwitz e seu legado
24/3. Sábado às 15h00
Inscrições gratuitas pelo site www.casadasrosas.org.br ou presencialmente na recepção da Casa. 40 vagas.
A partir da projeção de trechos dos filmes O filho de Saul (2015), Labirinto de mentiras (2015) e Hannah Arendt (2012), além de textos e cartas que tratam do assunto, João Hidalgo convida os participantes para refletir sobre o legado de Auschwitz para a humanidade.
Poemas do exílio
5/4. Quinta-feira às 19h00
Atividade sem necessidade de inscrição prévia
O recital resgata a leitura de célebres poemas que falam sobre exílio, tema recorrente ao longo da história literária, ou foram compostos durante o exílio dos escritores. Canção do Exílio, de Gonçalves Dias e Poema sujo, de Ferreira Gullar, estão no repertório.
Anne Frank
6 a 8/4. Sexta-feira e sábado às 19h00; domingo às 11h00
Atividade gratuita sem necessidade de inscrição prévia. 25 lugares (por ordem de chegada)
Releitura dramática do Diário de Anne Frank encenada por duas jovens atrizes da Companhia Cid Chagas, de Pereira Barreto. A montagem é intimista e revela as angústias diante dos horrores da história, a partir do olhar sensível de uma adolescente.
Ficha técnica
Direção: Gabriel Mirck e Mário Irikura
Elenco: Júlia Vega e Looh Cruz
Grandes Emigrados
10 a 24/4. Terças-feiras às 19h00
Inscrições gratuitas pelo site www.casadasrosas.org.br ou presencialmente na recepção da Casa. 40 vagas.
Este ciclo de palestras aborda a vida e a obra de críticos de origem estrangeira que exerceram influência em áreas como a crítica literária e teatral e os estudos sobre tradução.
