O Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) do Museu da Imigração, aberto em abril de 2016, disponibiliza para consulta gratuita um acervo especializado, formado por aproximadamente 10 mil publicações, 550 entrevistas de história oral, 12 mil itens e objetos, 62 metros lineares de arquivo institucional e um banco de dados online com cerca de 250 mil imagens digitalizadas. Como forma de contribuir para que as famílias encontrem informações dos seus antepassados imigrantes de forma mais assertiva, especificamente no material digitalizado disponível no site do MI, a instituição lança o ebook gratuito “Acervo Digital do Museu da Imigração”.
A publicação, desenvolvida pela equipe de pesquisa, apresenta etapas e caminhos ideais a serem seguidos, além de dados sobre a trajetória da Hospedaria de Imigrantes do Brás, explicação de cada item do registro de matrícula, resumo dos outros campos de busca existentes nessa plataforma, entre outros. Para fazer o download, é necessário acessar o site e preencher um pequeno formulário.
Visando aprimorar o atendimento presencial e personalizado, realizado pelos pesquisadores, e torná-lo acessível para um número maior de pessoas, o Centro estendeu o seu horário de funcionamento, passando a abrir de terça a sábado, das 10h00 às 16h00 (exceto feriados). Durante o ano de 2018, os profissionais desse espaço atenderam mais de nove mil solicitações presenciais ou encaminhadas por e-mail, relacionadas ao acervo online e com finalidade genealógica ou para processos de cidadania.
“Muitas pessoas chegam aqui em busca de documentação para cidadania, ou interessadas na construção de árvore genealógica, com poucas informações e saem com dados preciosos e uma pesquisa encaminhada.”
Henrique Trindade
Pesquisador
O CPPR tem como funções a salvaguarda, a pesquisa e a difusão do acervo do Museu da Imigração e de referências patrimoniais sobre a trajetória dos migrantes. O espaço atua em conjunto com diversos setores da instituição e estabelece parcerias com universidades, centros de pesquisa e comunidades migrantes, resultando na gestão do acervo e no desenvolvimento de estudos que podem se tornar publicações, exposições ou programações culturais e científicas. A equipe está preparada para atender estudantes e pesquisadores que estão em busca de informações para trabalhos acadêmicos ou público em geral, com interesse sobre os antepassados ou à procura de documentos para processos de cidadania. Além do trabalho de atendimento, o Centro engloba, também, os trabalhos especializados de conservação preventiva, pesquisa e catalogação, de modo a aprofundar o conhecimento sobre o acervo e sua comunicação.
“É extremamente gratificante manter esse espaço no Museu da Imigração, oferecendo um serviço personalizado de qualidade. A nossa equipe está empenhada para que esse atendimento continue crescente e que o CPPR se torne um centro de pesquisa cada vez mais completo, com a ampliação da estrutura e o estabelecimento de parcerias estratégicas relacionadas ao tema das migrações”, comenta a diretora executiva da instituição, Alessandra Almeida.
Acervo do Museu da Imigração
O acervo do Museu da Imigração é formado pela coleção museológica e de história oral, biblioteca e arquivo institucional. A coleção museológica contém 12 mil objetos e é composta por objetos pessoais, domésticos, de trabalho ou relacionados às viagens. São roupas e acessórios, itens de cozinha, brinquedos, instrumentos médicos, ferramentas de marcenaria, tipografia, equipamentos e maquinários diversos, malas, baús, além de fotografias, passaportes, cartas etc.
A coleção de história oral, conta com 569 entrevistas coletadas ao longo de 25 anos. A coleção surgiu do interesse de registrar trajetórias migrantes para São Paulo e a história da Hospedaria de Imigrantes do Brás. Atualmente, vem sendo realizados projetos de captação de entrevistas focando nas migrações contemporâneas. Entre os grupos culturais presentes nessas produções, os visitantes e pesquisadores encontram relatos de alemães, armênios, bolivianos, congoleses, croatas, haitianos, japoneses entre outros.
Durante a visita ao CPPR, o público pode ter acesso a todo o acervo bibliográfico, que começou ser formado no Serviço de Imigração e Colonização (1939) e vem sendo acrescido de títulos com a temática da migração, principalmente depois da década 1990. O espaço incorporou coleções que são consideradas especiais e com grande valor, como os volumes da coleção Brasiliana, editada pela Companhia Editora Nacional. A biblioteca do MI disponibiliza também conteúdos relacionados a São Paulo: história, deslocamentos populacionais e migração internacional e interna para essa localidade, além de museologia, biblioteconomia, arquivologia, preservação e conservação de acervos e ações educativas em museus. Entre as classes predominantes na coleção bibliográfica, o público encontra publicações sobre as imigrações italiana, japonesa, sírio-libanesa, espanhola e chinesa; migrações internas; políticas migratórias e história das famílias e dos bairros de São Paulo.
Já o arquivo institucional, que pode ser consultado mediante agendamento prévio, é formado por documentos produzidos internamente desde 1993. Dividido nos fundos “Memorial do Imigrante (1993-2010)” e “Museu da Imigração (2011-2018 )”, são compostos por dossiês de atividades culturais, materiais de divulgação, fotografias de programações e exposições, além de registros relacionados à gestão do Museu.
O Museu da Imigração disponibiliza também um banco de dados digital, com diversos tipos de registros do funcionamento da Hospedaria de Imigrantes do Brás, que pode ser acessado por meio do site da instituição. O banco é composto por Livros de Matrícula da antiga Hospedaria de Imigrante do Brás, Cartografia, Listas de Bordo, Cartas de Chamada, Iconografia, Requerimentos Administrativos e Jornais elaborados por comunidades migrantes.
Atendimento
Os interessados nas entrevistas de história oral, na biblioteca, no acervo museológico e no arquivo institucional, devem entrar em contato pelo e-mail biblioteca@museudaimigracao.org.br. As entrevistas podem ser consultadas no Museu ou disponibilizadas em mídias mediante assinatura de cessão de uso de imagem, uma vez que não podem ser utilizadas comercialmente.
Para quem deseja esclarecer dúvidas sobre a pesquisa no acervo digital, antes de vir pessoalmente, pode entrar em contato pelo e-mail pesquisa@museudaimigracao.org.br.
O mês de dezembro começará com exposição nova no Museu da Imigração, que inaugurará a temporária “Sinta-se em casa” no dia 1º, às 11h00, abordando as múltiplas relações entre a experiência de migrar e a casa, como lugar e conceito. A mostra ficará em cartaz até outubro de 2019.
A curadoria foi estruturada nos eixos “Acolhida”, “Habitar” e “Morada”, discutindo aspectos históricos e contemporâneos da recepção aos migrantes no Brasil e o acesso à moradia, assim como a compreensão de casa como um lugar no qual as pessoas se elaboram e reelaboram, por meio dos objetos com que a compõe, e, também, a noção de sentir-se parte de um lugar, que se dá, por vezes, pelos laços humanos construídos.
Em “Acolhida”, o público poderá conhecer a história de casas que recebem e abrigam migrantes que chegam ao Brasil, como era feito na antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, além de compreender questões como a dificuldade de acesso à moradia, por conta das comprovações e rendas necessárias. Neste módulo, a curadoria abordará, também, como eram as construções e a manutenção das casas de colonos nas fazendas, por meio de imagens e depoimentos de migrantes que fazem parte dos arquivos de história oral da instituição.
Os visitantes encontrarão a reconstrução de uma sala em “Habitar”, que trará móveis e objetos pertencentes ao acervo da instituição. Máquina de costura, itens de decoração, telefone, rádio-vitrola e peças relacionadas a hábitos de algumas culturas serão encontrados nesse espaço, que representa a memória de migrantes e descendentes. No mesmo módulo, uma instalação com portas de armários representará o local onde se guardam as malas e bagagens, promovendo uma interatividade com o público.
Por fim, o eixo “Morada” proporcionará uma reflexão sobre como a casa acaba se tornando mais do que uma estrutura física e a relação do ser humano com os objetos. Na busca pela adaptação em uma nova realidade, existem outros pontos que podem auxiliar para que os migrantes se sintam abrigados, protegidos e seguros: pessoas, redes e espaços que os conectem. A curadoria se utilizará, nesse momento, de mural de foto, jornais antigos e novos, áudios de rádios comunitárias, imagens de manifestações coletivas, entre outros elementos, para apresentar essas conexões.
O Museu da Imigração irá comemorar, em 25/5, uma data muito importante para a sua história: seus 25 anos de funcionamento. Nesse mesmo dia, em 1993, foi assinado o decreto nº 36.987, que marcou a criação do equipamento cultural com o objetivo de levantar os dados, recolher os objetos e os documentos relacionados à imigração ocorrida no Estado de São Paulo. Para celebrar essa trajetória tão representativa, o público poderá acompanhar a execução de uma pintura ao vivo, ao som de um quinteto instrumental, no dia 24/5, e, no dia 25/5, será lançada uma nova exposição virtual. A programação é gratuita.
No domingo (24), os visitantes acompanharão o desenvolvimento de uma obra do artista plástico refugiado Lavi Kasongo no jardim do Museu, das 14h às 18h. A pintura será produzida ao vivo e os interessados poderão enviar lances para a aquisição da peça, que terá como foco a temática da imigração, traduzida nas experiências e memórias do artista. Kasongo é refugiado da República Democrática do Congo, estudou na faculdade de Belas Artes em Kinshasa, no seu país natal, e mora no Brasil desde 2015.
Compondo as ações comemorativas, a partir das 15h, o público e a produção artística serão embalados por uma apresentação musical do quinteto instrumental Suíte Êxodo, que conta com saxofone, piano, guitarra, baixo e bateria. A banda retrata a história da imigração de um povo e o repertório passeia pelo baião, jazz tradicional e contemporâneo, ritmos africanos e, até mesmo, a música pop, demonstrando a diversidade resultante das misturas desses fluxos culturais.
Na data oficial do aniversário (25), acontecerá o lançamento da exposição virtual “O caminho das Coisas” no Google Cultural Institute. A mostra é resultado do projeto “Encontros com o Acervo” e busca redescobrir as histórias de alguns objetos da coleção do MI. O link para acessar essa plataforma será divulgado nas mídias sociais e no site da instituição.
O Museu da Imigração celebrará os 110 anos da imigração japonesa no Brasil com uma programação especial no dia 18/6, das 17h às 21h. Nessa data histórica, em 1908, 781 imigrantes japoneses chegaram ao porto de Santos a bordo do navio Kasato Maru e se abrigaram na Hospedaria de Imigrantes do Brás (hoje sede do Museu) até serem conduzidos aos seus postos de trabalho. Iniciavam, assim, a contribuição japonesa para o desenvolvimento do país.
Em homenagem a esse dia tão representativo, o Museu da Imigração, localizado no complexo que recebeu cerca de 85 mil imigrantes japoneses, abrirá na segunda-feira (18), exclusivamente no horário do evento, para a exibição de “Gaijin – Ama-me como sou” (2005), dirigido por Tizuka Yamasaki, uma das cineastas mais importantes do Brasil. O longa-metragem apresenta a história das gerações de mulheres descendentes de Titoe, a imigrante japonesa que protagonizou “Gaijin – Os Caminhos da Liberdade” (1980), o primeiro da sequência. “Gaijin – Ama-me como sou” foi premiado como melhor filme, melhor direção, melhor atriz coadjuvante e melhor música no Festival de Gramado de 2005.
A programação começará com uma recepção aos participantes e visita às exposições da instituição, às 17h. No jardim do MI, o público poderá prestigiar uma apresentação musical, às 18h. A exibição ao ar livre da obra de Tizuka será no mesmo local e está marcada para as 19h.
Ao término do filme, diretora, produtores e convidados realizarão uma conversa sobre a temática, às 21h00. Os interessados em participar dessa comemoração devem enviar e-mail para m.souto@museudaimigracao.org.br. As vagas são limitadas e gratuitas.
Artistas com atuação no Brasil e na Alemanha criam obras em formato de audioguias em Munique e São Paulo e colocam em debate a migração nos dois países
A quinta edição da MITsp acontece entre os dias 1º a 11 de março de 2018, em vários espaços da cidade, com apresentação de 10 espetáculos inéditos, envolvendo artistas de vários países. E uma dessas ações artísticas traz uma importante parceria: o Goethe-Institut e o festival SpielArt juntam-se à MITsp para a realização, aqui no Brasil, do projeto AudioReflex.
O projeto será lançado na sexta-feira, dia 2 de março, às 11h00, no Museu da Imigração, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Na ocasião, os artistas envolvidos no Audioreflex Ariel Efraim Ashbel, Claudia Bosse e Rita Natálio, participarão de conversa com o público, na ação “Pensamento em processo”.
Por meio de canais auditivos, os artistas criaram obras que poderão ser ouvidas a partir de displays da exposição dentro e nos arredores do Museu da Imigração, que focam na história da migração e do recrutamento de trabalhadores europeus depois da abolição oficial da escravatura no Brasil. De forma crítica e de um ponto de vista pós-colonial, eles questionam a “Willkommenskultur” (cultura de boas-vindas) do país não só de uma perspectiva histórica.
AUDIOREFLEX MUNIQUE – SÃO PAULO
Em parceria com o Goethe-Institut São Paulo e o festival SpielArt, o projeto AudioReflex tem como ponto de partida a migração e a integração dos imigrantes no Brasil e na Alemanha. Com a curadoria de Sigrid Gareis, uniu artistas ativos nos dois países para produção de uma performance auditiva sobre suas experiências com o tema. Em um primeiro momento, três artistas compuseram três obras em Munique e agora é a vez de os outros três virem ao Brasil para apresentar suas criações no Museu da Imigração e arredores.
Witnissing of the Trees – Claudia Bosse
Com Witnissing of the Trees, a diretora Claudia Bosse, que vive em Viena e Berlim, compôs uma viagem performativa pelos jardins do museu: nesse trajeto auditivo, seis árvores tornam-se protagonistas de uma história alternativa da migração de São Paulo. As árvores falam de acontecimentos que elas possam ter vivenciado desde 1886 no jardim da antiga Hospedaria de Imigrantes. Elas tornam-se testemunhas anacrônicas do lugar que desde 1905 foi conduzido pelo Departamento de Terras, Colonização e Imigração, depois virou presídio e hoje em dia é Museu.
Rita Natálio
A coreógrafa portuguesa Rita Natálio vive em São Paulo e, em seu trabalho, ampliou o contexto de migração. Seu tour leva a outros lugares em São Paulo que estão diretamente vinculados à história da migração brasileira. Os tours são adaptados aos espaços e contextos diferentes e podem ser ouvidos tanto durante os horários de funcionamento no Museu da Imigração do Estado de São Paulo, quanto na Casa do Povo (Bom Retiro), no Theatro Oficina (Bexiga), Al-Janiah (Bela Vista), Centro de direitos Humanos e Cidadania do Imigrante/CDHIC (Bela Vista) e no Arsenal da Esperança (Mooca).
Planet of the Shapes – Ariel Efraim Ashbel
Em sua performance auditiva Planet of the Shapes, o diretor israelense Ariel Efraim Ashbel, que vive em Berlim, transporta o visitante do Museu ao ano 2222. Nesse momento, uma onda enorme de migração de alienígenas ao nosso planeta já é histórica. Os documentos e objetos dessa era futura com uma nova colonização e escravidão da população brasileira já entraram no acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo…
PROGRAMAÇÃO
AudioReflex
Abertura dia 2/03 , às 11h00 e visitação de 6 a 11/03 como parte da MITsp. As obras permanecerão no Museu | Recomendação: livre
Edição do projeto apresenta comidas típicas do Marrocos, Congo e Moçambique e ainda oferece ao público uma oficina de culinária e atração musical (mais…)
Edição do projeto apresenta comidas típicas do Marrocos, Congo e Moçambique e ainda oferece ao público uma oficina de culinária e atração musical (mais…)
Edição do projeto comemora os 90 anos da Vila Zelina com gastronomia, dança, música, artesanato, entre outras atrações
A cidade de São Paulo possui muitos bairros com concentração de imigrantes e descendentes, entre eles Liberdade, Bixiga, Bom Retiro, Santo Amaro e Mooca. Na Zona Leste paulistana, a Vila Zelina é a região que agrupou, desde o século XIX, povos do Leste Europeu, como búlgaros, croatas, eslovenos, estonianos, letões, húngaros, lituanos, poloneses, russos, tchecos e ucranianos. Para celebrar os 90 anos de fundação do bairro histórico, o Museu da Imigração – instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo – em parceria com a Associação de Moradores e Comerciantes do Bairro da Vila Zelina (Amoviza) vai promover, no dia 29 de outubro, o “VIVA! Leste Europeu”. A edição do projeto reunirá das 10h00 às 18h00, atrações de grupos folclóricos, gastronomia, exibição de filmes, artesanato e oficinas. Os ingressos custam R$10 e R$5 (meia-entrada). (mais…)