O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP inaugura sua tradicional mostra de presépios, este ano composta por duas exposições simultâneas. “È Nato Gesù” entra em cartaz no espaço do MAS-SP e apresenta o trabalho do presepista italiano Ulderico Pinfildi por meio de um vídeo, de peças que compõem as cenas mais importantes dos presépios napolitanos, e da exibição de projeção 3D, em tamanho real, do Presepe Cuciniello del Museo di San Martino.
Em “È Nato Gesù”, o público visitante passa a conhecer o minucioso trabalho de Ulderico Pinfildi. Criado ao redor do ateliê de seu pai, ceramista, mestre em cerâmica esmaltada, aprendeu desde cedo o ofício da faiança e da cerâmica, o que lhe foi extremamente útil quando se viu apaixonado pela arte dos presépios.
Para a exposição, Ulderico Pinfildi apresenta um vídeo que trata das várias fases de realização de suas peças, contextualizando personagens e origens. Em seguida, o espectador é levado a um percurso que exibe as principais cenas do presépio napolitano – Annuncio Alla Madonna, Annuncio Al Pastori, Pastori In Cammino, Gruppo Delle Procidane, Gruppo Delle Calabresi, Gruppo Di Famiglia Con La Giumenta, Pastori Con Doni e Mestieri, Tarantella, More Nobili, Suonatori Orientali, Re Magi Di Cui Uno a Cavallo, Gloria Degli Angeli e La Natività -, em meio às figuras criadas pelo artista conforme técnicas operacionais dos artesãos do século XVIII. Tais figuras, ou “pastores”, são produzidas com diversos materiais: “a cabeça é feita de terracota, os olhos são de vidro e se aplicam com estuques, e finalmente, mãos e pés são geralmente de madeira. Para pintá-los usam-se pigmentos e cores que se referem a esses diferentes materiais. Antigamente utilizavam-se os óleos, ou outros tipos de pigmentos com cola. Atualmente utilizo os acrílicos (…)”, explica o artista.
“Ao visitar os museus e, principalmente, o Museu de San Martino, nasceu essa admiração por essas figuras fascinantes. Os meus estudos se tornaram cada vez mais sérios e profundos: tive que estudar anatomia, primeiramente a do rosto, depois a do corpo inteiro, que me permitiu realizar figuras inteiras, nuas, que na nossa área chamam-se ‘academia’, e esculturas também de grandes dimensões.”
Ulderico Pinfildi
Ulderico Pinfildi ainda destaca a importância do vestuário desses “pastores”, uma vez que o presépio napolitano é único no seu gênero e desenvolveu-se nos tempos dos Bourbons, no Reino das Duas Sicílias. “Por esse motivo, os trajes dos pastores são os trajes que eram realmente usados pelo povo do Reino. Eu realizo um trabalho de profunda pesquisa iconográfica para reproduzir aquele gênero de trajes, porque nas várias áreas de Nápoles e redondezas da cidade, eram usados trajes diferentes. Por exemplo, a ‘procidana’, isto é, o habitante de Prócida vestia um riquíssimo traje de origem grega; em Ischia, por outro lado, usava-se outro tipo de traje; em Santa Lucia, uma zona de Nápoles perto do mar, havia a ‘Luciana’, que usava outro tipo de traje; nas zonas internas, a mulher usava um tipo de vestido mais diferente ainda. Portanto, o presépio é rico dessas figuras diferentes”. Em suas figuras, os trajes são confeccionados por meio das mesmas técnicas utilizadas antigamente, feitos à mão e com uso de sedas.
Por fim, em “È Nato Gesù”, o visitante pode conferir a projeção 3D do Presepe Cuciniello del Museo di San Martino, que tem como característica principal o movimento.
“A sua criação está sempre in fieri (em andamento), pois é uma prerrogativa de quem organiza o presépio compor como preferir as cenas, mudar de lugar animais e objetos de acordo com a necessidade, vestir as estátuas (sejam elas humanas ou angelicais) e colocá-las nas posições mais variadas, iluminar ou colocar, mais sombra, tudo com o objetivo de condicionar as sensações de quem olha. Ao espectador cabe participar e se emocionar com esse jogo, mais mental do que manual, cujo objetivo é o de criar com as próprias mãos uma realidade inexistente.”
Ileana Creazzo
Curadora da Seção do Presépio do MAS-SP
Já a mostra “Os Artesãos e seus Presépios II” apresenta, na Sala MAS-Metrô Tiradentes, o trabalho de 15 artistas paulistas selecionados por meio de edital da SUTACO – Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas Comunidades. Nesta mostra, o visitante pode contemplar peças em técnicas de modelagem, pintura, esmaltação e queima, marcenaria, escultura em madeira, com reutilização de resíduos têxteis, trançado e tingimento em palha de milho, reciclagem de papel e torção em metal. Nos dizeres de Marlene Augusta dos Santos, subsecretária substituta da SUTACO: “Essa exposição tem como objetivo mostrar como os artesãos paulistas homenageiam a chegada do Menino Jesus com figuras tradicionais e também de forma inovadora, difundindo a cultura popular”.
O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado, inaugura no dia 7/7, na Sala MAS – Metrô Tiradentes, “Cidades Invisíveis“, do artista plástico brasileiro Luiz Martins, sob curadoria de Ian Duarte Lucas. A mostra – formada por esculturas, fotografias e vídeos – elege o tempo presente, mesmo que instantâneo, como tema, e se desenvolve a partir do livro homônimo de Ítalo Calvino. Atento à passagem do tempo, em especial acerca de como o indivíduo se relaciona com seus entornos – privado e coletivo -, nesta produção o artista busca uma poética dentro da relação homem-cidade, considerando vestígios esquecidos pelas ruas.
A cidade é cenário para importantes manifestações humanas, que se desdobram em suas entranhas. “Em constante mutação, o homem se insere neste novelo de passagem: passagem do tempo, que tudo transforma, e cria novos significados na memória de quem habita a cidade. E essa poética se manifesta pelos objetos que o homem cria e utiliza em suas mais diversas atividades”, comenta o curador. Em “Cidades Invisíveis“, Luiz Martins utiliza a linguagem tridimensional para abordar o espaço e suas novas possibilidades territoriais, restaurando e ressignificando o cotidiano pela aplicação do conceito de “semióforo” em objetos e fragmentos, os quais perdem o status de “coisa” e passam a transmitir energia e força afetiva.
Ao se deparar com a exposição “Cidades Invisíveis“, espera-se que o espectador entenda a potencialidade de cada objeto, os quais representam, em suma, os reflexos do drama interior do homem em sociedade. Espera-se que sentimentos da individualidade contemporânea se tornem visíveis através deste processo mental. Nos dizeres do curador: “O homem, enquanto um ser artista, é, antes de tudo, um ser sociável: se expressa na construção de diferentes diálogos com o seu tempo, a sociedade em que se insere e consigo mesmo. Materializar esta expressão na forma da obra de arte é a maneira mais sublime de contemplar a fugacidade destas relações. O esquecimento desfigura os vestígios que o homem produz, e cabe ao artista revelar a poética destes objetos, por meio de sua sensibilidade, ao perceber algo latente e revelador nas coisas mais simples do cotidiano, memórias de uma vida que o tempo implacavelmente apagou“.
O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado, recebe a primeira visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré à cidade de São Paulo. A missa de acolhimento será celebrada na Catedral da Sé, em São Paulo, oficiada por D. Devair Araújo da Fonseca, com participação de Fafá de Belém, devota da Senhora de Nazaré. Após a celebração, a Imagem Peregrina será transferida para seu local de visitação –o Museu de Arte Sacra de São Paulo – onde fica abrigada para seu encontro com os visitantes por quatro dias – de 28 de junho a 01 de julho, retornando então à Belém.
Em sua chegada ao MAS/SP, a imagem será recepcionada pela Banda da Marinha do Brasil e conduzida ao local de exposição. Seu espaço foi concebido e executado por Osley José Viaro, com destaque para a Rosa de Ouro, criada pelo artista Paulo von Poser, onde as pessoas poderão colar “gotas” douradas e fazer seus pedidos à Santa. A Rosa de Ouro será levada a Belém como um presente de seus devotos.
A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré “aceitou” o convite para estar presente na capital paulista como convidada especial no lançamento do primeiro livro sobre sua Guarda e inaugurar a mostra “Guarda o Círio de Nazaré“. A exposição é composta por fotografias de Soraya Montanheiro, com curadoria de Juan Esteves, em que a artista retrata a liturgia, as peregrinações e toda estrutura que envolve o Círio, com enfoque para o trabalho da Guarda de Nossa Senhora de Nazaré. “São 2 mil voluntários, que acompanham a Imagem e trabalham por dias consecutivos durante os festejos. O objetivo do meu trabalho é o registro e pesquisa da atividade desses homens”, explica Soraya.
Nas palavras de Juan Esteves, autor dos textos que compõem o livro: “A Imagem Original da Nossa Senhora de Nazaré, também conhecida como Imagem Autêntica, está conectada a inúmeras narrativas. Ela desapareceu e retornou à casa do paraense Plácido várias vezes, até que ficou definitivamente em seu nicho na Basílica por volta de 1969, sendo então substituída nos eventos externos e viagens pela Imagem Peregrina. A original é de madeira, com 28 cm de altura, e carrega o Menino Jesus no colo. Na Basílica Santuário, a imagem fica em uma redoma de cristal no altar-mor, o Glória, entre anjos, nuvens e um esplendor de raios, um lugar confeccionado em mármore de Carrara em forma de anel. Ela é coberta por um manto canônico, trabalhado com fios e enfeites de ouro”.
O curador Juan Esteves informa que “a Imagem Peregrina foi esculpida na cidade de Ortisei norte da Itália, no fim do século XIX pelo escultor Vincenzo Giacomo Mussner. O artista teria esculpido a Imagem Peregrina deixando o rosto da santa com características amazônicas e do menino Jesus com traços indígenas, conforme recomendação do padre Brambilla. A imagem foi restaurada em 2002 por técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”.
História
Nossa Senhora de Nazaré surge de uma antiga tradição cristã do primeiro século, que conta que o próprio São José esculpiu uma imagem de Maria em madeira, em Nazaré na Galiléia e que São Lucas Evangelista a pintou. Mais tarde, a imagem foi levada para o mosteiro de Cauliniana, na Espanha. Depois, já no século VI, no ano de 711, foi levada para Portugal.
Com a invasão dos Mouros em Portugal, o rei Rodrigo, último rei visigodo da Península Ibérica, fugiu acompanhado por Frei Romano, levando as relíquias de São Brás, São Bartolomeu e a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Antes de morrer, Frei Romano escondeu a imagem em uma gruta. A imagem ficou ali por mais de 400 anos. Ela foi descoberta em 1182, por pastores da região. Por sua simplicidade, beleza e diferença dos padrões das imagens, Nossa Senhora de Nazaré voltou a ser venerada.
No Brasil
No dia 8 de setembro do ano de 1630, após uma grande tempestade, um pescador saiu para ver suas redes no mar de Saquarema. Ao passar diante de um morro, onde hoje está erguida a Igreja Matriz dedicada a Nossa Senhora de Nazaré, viu uma forte luz e foi verificar o que era. No local do brilho, ele encontrou a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
Levou a imagem para sua casa na vila, reuniu todos os pescadores, fizeram orações e foram dormir. No dia seguinte, a imagem reapareceu no local onde havia sido encontrada. Isso aconteceu por duas vezes. Todos entenderam que era para construir uma capela naquele local. Muitos milagres aconteceram a partir de então e a capela ficou pequena, sendo necessário construir uma igreja bem maior. Sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.
O Círio de Nazaré em Belém do Pará
Círio, cereus, é uma palavra que significa vela grande. A devoção à Senhora de Nazaré foi levada para Belém do Pará pelos padres Jesuítas há mais de 200 anos e se tornou a grande festa católica dedicada à Mãe de Jesus. A festa ocorre desde 1793, e hoje, conta com a participação de milhões de pessoas, celebrada no segundo domingo de outubro. Uma grande procissão com todos levando velas sai da Catedral de Belém e faz o translado da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré para a Praça Santuário onde está a Basílica de Nazaré, em um percurso de 5 quilômetros.
Fazendo parte dos elementos que compõem o Círio de Nazaré, a Basílica integra o conjunto declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco) ocorrido em 2013. Desde quando a Imagem Original (encontrada em 1700 por Plácido) foi entronizada no glória (1926) outra imagem, pertencente ao Colégio Gentil Bittencourt, passou a substituí-la nas romarias até 1969, quando foi confeccionada a Imagem Peregrina.
Em junho, os museus, salas de concerto e bibliotecas da Secretaria da Cultura do Estado capricharam em atividades sobre dois temas: futebol e cultura russa. São jogos, exposições, oficinas e muito mais. Confira o que fazer quando o Brasil não estiver jogando a aproveite!
O Museu do Futebol terá um mês repleto de atividades relacionadas ao campeonato. Já está em cartaz a exposição “A Primeira Estrela: o Brasil na Copa de 1958”, que conta a história da primeira conquista da seleção brasileira no mundial. Durante todo o mês, o museu também exibirá 39 jogos do campeonato em um espaço decorado especialmente para a competição. No dia 23 de junho, às 10h00, inicia-se a 1ª Feira Foot, evento gratuito que vai reunir uma feira retrô de itens de futebol, venda de memorabília, bate-papo sobre memórias do esporte e troca de artigos colecionáveis. Para fechar o mês, o 3º Arraial do Charles Miller, com entrada gratuita, vai juntar festa junina e futebol na Praça Charles Miller nos dias 30 de junho e 1º de julho (sábado e domingo).
No Museu Afro Brasil, está em cartaz a exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”, que ressalta a competência, o talento e a resistência negra nos esportes e em outros campos, como a arquitetura e as artes. Entre os jogadores homenageados na mostra estão alguns dos principais responsáveis pelas três primeiras conquistas mundiais do Brasil, como Pelé, Djalma Santos, Garrincha e Jairzinho. No acervo de longa duração, há esculturas, fotografias, ilustrações, bolas e outros objetos que contam a história do futebol brasileiro. Já na área externa, um grande painel reúne fotografias e ilustrações de Pelé, Leônidas, Chocolate, Didi, Djalma Santos, Zizinho, Garrincha, Paulo César Caju, Barbosa e Baltazar, além de uma série de caricaturas feitas pelo cartunista baiano Miécio Caffé.
O Museu de Arte Sacra vai celebrar o mundial com atividades para todas as idades no dia 16 de junho, à partir das 15h00. O público terá a oportunidade de participar de uma brincadeira sobre a relação entre os santos padroeiros e o futebol, jogar uma partida de futebol de botão ou de mini pebolim entre Brasil e Croácia e aprender o significado das camisas destes times. Para participar é necessário realizar inscrição no site https://museuartesacra.org.br.
No Museu da Imagem e do Som – MIS, a família toda vai poder aproveitar a “Maratona Infantil”, no dia 24, das 10h00 às 17h00, com atividades que envolvem o mundo do futebol e as festas juninas. Em “Intervenção Futebolando”, às 10h30, 12h30 e 14h00, dois palhaços futebolísticos vão convidar o público a praticar atividades físicas utilizando jargões do esporte. Das 10h00 às 16h00, as crianças também poderão expressar a paixão pelo esporte nas oficinas temáticas “Flipbook Bola no Gol”, para criação de livretos animados com o tema futebol, e “Compactor de Pintura”, na qual serão feitas pinturas temáticas do campeonato.
No Museu Índia Vanuíre, em Tupã, os visitantes vão curtir oficinas culturais gratuitas em todos os sábados e domingos de junho, das 9h00 às 16h00. Especialmente neste mês, as oficinas terão como tema o país sede do mundial, com a proposta de confeccionar um chaveiro em formato de matrioska, representando a colônia russa, que tem importante contribuição na identidade de Tupã.
bibliotecaS
Na Biblioteca Parque Villa-Lobos, em todas as sextas-feiras de junho, das 16h30 às 18h00, a atividade “Chute de Letra” oferece jogos e brincadeiras com o tema futebol. Nas sextas, sábados e domingos, de 1º de junho a 2 de julho, das 14h00 às 17h00, o espaço será ponto de troca de figurinhas para colecionadores. Nas sextas-feiras, de 1º a 22 de junho, o “Brincando e Aprendendo” terá brincadeiras temáticas. E nos dias 23 e 25 de junho, das 10h00 às 17h00, o “Festival de Jogos Antigos” disponibiliza pebolim e futebol de botão para o público. Todas as atividades são gratuitas e não é necessário realizar inscrição.
A Biblioteca de São Paulo também realiza a atividade “Chute de Letra” em todas as quintas-feiras de junho, das 16h00 às 17h30. A troca de figurinhas será nas sextas, sábados e domingos, de 1º de junho a 29 de julho, das 14h00 às 17h00, e o “Festival de Jogos Antigos” nos dias 15 e 16 de junho, das 10h00 às 17h00. No dia 17, a “Hora do Conto” será às 12h30, com a apresentação do conto russo “Formosa Vassilissa”, sobre uma menina que perdeu a mãe e ganhou uma boneca para ajudá-la a lidar com sua madrasta e irmãs postiças. No dia 20, das 15h00 às 16h00, todos poderão jogar o “Futebol de Cego”, e no dia 21, no mesmo horário, visitantes serão convidados a confeccionar bandeiras de diversos países. Todas as atividades são gratuitas e não é necessário realizar inscrição.
Quem gosta de ler encontrará nas bibliotecas diversas obras de autores russos, como “Os Demônios”, de Fiódor Dostoiévski, e livros sobre a história do futebol, como “O planeta Neymar: um perfil”, de Paulo Vinícius Coelho e “O Brasil nas Copas”, de Marcos Sérgio Silva. O catálogo e a programação das bibliotecas pode ser conferido nos sites: https://bsp.org.br e https://bvl.org.br/.
sala são paulo
Durante o mês, a Temporada 2018 da OSESP apresentará na Sala São Paulo diversas obras de compositores russos, como Prokofiev, Shostakovich e Tchaikovsky. Haverá Concertos Sinfônicos Osesp nos dias 21 e 22, às 20h30, e no dia 23, às 16h30, sob regência de Neil Thomson e Fabio Martino no piano. O programa inclui “Romeu e Julieta, Op.17: Romeu só – Grande Festa na Casa dos Capuletos”, de Hector Berlioz, “Peça de Concerto para Piano em fá menor, Op.79”, de Carl Maria von Weber, “Fantasia Brasileira nº 4”, de Francisco Mignone e “Romeu e Julieta – Abertura-fantasia”, de Pyotr Il’yich Tchaikovsky.
E no dia 24, às 19h00, o Coro da Osesp se apresenta sob a regência de Valentina Peleggi, com “Crucifixus pro nobis, Op.38: Drop, drop, slow tears”, de Kenneth Leighton, “Concerto para Coro: Ó mestre de tudo o que vive”, de Alfred Schnittke, “Miserere Mei, Deus”, de Gregorio Allegri, “Miserere, Op.44: Miserere nobis” e “Totus Tuus, Op.60”, de Henryk Górecki e “Canção para Atena”, de John Tavener.
Quem visitar a Sala São Paulo pode aproveitar para conferir os livros, CDs e DVDs de autores e artistas russos disponíveis na Loja Clássicos, localizada dentro do prédio da Sala. Entre os CDs, é possível encontrar a gravação da Osesp sob regência de Marin Alsop das Sinfonias de Serguei Prokofiev. Na seção de livros, encontram-se “Crime e castigo”, de Fiódor Dostoiévski e “Anna Karenina”, de Liev Tolstói. Nos DVDs, uma ampla seleção de filmes russos, como o clássico “Alexander Nevsky”, de Serguei Eisenstein, “Dersu Uzala”, de Akira Kurosawa, e “Arca Russa”, de Aleksándr Sokúrov.
fábricas de cultura
As Fábricas de Cultura Jaçanã e Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte, realizam diversas atividades gratuitas sobre futebol e cultura russa no mês de junho.
No dia 27, às 15h00, na unidade do Jaçanã, acontece o bate-papo “O mundial e você: protagonismo negro e marcos históricos”, em que os participantes terão oportunidade de conhecer a história de jogadores e jogadoras de futebol negros – Marta, Formiga, Cafu, Pelé, entre outros. Em seguida, será proposta uma oficina de estêncil para produzir cartazes com a história desses esportistas.
Na Fábrica Vila Nova Cachoeirinha, a instalação “Bandeiras dos países participantes do mundial de 2018” reúne as bandeiras dos 32 países que participam da disputa, de 5 a 30 de junho. A exposição “Diversidade Futebol Clube – No nosso time joga todo mundo” fica em cartaz na unidade de 8 a 30 de junho. A mostra traz fotografias de Roberto Setton, que registrou entre 2008 e 2012 o “Futebol das Drags”, evento de aniversário da boate Blue Space com um jogo de futebol entre drag queens e funcionários nas ruas da Barra Funda (SP). Encerrando a programação, entre 16 e 30 de junho, será exibida a “Homenagem a Mário Américo”, uma mostra de fotografias do ex-massagista da Seleção Brasileira, que acompanhou sete campeonatos mundiais, entre 1950 e 1974.
oficinas culturais
A Oficina Cultural Oswald de Andrade vai unir o teatro e o futebol em uma programação gratuita especial. Entre os dias 14 de junho e 19 de julho, às terças e quintas-feiras, às 18h30, o público poderá participar da oficina “Lendo o Jogo” e criar uma cena dramática, ficcional ou informativa, envolvendo teatro e futebol. As inscrições para as atividades devem ser realizadas no site: https://www.oficinasculturais.org.br/oswald-de-andrade.
são paulo companhia de dança
A São Paulo Companhia de Dança realiza performance em meio a uma exposição com bonecas de 2,60 de altura por 1,35 de largura, pintadas por artistas brasileiros como Albertina Prates, Simone Michielin, Elisa Vieira Queiroz, Maramgoni, Thuany Kolbach e Wagner da Silva. As apresentações serão nos dias 15, às 12h00, e no dia 16, às 16h00 e às 19h00.
O repertório será formado por Fada do Amor (1993), de Márcia Haydée e Pivô (2016), de Fabiano Lima. Fada do Amor, de Marcia Haydée, une a energia e a delicadeza do amor da fada pelo ser humano. Já Pivô, de Fabiano Lima, faz referência ao basquete, ao hip hop e à dança contemporânea, e traz para a cena o ambiente brasileiro, por meio de sonoridades conhecidas.
A exposição fica em cartaz no Átrio do Shopping Morumbi, na zona sul de São Paulo, no período de 15 de junho a 15 de julho, e reúne réplicas das chamadas Matrioshkas Gigantes, símbolos da Rússia que representam família, felicidade e boa sorte.
O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado, apresenta a partir do dia 29/6 a exposição “Guarda o Círio de Nazaré”, com imagens produzidas pela fotógrafa Soraya Montanheiro que retratam a maior celebração religiosa brasileira.
Celebrado anualmente no segundo domingo no mês de outubro, o Círio de Nazaré reúne mais de 2 milhões de pessoas em Belém numa série de procissões e celebrações em devoção a Nossa Senhora de Nazaré. Desde 2013, a festa é considerada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Na mostra estarão 45 fotografias realizadas a partir de 2013 que retratam fiéis envolvidos na liturgia que aproxima duas imagens da santa: a Imagem Original, encontrada num igarapé da capital paraense, segundo a tradição, e a Imagem Peregrina, confeccionada no final dos anos 1960 pelo escultor italiano Giacomo Vincenzo Mussner. Na abertura da exposição, será lançado o livro homônimo, com o trabalho completo desenvolvido pela fotógrafa.
Soraya conta que sua atração vai além da fé. Desde sua primeira participação no evento, ela ficou fascinada pela Guarda do Círio, responsável pela proteção da imagem. “São 2 mil voluntários, que acompanham a Imagem e trabalham por dias consecutivos durante os festejos. O objetivo do meu trabalho é o registro e pesquisa da atividade desses homens”, explica.
A fotógrafa acompanhou viagens da Imagem Peregrina por todo o país, do Rio de Janeiro e de São José do Rio Preto, no interior paulista, até outras localidades no Pará, como Porto Trombetas, Juriti Velho, Óbidos, Santarém e Oriximiná.
“Estas fotografias nos trazem a certeza na percepção de que a manifestação perene dos devotos, expressa no culto a Nossa Senhora de Nazaré, nos conduz ao pensamento mais complexo e duradouro da fé cristã no Ocidente”, explica Juan Esteves, curador da exposição.
Nos dias 9, 10 e 11 de junho, a Sala São Paulo, o Theatro São Pedro, o Museu da Imagem e do Som – MIS SP, o Museu de Arte Sacra, o Museu da Casa Brasileira e as Bibliotecas de São Paulo e Parque Villa-Lobos, todas instituições da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, irão iluminar suas fachadas com as cores da bandeira de Portugal: verde e vermelho. A ação é uma comemoração simbólica para o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado no dia 10/6.
Fruto de parceria do consulado-geral de Portugal em São Paulo com o governo do Estado, a Assembleia Legislativa (Alesp) e a prefeitura da cidade, a iniciativa faz parte da programação do Experimenta Portugal ’18, criada pelo consulado em 2015. O objetivo é estreitar o intercâmbio cultural e artístico entre os dois países na maior cidade lusófona do mundo.
Além das instituições da Secretaria da Cultura, também serão iluminados com as cores da bandeira portuguesa o Palácio dos Bandeirantes, o Palácio 9 de Julho e o Monumento aos Bandeirantes.
A Sala São Paulo também ficará iluminada no dia 16 de junho, quando recebe o músico português Miguel Araújo e o paulista Marcelo Jeneci no concerto que marca a celebração oficial do Dia de Portugal, oferecido gratuitamente à cidade pelo Consulado Geral.
O Dia de Portugal é feriado nacional no país e foi escolhido por marcar a morte de Luís de Camões, uma das maiores figuras da literatura lusófona.
Confira abaixo os endereços das instituições da Cultura do Estado participantes na capital:
Sob a curadoria de Jorge Lúzio e Maria Inês Lopes Coutinho, o Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS/SP) inaugura, no dia 27/5, a exposição “Sagrado Marfim: O Avesso do Avesso”. São mais de 53 peças do acervo do museu que tem o objetivo de repensar o uso do marfim nas obras de arte e em seus desdobramentos iconográficos. A exposição remonta à antiguidade, às artes africanas e asiática e aos objetos artísticos e litúrgicos na Europa medieval e moderna.
Exemplares dos séculos XVII, XVIII e XIX, as obras de arte têm diversos tamanhos e são raridades. A proposta do MAS/SP foi planejada com o intuito de estimular diálogos multidisciplinares com a História Social da Arte, a Antropologia, a Museologia, os Estudos Afro-asiáticos, a História Ambiental, o Patrimônio e a Arte Sacra.
“Segundo o Antigo Testamento, o Rei Salomão mandava trazer marfim de Társis, nas rotas do Oriente. Fídias, o incomparável artista grego, utilizou marfim em uma das mais importantes estátuas da Grécia Antiga, a Atena Pártenos, para homenagear a deusa no Partenon”, afirma José Carlos Marçal de Barros, diretor executivo do MAS/SP.
Barros também ressalta Demetre Chiparus. “E em tempos mais recentes, o magnífico Demetre Chiparus utilizava metal e marfim em suas estatuetas indiscutivelmente belas. As obras mais afamadas são as chamadas criselefantinas em bronze e marfim. Tão rica e antiga é a utilização do marfim em obras de arte que uma exposição que pretendesse apresentar a sua história seria praticamente impossível”.
O marfim configura uma categoria histórica milenar nas relações entre as metrópoles com suas colônias desde a antiguidade na África e na Ásia, até sua circulação na Europa. O entalhe em dentes de mamíferos, por exemplo, tem origem remota e é associado à ancestralidade das culturas que confeccionavam objetos para inúmeros fins.
“Nas rotas que interligavam reinos e entrepostos no continente africano, ou entre os circuitos de mercantilismo que integravam o Mediterrâneo ao Índico, sempre esteve o marfim como item dos mais apreciados e valiosos, por possibilitar uma incomparável plasticidade e um efeito visual cuja precisão nas formas e nas linhas resultavam numa expressividade de imagens e reproduções jamais obtidas noutra matéria prima”, esclarece o curador Jorge Lúzio.
O antagonismo da arte em marfim possui uma sofisticação visual inigualável e reside no debate ambiental, repensando como a ordem global e os sistemas econômicos se apropriaram das tradições. Esse foi um processo de mercantilização dos recursos naturais e de banalização da vida. Isso porque chegou ao século XX com uma demanda e um consumo de objetos em marfim no limite da sobrevivência dos animais.
“Assim, a exposição apresenta, entre suas contribuições, a oportunidade de, ao observar raríssimas esculturas e obras de incontestável importância do patrimônio colonial, relembrar que entre as funções da Arte está o despertar da consciência histórica, para que o sentido de preservação de todas as formas de vida, dos legados históricos e da memória possam contribuir na produção de conhecimento e na promoção da cultura, sensível a aprender com o passado, e sobretudo, comprometida com os desafios do tempo presente”, conclui Jorge Lúzio.
Mais sobre o assunto, nas palavras de Maria Inês Lopes Coutinho: “A palavra marfim tem sua procedência provável do árabe, casmal-fif, sendo fif: elefante e casm: osso, significando osso de elefante. A organização social dos elefantes é um matriarcado. Os machos jovens andam em bandos de solteiros e os velhos vivem solitários em locais onde há água e comida. São muito sensíveis. A gestação dura 22 meses; quando nascem, pesam 100 quilos; medem um metro de altura; o coração pesa 25 quilos e mamam dez litros de leite por dia. Provêm da África, Ásia e Filipinas. A função da presa é de buscar alimentação, sal e água, escavar em busca de minerais necessários a sua sustentação e defesa contra eventuais ataques, além de manter a sua identidade dentro da manada. Em sua composição há fosfato de cal, de magnésio, carbonato de cálcio e fluoreto de cálcio. A temperatura ideal de conservação é 18 graus C e 60% de umidade relativa”.