No ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa sete décadas, e a abolição da escravidão no Brasil 130 anos, o Museu Afro Brasil, com a intenção de promover uma reflexão crítica sobre os significados dessas efemérides, promove no próximo dia 01 de dezembro, às 10h, a Roda de Conversa “Sonhar o Mundo, Fazer o Mundo: racismo, violência e experiências de resistência”. Clique aqui para se inscrever!
O propósito do encontro é discutir as condições de vida e acesso aos direitos sociais da população negra no país, bem como suas formas de organização política, resistência e superação do racismo.
Participam da atividade a doutoranda em Direitos Humanos pela Faculdade de Direito da USP e coordenadora da linha Desigualdades e Identidades do InternetLab – Pesquisa em Direito e Tecnologia, Natália Neris; o psicólogo e mestre em Psicologia e Sociedade pela Unesp, Igo Ribeiro; a doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e assistente social, Cláudia Adão; além do doutorando em Psicologia Social pela PUC-SP e coordenador do Programa de Extensão e Rede do Museu Afro Brasil, Márcio Farias.
Durante a atividade serão destacadas experiências de superação do racismo materializadas na atuação do movimento negro na Constituinte de 1988 e no papel desempenhado pelo Museu Afro Brasil.
A Roda de Conversa “Sonhar o Mundo, Fazer o Mundo: racismo, violência e experiências de resistência”, faz parte da Campanha #SonharoMundo, organizada pelo Sistema Estadual de Museus da Secretaria da Cultura do Estado, que mobiliza os museus paulistas a se unirem pelos Direitos Humanos.
Sinopses
Claudia Rosalina Adão: São Paulo e a Violência contra a Juventude
A população negra, principalmente a sua juventude, é a maior vítima de homicídios no Brasil, o fenômeno se repete na cidade de São Paulo. Existe uma articulação perversa entre vulnerabilidade à morte, pobreza e raça. Nas periferias da cidade de São Paulo, onde estão localizados os distritos mais vulneráveis socialmente, há uma concentração da população negra e de violência letal. O objetivo de seu trabalho é demonstrar que esta articulação perversa está atrelada ao processo de segregação urbana da cidade.
Claudia é assistente social do Centro Social Marista Ir. Justino, especialista em gestão de projetos sociais, mestra pelo do Programa de Mudança Social e Participação Política da EACH-USP e doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Faz parte da rede Quilombação de ativistas antirracistas.
Igo Ribeiro: Necropolítica e Juventude Negra no Brasil
A juventude negra brasileira há muito vem sendo alvo de intervenções do Estado em diferentes momentos históricos e contextos sociais. O desenvolvimento de práticas e discursos no campo político-jurídico nos convoca a refletir sobre os efeitos concretos e simbólicos na vida de jovens negros. Tratam-se de velhas práticas de controle e regulação dos corpos ou de novas tecnologias alicercadas em uma necropolítica?
Igo Ribeiro é psicólogo e Mestre em Psicologia e Sociedade pela UNESP. Co-fundador do Projeto Ressignificando Vivências Raciais – REVIRA/UnB. Integrante da Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pequisadoras(es), ANPSINEP. Desenvolve pesquisas nas áreas de Sistema de Justiça Juvenil, Juventude Negra e Relações étnico-raciais.
Natália Neres: Movimento Negro na Constituinte
Apresentação dos resultados da obra “A voz e a palavra do Movimento Negro na Constituinte de 1988” que aborda a tematização do racismo e das questões raciais no momento que inaugura as possibilidades de interlocução entre sociedade civil e instituições formais do Estado Brasileiro: a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) de 1987-1988. Através do estudo da atuação do movimento social na ANC e do balanço das inclusões e exclusões de dispositivos na Carta Constitucional são apontados os desafios do tratamento da temática pelo Estado brasileiro, tarefa relevante passados exatos 30 anos da promulgação da Constituição brasileira, 40 anos de fundação do Movimento Negro Unificado e 130 da abolição da escravatura no Brasil.
Natália é doutoranda em Direitos Humanos na USP, Mestra em Direito pela FGV, Bacharela em Gestão de Políticas Públicas pela USP. Pesquisadora do Núcleo de Direito e Democracia do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (NDD/CEBRAP) e do Grupo de Estudos e Pesquisas das Políticas Públicas para a Inclusão Social da USP (GEPPIS/USP). Atualmente é coordenadora da área Desigualdades e Identidades do InternetLab – Pesquisa em Direito e Tecnologia. É também colaboradora da página Preta e Acadêmica.
O mês de dezembro começará com exposição nova no Museu da Imigração, que inaugurará a temporária “Sinta-se em casa” no dia 1º, às 11h00, abordando as múltiplas relações entre a experiência de migrar e a casa, como lugar e conceito. A mostra ficará em cartaz até outubro de 2019.
A curadoria foi estruturada nos eixos “Acolhida”, “Habitar” e “Morada”, discutindo aspectos históricos e contemporâneos da recepção aos migrantes no Brasil e o acesso à moradia, assim como a compreensão de casa como um lugar no qual as pessoas se elaboram e reelaboram, por meio dos objetos com que a compõe, e, também, a noção de sentir-se parte de um lugar, que se dá, por vezes, pelos laços humanos construídos.
Em “Acolhida”, o público poderá conhecer a história de casas que recebem e abrigam migrantes que chegam ao Brasil, como era feito na antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, além de compreender questões como a dificuldade de acesso à moradia, por conta das comprovações e rendas necessárias. Neste módulo, a curadoria abordará, também, como eram as construções e a manutenção das casas de colonos nas fazendas, por meio de imagens e depoimentos de migrantes que fazem parte dos arquivos de história oral da instituição.
Os visitantes encontrarão a reconstrução de uma sala em “Habitar”, que trará móveis e objetos pertencentes ao acervo da instituição. Máquina de costura, itens de decoração, telefone, rádio-vitrola e peças relacionadas a hábitos de algumas culturas serão encontrados nesse espaço, que representa a memória de migrantes e descendentes. No mesmo módulo, uma instalação com portas de armários representará o local onde se guardam as malas e bagagens, promovendo uma interatividade com o público.
Por fim, o eixo “Morada” proporcionará uma reflexão sobre como a casa acaba se tornando mais do que uma estrutura física e a relação do ser humano com os objetos. Na busca pela adaptação em uma nova realidade, existem outros pontos que podem auxiliar para que os migrantes se sintam abrigados, protegidos e seguros: pessoas, redes e espaços que os conectem. A curadoria se utilizará, nesse momento, de mural de foto, jornais antigos e novos, áudios de rádios comunitárias, imagens de manifestações coletivas, entre outros elementos, para apresentar essas conexões.
O Museu da Casa Brasileira e o Grupo FSN realizam em parceria a 9ª edição da Feira Sabor Nacional. O evento será nos dias 24 e 25 de novembro, sábado, das 10h às 20h, e domingo, das 10h às 19h, com entrada gratuita, e reunirá produtos sazonais produzidos por pequenos produtores de alimentos, bebidas e acessórios culinários.
Nesta edição, a Feira Sabor Nacional saúda a chegada do verão e do final do ano, destacando produtos elaborados com leveza, refrescância e voltados para a alimentação saudável. Além dos expositores, o evento conta com uma praça de alimentação e opções de gastronomia baiana, iguarias acreanas, dentre outras.
“Para novembro, a curadoria buscou ainda mais inovação e originalidade. Vamos trazer o colorido na estação mais quente do ano em produtos como biscoitos especiais, guloseimas adocicadas e molhos de mostardas e hortelã refrescantes.”
Elson Reys
Sócio do Grupo FSN
A fim de contextualizar a vocação para a arquitetura e o design, o Museu da Casa Brasileira contribui para temas como economia criativa e sustentabilidade. “Nesse sentido, promovemos iniciativas como a Feira Sabor Nacional que geram oportunidade de acesso e incentivam o contato direto entre os pequenos produtores e o consumidor final”, afirma a diretora geral do MCB, Miriam Lerner.
Programação
Sábado, 24 de novembro
– Das 12h00 às 14h00: Como ter uma horta de temperos orgânicos em casa – Silvia Jeha, Sabor de Fazenda
Na atividade os participantes aprenderão os segredos sobre o plantio e os benefícios dos temperos orgânicos. (20 vagas)
*as inscrições serão realizadas com os organizadores do evento no dia da atividade.
Domingo, 25 de novembro
– Das 14h00 às 16h00: Da mandioca à tapioca – Oquecabeaqui?
Oficina de feitura da tapioca, desde a mandioca até a mesa. Os participantes irão explorar a tapioca como suporte para criações artísticas, utilizando pigmentos naturais, estêncil e outras ferramentas para deixar suas marcas no alimento.
Público alvo: crianças de 3 a 10 anos. (20 vagas)
*as inscrições serão realizadas com os organizadores do evento no dia da atividade.
Expositores
Abra a Boca e Feche os Olhos, Aguzzo; A. Mar; Atelier de Terrine; Baiani Chocolates; Brutus Pimentas; Café Amorim; Café Campo Místico; Art & Richies; Casa do Bolo de Rolo; Casa Mantiva; Canoleria Brasil; Capril do Bosque; Castanharia; Cerâmica Fátima Moreira; Chef In Boss; Chimichurri Norba; Chrtistophe & Zeide; Delicari; Deliciss; Desenrolha; É Brownie; Elaine Doces; Empório Poitara; Fazenda Atalaia, Feito a Pão; Fruta Fina, Flor Gourmet; Funghi Caruso; Going Nuts; Gostoso e Fácil; Gin Arapuru; Goldy Alimentos; Jais Hand Made; Kika Ps; La Bottega di Nino; La Conserveria; Lowe; Maximo Boschi; MBee Mel; Montezuma Queijos; Obaatian, Objekti; O Chá Lá; Oficina Vovôio; Oliq Azeites; Origens Grechi; Pampa Alfajores; Pardinho Artesanal; Poppin’corn; Quitandarte; Quituteria Artesanal; Riccio Cucina; Rima; Rusti Cookies; Sacola Tropical; Santa Paula Queijaria; Sabor de Fazenda; Santo Cutelo; Tartuferia San Paolo; Taste Me, Tiê Cachaças; U!Dress; Vestra Panem; Xavante Carne de Lata.
Restaurantes/Food Bikes
Açucareiro da Nana; Caminhoneta; Casa Tucupi; Cervejaria Avós; Consulado Mineiro; Desenrolha; Dona Celina; Dourado de Amendoim e Cia; Fôrno; Guará Vermelho; Hospedaria; Jardim de Napoli; Los Compadres Cervejaria; Mercearia do Francês; Merengueria Santa Clara; Mocotó Aqui; Negroni Ricetta 45; Tabuleiro das Meninas; Verdô Sucos; Zalaz.