Obra do século XX sobre uma trágica história de amor escrita pelo compositor tcheco Leos Janácek terá direção musical do maestro norte-americano Ira Levin, e direção cênica e concepção de figurinos de André Heller-Lopes
Grupo interpreta peças de Stockhausen, Pärt, Lindberg e Barber em espetáculo que une música, performance e jogo de luzes especial, nos dias 21 e 22 de julho
Grupo toca peças de Beethoven, Mahler e Schumann no segundo final de semana de julho; público também pode conferir gratuitamente o ensaio aberto que ocorre na quinta, 12
No dia 22/6, o Theatro São Pedro terá a estreia da segunda montagem lírica de 2018. O barroco vai invadir o palco com a ópera Alcina, de Georg Friedrich Händel, com apresentação às 20h, com ingressos entre R$ 20,00 e R$ 80,00. A ópera será apresentada em cinco datas: 22, 24, 27 e 29/6, e 1o/7. Todos os detalhes estão no site https://theatrosaopedro.org.br.
A montagem dramática com linguagem pós-moderna terá direção e cenografia de William Pereira, o maestro Luis Otavio Santos à frente da Orquestra do Theatro São Pedro – dois profissionais apaixonados pelo repertório barroco – além da soprano Marília Vargas, formada pela Schola Cantorum Basiliensis (Suíça) e também especialista em música barroca, no papel principal. O elenco reúne nomes brasileiros e internacionais, como a soprano Thayana Roverso (Morgana), a mezzo-soprano Carolina Faria (Bradamante), o tenor Caio Duran (Oronte), o contratenor israelense David Feldman (Ruggiero) e o baixo austríaco Norbert Steidl (Melisso).
Com libreto de Antonio Marchi, a ópera é composta por três atos e conta a história da feiticeira Alcina, uma maga sedutora e soberana na ilha em que vive, que tem como costume transformar seus amantes em rochas ou feras selvagens assim que se cansa deles, condenando-os à prisão eterna na ilha. Baseada no poema épico Orlando Furioso, de Ludovico Ariostos, a ópera estreou no Royal Opera House de Covent Garden, em Londres, em 1735.
William Pereira, diretor da montagem, tem no currículo trabalhos importantes, como as estreias mundiais das óperas A Tempestade de Ronaldo Miranda, Olga de Jorge Antunes, Onheama e Natividade de J.G. Ripper. “As pessoas têm interesse por óperas, só não tem mais porque não tem oferta. Precisamos de um projeto sério de formação de plateia, para ensinar o que é ópera, para as pessoas entenderem que linguagem é essa e o quanto isso pode ser interessante. Deveríamos ter mais títulos e um público a ser conquistado”, explica Pereira.
No teatro dirigiu grandes sucessos, entre eles, O Burguês Fidalgo e Dom Juan, de Molière e conquistou diversos prêmios, como Shell e da APCA. No ano passado, dirigiu no Theatro São Pedro o programa duplo inédito com o balé Pulcinella e a ópera Arlecchino, de Igor Stravinksy e Ferruccio Busoni, respectivamente. “O nascimento da ópera é no barroco e eu acho importante fazer esse repertório porque no Brasil ele não é muito feito. Aqui são feitas obras compostas pelo repertório da ópera italiana, então é importante quebrar um pouco essa hegemonia da ópera romântica e propor novas épocas”, afirma.
Uma ilha transformada em outro planeta. A cenografia traz uma proposta neutra, com piso e paredes brancas. O ponto de partida é um espaço vazio representado pelo intenso branco, preenchido por um jogo de luzes coloridas.
Atriz que interpreta Alcina na montagem, Marília Vargas reforça que a música do período barroco é muito viva, cheia de nuances e cores, e tem ganhado espaço nos teatros e casas de ópera. “Acho que o Brasil está seguindo esta tendência e neste ponto o Theatro São Pedro está sendo pioneiro. Ano passado com Juditha Triumphans, este ano com Alcina, com artistas e direção musical de especialistas no assunto. Estou muito honrada em fazer parte deste time e tenho certeza que esta montagem fará história”, comenta Marília.
O tenor Caio Duran aposta que as pessoas que nunca assistiram a uma ópera não sabem o quanto podem gostar. “É muito importante trazer produções de óperas barrocas para os palcos, assim como de qualquer outro período. É um trabalho delicado que exige grande flexibilidade e domínio do estilo pelos artistas, pois foram escritas para instrumentos da época com uma afinação um pouco mais baixa. Hoje o mundo é muito mais “ruidoso”, deste modo, a afinação dos instrumentos foi sendo elevada com o passar do tempo”, detalha Duran.
O público já está na expectativa. “Acredito que exista, ainda, uma imagem muito inacessível e elitizada em torno das óperas. Particularmente, quero aproveitar essa oportunidade para quebrar meus preconceitos e entender melhor como o gênero funciona. Acredito que vou me surpreender e a expectativa está grande”, comenta a analista de marketing Thaís Tigre.
O Theatro São Pedro apresenta a primeira ópera da temporada 2018. O Matrimônio Secreto (1792), de Domenico Cimarosa (1749-1801), estreia no mês de maio.
A ópera é uma preciosidade do classicismo, e conta a história de um velho pai, já meio surdo e turrão, que recebe uma ótima notícia: um nobre deseja se casar com sua filha mais velha. Até aí tudo bem. O problema é quando o nobre homem muda de ideia e decide se casar com a mais nova, que já é secretamente casada com um empregado.
Toda essa confusão, cheia de ciúmes e reviravoltas, sobe ao palco do São Pedro nos dias 4, 6, 9, 11 e 13 de maio, com encenação de Caetano Vilela. Na direção musical e à frente da Orquestra do Theatro São Pedro estará a maestrina Valentina Peleggi. Cenografia de Duda Arruk, figurinos de Fause Haten e caracterização de Edu VonGomes.
No elenco, a soprano Caroline de Comi como Carolina, a soprano Joyce Martins como Elisetta, a mezzo Ana Lucia Benedetti como Fidalma, o tenor Jean William como Paolino, o barítono Michel de Souza como Conde Robinson e o baixo Pepes Do Valle como Geronimo.
Os ingressos custam de R$30 a R$80 e podem ser adquiridos na bilheteria do Theatro ou no site daIngresso Rápido.
Temporada 2018 do Theatro São Pedro
Criada de forma colaborativa, com participação dos músicos da Orquestra do Theatro São Pedro na definição de programas e convidados, a Temporada 2018 do Theatro São Pedro tem como objetivo aproximar público e artistas, transformando o São Pedro no #NossoTheatro.
Uma das novidades é a programação de ensaios abertos, realizados sempre nas vésperas de estreias de óperas e de concertos sinfônicos, às 11h, com entrada gratuita. Confira abaixo os destaques da programação lírica e sinfônica e se programe!
Óperas
O Matrimônio Secreto, Domenico Cimarosa
Dias 4, 6, 9, 11 e 13 de maio
Valentina Peleggi, direção musical
Caetano Vilela, direção cênica
Elenco: Caroline De Comi, Jean William, Joyce Lima, Ana Lucia Benedetti, Pepes do Valle e Michel de Souza
Alcina, Georg Friedrich Händel
Dias 22, 24, 27 e 29 de junho, e 1º de julho
Luis Otavio Santos, direção musical
William Pereira, direção cênica
Elenco: Marília Vargas, Thayana Roverso, Carolina Faria, Caio Duran, Norbert Steidl e David Feldman
Kátia Kabanová, Leos Janácek
Dias 17, 19, 22, 24 e 26 de agosto
Ira Levin, direção musical
André Heller-Lopes, direção cênica
Elenco: Gabriella Pace, Cláudia Riccitelli, Savio Sperandio, Eric Herrero, Luisa Francesconi, Giovanni Tristacci, Daniel Umbelino, Ana Maria Ribeiro, Fernanda Nagashima e Vinicius Atique
Sonho de uma Noite de Verão, Benjamin Britten
Dias 10, 12**, 14, 16 e 18 de novembro
Cláudio Cruz, direção musical
Jorge Takla, direção cênica
Elenco: a ser anunciado
Concertos Sinfônicos
No Theatro São Pedro, os concertos sinfônicos e as récitas das óperas acontecem sempre nos mesmos horários:
Domingos, às 17h; demais dias, às 20h.
** Exceto a récita do dia 12/11, que ocorrerá às 14h.
Dias 13 e 14 de julho
Orquestra do Theatro São Pedro
Ligia Amadio, regente convidada
Ana Lúcia Benedetti, mezzo-soprano
Repertório: Abertura Coriolano, de Ludwig van Beethoven Rückert-Lieder, de Gustav Mahler Sinfonia nº 3, Renana, de Robert Schumann
Dias 15 e 16 de setembro
Orquestra do Theatro São Pedro
Roberto Tibiriçá, regente convidado
Eliane Coelho, soprano
Repertório:
Aberturas, árias e excertos de óperas de Giuseppe Verdi e Richard Wagner
Dias 13 e 14 de outubro
Orquestra do Theatro São Pedro
Ricardo Bologna, regente convidado
Manuela Freua, soprano
Repertório: Tríptico da Passagem, de Silvio Ferraz Folk Songs (versão para orquestra e voz), de Luciano Berio A Menina que Virou Chuva, de Valéria Bonafé Variações Concertantes, de Alberto Ginastera
Dias 15 e 16 de dezembro
Orquestra do Theatro São Pedro
Ricardo Kanji, regente convidado
Antonio Meneses, violoncelo
Repertório: Sinfonia em Ré Menor, de Wilhelm Friedemann Bach Concerto para Violoncelo em Lá Menor, de Carl Philipp Emanuel Bach Concerto para Violoncelo em Si Bemol Maior, de Carl Philipp Emanuel Bach Concerto para Violoncelo em Lá Maior, de Carl Philipp Emanuel Bach
O Theatro São Pedro, dá início à sua intensa programação artística com os primeiros concertos da Orquestra do Theatro São Pedro e, atendendo a pedidos dos próprios músicos, o maestro convidado é o inglês Neil Thomson, atual diretor artístico e regente titular da Orquestra Filarmônica de Goiás. As apresentações com entrada gratuita acontecem nos dias 3 e 4 de março, sábado, às 20h00, e domingo mais cedo, às 17h00.
Foto: Início de Temporada da ORTHESP e Ópera Estúdio 2017/ Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo
O repertório traz a abertura de O Franco-Atirador, ópera do romantismo alemão de Weber e que estreou em 1820, e a Sinfonia nº 1, Clássica, tida como uma das obras mais conhecidas e aclamadas do russo Sergei Prokofiev, e pioneira entre as composições neoclássicas.
Foto: ‘Carmen’, de Bizet, com Luciana Bueno, 2011 no Teatro São Pedro / Créditos: Adriano Escanhuela
Na volta do intervalo, a Orquestra do Theatro São Pedro interpreta excertos de Carmen, do francês Georges Bizet. A obra estreou em Paris em 1875 e é uma das mais conhecidas da história da ópera. E para darem voz a Carmen e Don José, dois dos personagens da história, sobem ao palco a mezzo-soprano Luciana Bueno e o tenor Paulo Mandarino.
O repertório visa trabalhar as vozes em suas múltiplas facetas e traz obras de Beethoven, Prokofiev, Verdi, Wagner, Weber, Berio e Ginastera, entre outros, além dos compositores brasileiros vivos Silvio Ferraz e Valéria Bonafé, e um programa todo dedicado a Carlos Gomes.
Montagem terá elenco formado por alunos da Academia de Ópera do Theatro São Pedro e do Ópera Estúdio da EMESP Tom Jobim, as apresentações ocorrem dias 15, 16 e 17 de dezembro
Nos dias 13, 14 e 15 de dezembro o Ocupa Theatro São Pedro traz programação diversificada de música de câmara; as apresentações serão realizadas pelos músicos da Orquestra do Theatro São Pedro, com entrada franca