A documentação, a difusão e apropriação do acervo musical das comunidades de culturas populares e tradicionais é uma tarefa ainda mais desafiadora do que a produção de um evento ou material cultural. Com isso em mente, Henry Durante, biblioteconomista com mestrado em Políticas Públicas para as Culturas Populares pela ECA – USP e pesquisador de cultura popular tradicional, começou, há 20 anos, um projeto de mapeamento e gestão de acervos. Em 2016, o projeto foi selecionado para receber R$ 25 mil do Governo do Estado por meio do edital de apoio a projetos de publicação de conteúdo cultural do ProAC. O prêmio tornou possível o desenvolvimento do portal e de materiais físicos e digitais de preservação da memória cultural de comunidades brasileiras.
“Acervo das Tradições”, que recebeu o prêmio internacional da Fundação Cultural Latin Grammy em 2018 na modalidade Pesquisa e Preservação – o único projeto brasileiro que já ganhou essa premiação – tem como propósito registrar, catalogar e divulgar material sobre as tradições da cultura popular brasileira, especialmente as afro-brasileiras, caipiras e caiçaras, por meio de fotografias, vídeos, CDs e Livros-CD, catalogados e disponibilizados gratuitamente no site www.acervodastradicoes.com.br. Já foram produzidos 14 CDs – 13 deles, com apoio do ProAC Editais -, dois livros-CD e 2.000 fotografias, além de vídeos e áudios. O projeto também trabalha pela implantação de centros de memórias, geridos pelas comunidades locais.
“O projeto Acervo das Tradições se tornou um grande parceiro de várias comunidades, como uma forma de registro e conservação de sua cultura. Por permitir a auto-gestão, o projeto propicia o empoderamento dos grupos sobre sua memória cultural.”
Henry Durante
Samba Rural Paulista
Primeiro patrimônio cultural imaterial registrado pelo Condephaat, o samba rural paulista teve todas as suas comunidades mapeadas pelo projeto, e cada uma recebeu a implantação de centros de memória, entre eles, a Casa do Samba de Pirapora, em homenagem a Dona Maria Esther, referência da história do samba de São Paulo. “Foi um trabalho pioneiro de registro dessa manifestação cultural que é referência em São Paulo e que ajudou a definir o samba paulista”, completa Henry.
Quando a bailarina e coreógrafa Ivonice Satie (1951-2008) criou a Companhia de Danças de Diadema, em 1995, juntamente com a prefeitura desse município paulista, talvez não imaginasse que a trajetória do grupo seria tão intensa. Com seus 23 anos completados no dia 1º de maio, a Companhia está em plena atividade e ainda comemora seu mais recente reconhecimento, o Prêmio Governador do Estado para a Cultura 2018, da Secretaria de Estado da Cultura, concedido pelo júri.
“A conquista desse Prêmio é de todos, professores, alunos e moradores de Diadema”, afirma a bailarina Ana Bottosso, atual diretora da Companhia. Com o valor do Prêmio (R$ 60 mil), a Companhia vai cobrir algumas despesas para uma nova coreografia destinada ao público infantil, de criação do bailarino Ton Carbones que é tbm assistente de direção; além disso, vai possibilitar a manutenção de figurinos e cenários para as peças do nosso atual repertório.
Ana Bottosso ressalta a maior característica do grupo: todos os seus projetos têm cunho educacional. De 1995 para cá, a Companhia já realizou diversas oficinas gratuitas para mais de 10 mil pessoas. “Ivonice Satie queria que os bailarinos fossem também professores. Por isso, somos todos artistas-orientadores, com a missão de difundir a dança para os mais diversos alunos, da infância à terceira idade”, afirma.
Vários projetos do grupo concretizam o projeto de Ivonice, como “Bailando na cidade” (que percorre os bairros de Diadema, apresentando-se nos centros de cultura e praças públicas), “Bailando nas escolas” (em que um espetáculo é mostrado e, depois, são ensinados trechos da coreografia aos alunos) ou o “Bailando em família”, realizado uma vez por mês, às quartas-feiras, e que tem o propósito de, nesse dia, reunir para a aula, os alunos e seus familiares ou pessoas próximas.
https://www.youtube.com/watch?v=qyox2vXUSDg
A mais recente edição do “Bailando em família” foi acompanhada, em maio, pelo portal da Secretaria da Cultura, com aulas no Centro Cultural Diadema (turma infantil) e na Biblioteca Santa Luzia (turma voltada para a terceira idade). “Com os familiares, fazemos aquecimento, alongamento e jogos de interação. Depois, sempre tem uma confraternização. A ideia é que a dança promova esse encontro”, conta Ana.
“É uma oportunidade dos pais conhecerem a linguagem da dança e como isso é repassado às crianças”, afirma Carolini Piovani, professora da turma infantil e bailarina da Companhia há 12 anos. “A dança amplia o campo de visão sobre o mundo e o conhecimento sobre o outro”, considera.
Ana Cristina Silva concorda. Ela participa das aulas com a filha, Ana Clara, de sete anos, e vê benefícios para a menina. “Ela começou as aulas há dois meses e percebo que ela está menos tímida”. Colega de Ana Clara na turma, Mariana, também com sete anos, foi acompanhada pela avó, Neusa Lima. Extrovertida, a menina afirma que, quando a aula termina, já fica aguardando a próxima quarta-feira para ir novamente ao Centro Cultural Diadema.
Aluna há oito anos da oficina voltada para a terceira idade, Marisa Santana eventualmente leva a neta Luiza, de oito anos, para participar. A mesma coisa faz Márcia do Espírito Santo, que leva o filho João Vitor, de dez. “Gosto da interação com a turma. Saio energizada e feliz, não penso em parar”, diz Márcia.
“Dou aulas para essa faixa etária da terceira idade há 11 anos. É sempre uma surpresa, é a minha motivação. Sou eu que aprendo com elas”, conta a professora e bailarina Thais Lima. Para Thais, a oficina “é uma grande família e uma ajuda a outra, é uma situação de respeito e afeto”.
Em 2018, a Companhia de Danças de Diadema está em cartaz com três espetáculos de seu repertório: “Força fluída”, criada pelo coreógrafo sul-corano JaeDuk Kim; “Eu por detrás de mim”, criado por Ana Bottosso a partir do conto “O espelho”, de Guimarães Rosa; e o infantil ”A mão do meio – Sinfonia lúdica”, de Michael Bugdahn e Denise Namura. Espetáculos anteriores já foram mostrados não apenas em Diadema, mas também em São Paulo e em capitais de todas as regiões do Brasil, além de turnês por Paris, Lima e Cidade do México.
E qual o motivo dessa ligação tão forte de Diadema com a dança? “É um mistério”, define Ana Bottosso. Mas ela arrisca um palpite: “A Companhia existir há 23 anos, com essa interação com a comunidade, é resultado de um trabalho muito sério junto com a vontade de ver esse sonho realizado. A dança traz alegria e bem estar aos munícipes e esta energia retorna para nós em forma de aplausos”.
Terceira parte da série com os alunos da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp Tom Jobim) e da Orquestra Jovem do Estado, aprovados na Royal Academy of Music, de Londres (a violinista Jamile Destro e o violista Christian Santos), e na Duquesne University, no estado da Pensilvânia, Estados Unidos (Ryellen de Souza Joaquim).
Nesta reportagem, a seção Transformadores Culturais, do portal da Secretaria de Estado da Cultura, conversou com a Jamile, que iniciou sua formação no Projeto Guri, o maior programa sócio-cultural brasileiro, mantido pela Secretaria de Estado da Cultura.
Para ajudar no custeio das despesas do dia a dia no exterior (moradia, alimentação e transporte), Jamile começou uma campanha para arrecadar doações. O link está ao final da reportagem.
“Os concertos pela TV e o surgimento de uma paixão”
“Ainda não caiu a ficha”, avalia Jamile Destro, violinista. Aos 18 anos, ela chefia o naipe dos 2os violinos da Orquestra Jovem do Estado (OJE), resultado da formação iniciada no Projeto Guri – programa da Secretaria de Estado da Cultura voltado a crianças e adolescentes de baixa renda – e continuada na Emesp, onde ingressou em 2013. “Passei quatro anos no Projeto Guri. Mas lá eu não aprendi somente a tocar meu instrumento, eu pude me socializar e me tornar uma pessoa melhor”, conta.
Em 2013, Jamile teve uma primeira e rápida experiência internacional, ao ser selecionada para um curso intensivo na Julliard School, em Nova York (EUA), o que despertou seu sonho de estudar no exterior. Agora, o período será bem maior: quatro anos, o tempo de uma graduação inteira.
A ligação de Jamile com a música começou bem cedo, aos quatro anos, quando ganhou uma flauta doce. Aos seis, ao ganhar um teclado de brinquedo, chamou a atenção da mãe quando tentava passar para o novo instrumento as músicas que tocava na flauta. Como resultado, foram cinco anos de curso de piano.
O violino, no entanto, Jamile descobriu de uma forma inusitada: “Assistia aos concertos da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) transmitidos pela TV Cultura. Me apaixonei pelo violino e decidi que seria o meu instrumento”, conta.
Jamile sempre teve o apoio da mãe e também dos tios. Bem-humorada, ela afirma: “eles querem que eu seja feliz, por isso eles não veem a hora de eu ir embora”.
Na segunda parte da série com os alunos da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp Tom Jobim) e da Orquestra Jovem do Estado, Christian contou sua história para a seção Transformadores Culturais, do portal da Secretaria de Estado da Cultura.
Para ajudar no custeio das despesas do dia a dia no exterior (moradia, alimentação e transporte), Jamile, Christian e Ryellen começaram campanhas individuais para arrecadar doações. Os links estão ao final de cada reportagem.
“Determinação para superar dificuldades”
Antes de descobrir a viola, Christian Santos quase vira esportista: fazia natação, capoeira e jiu-jitsu. Aos doze anos, porém, ingressou em um projeto de música em sua cidade natal, a pequena Duartina, no interior paulista, e passou a fazer parte da orquestra de crianças e jovens. O futuro esportista deu lugar ao violista.
“Comecei a trilhar meu caminho”, conta Christian, hoje com 19 anos. “Mas entrei na orquestra porque eu pude ter um instrumento gratuito para estudar, já que meu pai não poderia comprá-lo”, ressalta o jovem, filho de um lavrador que trabalha com cana-de-açúcar.
Para compensar as dificuldades financeiras, que o impediam também de ter um professor regular, Christian corria atrás da música: frequentava festivais realizados em cidades do interior paulista – ocasiões em que procurava fazer cursos e masterclasses.
Christian também precisou superar outra dificuldade, desta vez física: aos cinco anos sofreu um acidente e perdeu parte do dedo mindinho da mão esquerda. Foi o professor Willian Cunha, de quem Christian foi aluno em 2015, na Escola de Música de Ourinhos, que o ajudou a adaptar o dedilhado da viola para facilitar a execução das peças. “Eu já tinha noção do que fazer e de como fazer, mas não era organizado didaticamente com isso. Quando comecei a fazer aulas com o Willian, começamos a organizar o que eu sabia, a por no papel (partituras, métodos que eu estudava) essas ideias: a mão esquerda baseada em mudança de posição com agilidade, médias e grandes extensões e substituições dos dedos”, conta.
Dois anos depois, Christian viu seus esforços recompensados: foi aprovado nos exames seletivos da Emesp Tom Jobim e na Orquestra Jovem do Estado. “No ano de 2017 eu cresci muito”, avalia. “O repertório da Orquestra Jovem é de alto nível, diversificado e bem difícil. E sempre temos regentes e músicos solistas convidados, nacionais e internacionais”.
O dia a dia na Emesp não fica atrás em termos de qualidade. Foi em uma masterclass oferecida pela instituição que Christian conheceu Jon Thorne, professor da Royal Academy of Music. “Foi quando decidir fazer o processo seletivo da Royal”, conta.
Como ajudar?
Link da campanha de Christian para ajudar nas despesas em Londres: https://bit.ly/2F2eM1T
Três alunos da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp Tom Jobim), além de ensaiarem todos os dias seus instrumentos, como de costume, também estão praticando muito o idioma inglês. O motivo é de dar orgulho à Emesp e à Orquestra Jovem do Estado (OJE), onde eles atuam sob a regência do maestro Cláudio Cruz: foram aprovados em importantes conservatórios no exterior, a Royal Academy of Music, de Londres, e a Duquesne University, no estado da Pensilvânia, Estados Unidos.
Para a Royal Academy of Music foram selecionados a violinista Jamile Destro e o violista Christian Santos. A viola também é o instrumento de Ryellen de Souza Joaquim, aprovada na Duquesne University.
Na seção Transformadores Culturais, você vai saber um pouco de cada um deles. Cada texto é acompanhado de um vídeo com os músicos, onde eles contam mais detalhes de suas trajetórias.
Para ajudar no custeio das despesas do dia a dia no exterior (moradia, alimentação e transporte), Jamile, Christian e Ryellen começaram campanhas individuais para arrecadar doações. Os links estão ao final de cada reportagem.
“A viola foi amor à primeira tocada”
Atual chefe de naipe de violas da Orquestra Jovem do Estado, Ryellen Joaquim tem 24 anos e mora em São Paulo há cinco, onde cursou graduação em Música. Nascida na cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, ela começou a estudar música aos dez anos, em sua cidade, num projeto voltado a crianças de baixa renda. “Lá, fiquei até os 20 anos. Tive aulas de música de câmara e ensaio de orquestra. Já comecei tocando viola e nunca mudei de instrumento. Foi amor à primeira tocada”, define a violista.
Em 2013, Ryellen conheceu o professor de viola Gabriel Marin, que a convidou para uma audição para a Orquestra Sinfônica de Heliópolis (projeto social criado na comunidade de mesmo nome, na zona sul da cidade de São Paulo, dirigida pelo maestro Isaac Karabtchevsky). Aprovada, a violista veio para a capital paulista e ficou na orquestra por dois anos.
Na sequência, fez prova para a OJE e para chefe de naipe das violas. “O aprendizado na Orquestra é infinito porque o maestro Cláudio Cruz sempre exige o nosso melhor, para fazermos o melhor ensaio e o melhor concerto. É possível ver a paixão dele e essa paixão é passada pra gente”, afirma.
Filha caçula, Ryellen sente falta da família, que continua no Rio de Janeiro, mas compensa saudade com a dedicação à Emesp e à OJE. Ela sabe que a saudade vai aumentar com a distância quando estiver nos Estados Unidos: a previsão é ficar quatro anos na Duquesne University – nos dois primeiros, fará uma pós-graduação; nos anos seguintes, um mestrado.
O idioma será uma barreira a ser enfrentada com mais facilidade: Ryellen está cursando inglês com bolsa oferecida por meio de parceria entre a Cultura Inglesa e a organização social Santa Marcelina Cultura, que administra a Emesp Tom Jobim e a Orquestra Jovem. “Sem essa bolsa, eu não poderia aproveitar essa oportunidade que eu tive na Duquesne University”, afirma.
Ryellen pretende, futuramente, compartilhar seu conhecimento quando retornar ao Brasil. “Fui professora no projeto para crianças em que estudei, em Campos dos Goytacazes, e via naquelas crianças a sede de aprendizado que eu tinha e tenho. Quero voltar a ensinar para crianças e mostrar para elas que podem ter a profissão de músico e serem cidadãs, com uma vida digna”, planeja.
“Tudo começou logo depois do massacre do Carandiru. Foi ali, em 1992, que criamos o grupo de rap Realismo Frontal. Indignados com tanta violência, queríamos, por meio da música de protesto, mostrar nossa dor e revolta”, conta MC Tó.
Moradores da Favela Godói, no bairro de Capão Redondo, Zona Sul da capital paulista, os irmãos Antonio, o MC Tó, e Wilson, ambos do grupo Negredo tomaram pra si a missão de transformar suas próprias realidades. E a de muitos outros.
Em 1997, o grupo de rap Realismo Frontal ganhou o nome Negredo. Alinhados, amigos e parceiros de Mano Brown, dos Racionais MC’s, os irmãos e alguns amigos solidários da comunidade, ganharam um espaço – abandonado – onde, a princípio, Brown montaria uma rádio, a Rádio Vida Loka.
Com o firme desejo de avançar na construção de áreas de lazer e de motivação para si próprios e para outros, criaram, em 2000, a ONG Instituto Periferia Ativa. “Sempre com apoio de Brown, inclusive financeiro, arrumamos um cantinho especial para fazermos nossa música e para ler. Era, no início, um espaço para adolescentes que, na época como nós, não tinham opção de lazer”, relata MC Wilson.
“Oferecer um caminho melhor que as drogas para ajudar na formação de cidadãos de bem. Na periferia, a maioria é cidadão de bem que precisa apenas de oportunidade”
Somente no início, porque, para surpresa dos irmãos, o espaço foi sendo completamente preenchido – com adolescentes, crianças e mais crianças. E são elas, entre 2 e 8 anos, que passaram a ser as ocupantes principais. E daí, a necessidade de espaço e de mais gente para ajudar, inclusive mulheres voluntárias.
E a nova realidade levou o Instituto Periferia Ativa a oferecer, além de oficinas de música, da biblioteca Negredo e de uma brinquedoteca, aulas em uma escolinha de futebol e ainda oferecer o aprendizado em computação. “Para o futebol, entre 2010 e 2014, fechamos uma parceria com a Nike e chegamos a ter duzentas crianças cadastradas. Os uniformes foram todos encomendados para as costureiras da comunidade”, revela MC Tó.
“Entendemos que nosso trabalho é melhorar – todos juntos – a autoestima da comunidade”
Com prêmios, como o Prêmio Governador do Estado de São Paulo para a cultura – territórios culturais (em 2017), parcerias, apoios e realização de festas como a 100% Favela (quando há distribuição de alimentos), além da venda de rifas e de DVDs, o Instituto Periferia Ativa tem conseguido sobreviver. Suas portas continuam abertas e acolhedoras, mas em horários alternativos, como lamenta MC Wilson. “Falta, claro, recurso. Recurso constante para contratar pessoas para as atividades de formação, como alfabetização, internet e leitura. Nossa principal angustia é começar com voluntários um trabalho com as crianças e ter que pará-lo porque as pessoas precisam ganhar seu pão”. E comenta: “São 17 anos de muito trabalho, dificuldades e alegrias, como encontrar alguns dos nossos adolescentes, hoje formadas e com filhos frequentando o Instituto. Isso dá força para continuar. Essa é a razão”.
Quem resume a situação é MC Tó. “Entendemos que nosso trabalho é melhorar – todos juntos – a autoestima da comunidade. Abrir caminhos. Facilitar as decisões corretas. Oferecer um caminho melhor que as drogas para ajudar na formação de cidadãos de bem. Na periferia, a maioria é cidadão de bem. Precisam apenas de acolhimento e oportunidade. Dar espaço. Cada um com seu jeito de se expressar. Vamos seguir em frente. Como uma grande família em que todos se ajudam”.
Faz dez anos que é possível entrar e sair, passear, sem assalto, sem morte na Favela Godói. A comunidade fez e vem mantendo uma aposta: a cultura como uma poderosa ferramenta de acolhimento e de transformação.
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