Theatro São Pedro apresenta a ópera Falstaff, de Verdi, em versão pocket
Montagem terá elenco formado por alunos da Academia de Ópera do Theatro São Pedro e do Ópera Estúdio da EMESP Tom Jobim, as apresentações ocorrem dias 15, 16 e 17 de dezembro
Em dezembro, o Theatro São Pedro – instituição da Secretaria da Cultura do Estado – apresenta a sua última ópera da temporada 2017. Em versão pocket, o título escolhido foi Falstaff, de Giuseppe Verdi, inspirada no personagem homônimo criado por William Shakespeare. Serão três récitas: sexta-feira (15) e sábado, às 20h00, e domingo (17), mais cedo, às 17h00. Os ingressos custam entre R$ 15 e R$ 40.
Última ópera de Verdi, a obra apresenta uma comédia que tem como foco uma grande vingança arquitetada pelos personagens que ficaram furiosos com atitudes aproveitadoras e inescrupulosas de Falstaff, que, além de tudo, acredita ser um grande sedutor.
“É a obra mais moderna de Verdi e traz uma linguagem muito diferente. Inclusive, quem conhece o trabalho do compositor italiano diz nem parecer Verdi porque é muito teatral. Ele conseguiu fazer uma obra prima e, o mais interessante, ele ri e debocha de toda a sua obra. É praticamente uma comédia de erros ”, explica Mauro Wrona, diretor cênico da montagem.
A partitura será executada pela Orquestra de Bolsistas do Theatro São Pedro, que será regida pela maestrina convidada Natalia Laranjeira. O elenco é formado por alunos da Academia de Ópera do Theatro São Pedro e do Ópera Estúdio da EMESP Tom Jobim.
Charles Miyazaki interpreta Sir John Falstaff, enquanto Midiã Machado e Ivy Szot interpretam as irmãs Alice e Meg Ford, respectivamente, damas que Falstaff tenta conquistar. O elenco ainda é composto por Lidia Schaffer (Quickly), Luisa Brac e Isis Cunha (Nannetta), Athos Bueno Teixeira (Ford), Eduardo Javier Gutiérrez (Fenton), Wesley Rocha (Dr. Caius), Daniel Soufer (Bardolfo) e Gustavo Lassen (Pistola).
O foco da montagem está na performance do elenco e a figura do narrador, na voz de Wrona, tem por objetivo contar a história e situar o público no decorrer das cenas. Com menor tempo de duração, o formato também é apropriado para o aperfeiçoamento dos alunos em canto e bolsistas da orquestra que estão em formação.
Com 22 músicos, a Orquestra de Bolsistas do Theatro São Pedro foi criada no início do segundo semestre deste ano por meio de processo seletivo. O grupo fez a sua estreia em “A Flauta Mágica”, de Wolfgang Amadeus Mozart, também apresentada na versão pocket.
Serviço:
Falstaff, de Giuseppe Verdi – em versão pocket ópera com:
Academia de Ópera Theatro São Pedro, Ópera Estúdio da EMESP Tom Jobim e Orquestra de Bolsistas do Theatro São Pedro
São Paulo
Datas: 15, 16 e 17 de dezembro
Horários: sexta e sábado, 20h; domingo, 17h
Local: Theatro São Pedro
Endereço: R. Albuquerque Lins, 207 – Campos Elíseos, São Paulo/SP
Ingressos: Plateia – R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)
1º Balcão – R$ 25 (inteira) e R$ 12,50 (meia-entrada)
2º Balcão – R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada)
Duração: 70 minutos (aproximadamente)
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 636 lugares
Acessibilidade: Sim
Programa:
Falstaff
GIUSEPPE VERDI (1813-1901)
Orquestra de Bolsistas do Theatro São Pedro
Regência: Natalia Larangeira
Direção Cênica: Mauro Wrona
Pianistas Preparadores: Wesley Rocha e Alexsander Lara
Elenco
Sir John Falstaff | Charles Miyazaki
Mrs. Alice Ford | Midiã Machado
Mrs. Meg Page | Ivy Szot (convidada)
Mrs. Quickly | Lidia Schaffer (participação especial)
Nannetta | Luisa Brac e Isis Cunha
Ford | Athos Bueno Teixeira
Fenton | Eduardo Javier Gutiérrez
Dr. Caius | Wesley Rocha
Bardolfo | Daniel Soufer
Pistola | Gustavo Lassen (convidado)
SINOPSE FALSTAFF
Composta por Giuseppe Verdi, com libreto de Arrigo Boito (que também escreveu Otello junto com o compositor), Falstaff estreou no Teatro Alla Scala, em Milão, em 9 de fevereiro de 1893. Inspirada no personagem homônimo de Alegres Comadres de Windsor, de Shakespeare, a ópera, extremamente elogiada e bem recebida pelo público da época, apresenta um estilo de comédia lírica completamente novo e revolucionário, diferente das óperas cômicas modernas e das velhas óperas bufas, especialmente pelo modo como foi pensada para ser cantada.
Originalmente escrita em três atos, a ópera nos apresenta o personagem Falstaff, um homem aproveitador, mentiroso e sem escrúpulos, que faz o que tiver a seu alcance para conseguir seus objetivos, aproveitando daqueles ao seu redor quando lhe convém. O mote da história é a tentativa do personagem de tentar conquistar duas irmãs, Alice e Meg, para que assim resolva sua situação financeira. Uma vez que são casadas com homens ricos e têm acesso ao dinheiro, Falstaff espera que assim consiga algo delas.
Acreditando em seu poder de sedução, envia cartas às damas, que o rejeitam sem nem pensar. Indignado, envia um empregado para respondê-las que a honra não tem sentido nem dignidade. Depois, Falstaff demite os empregados que o ajudaram na empreitada por não mais precisar deles. Para somar mais malandragens a seus feitos, ele também é acusado pelo médico da aldeia de ter sua casa arrombada pelo fanfarrão. Falstaff, impassível, dispensa o médico.
A partir dessa série de descasos e empreitadas do personagem, este cria um rol de inimigos, que se juntam para pregarem-lhe uma peça e assim, vingarem-se dele. Moralizando pelo riso, a ópera termina com Falstaff entendendo que caiu em uma armadilha e aceitando seus erros.
Natalia Larangeira, regência
Iniciou os estudos musicais no Conservatório Arte Musical de Osasco. Formou-se em regência na UNIFIAM-FAAM, com os maestros Abel Rocha e Naomi Munakata. Foi regente do Coral da Cidade de São Paulo, Coral do CEU Butantã e do CEU Jaguaré, e Coral Meninos Cantores de Campinas. Regeu a Orquestra de Cordas do Projeto Guri, bem como a Femina Chamber Orchestra. Atualmente, rege o Coro Sinfônico e o Coro Infanto-Juvenil de Itu, atua como regente titular e diretora artística da Camerata Filarmônica de Indaiatuba, e regente assistente da Orquestra Sinfônica de Santo André.
Mauro Wrona, direção cênica
Nasceu em São Paulo e iniciou seus estudos musicais com Marcel Klass. Atuou no Brasil como ator e cantor de 1974 a 1978, até transferir-se para Barcelona, na Espanha, onde começou a sua carreira lírica como tenor. Colaborou por três anos com o Théâtre Royal de La Monnaie, em Bruxelas. De volta ao Brasil, iniciou intensa atividade na direção cênica de espetáculos líricos. Graduado em regência pela FASM, desde 2004 é coordenador do Ópera Estúdio EMESP. Foi assessor artístico e diretor cênico residente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde dirigiu a série Ópera do Meio-Dia. Foi diretor cênico residente da Companhia Brasileira de Ópera. Desde 2011, é diretor artístico do Festival de Ópera do Theatro da Paz, onde encenou várias óperas, entre elas A Ceia dos Cardeais e O Menino e a Liberdade. Recentemente, assumiu a coordenação da Academia de Ópera Theatro São Pedro.