Filme O Poço ganha debate ao vivo no Ciclo de Cinema e Psicanálise do MIS
Longa espanhol, sucesso da Netflix, é tema da segunda live do programa, que tem parceria com a SBPSP e Folha de S.Paulo. Esta edição acontece em 28 de abril, às 20h, ao vivo, no canal do MIS no Youtube
O Ciclo de Cinema e Psicanálise (programa realizado em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise e a Folha de S.Paulo), que a cada edição traz um filme seguido de debate com um jornalista cultural e um psicanalista convidado, ganha mais uma edição ao vivo dentro do #MISemCasa – campanha virtual do Museu da Imagem e do Som, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Desta vez, uma das produções mais assistidas na plataforma de streaming Netflix, o filme O Poço, será tema de live debatida pelo jornalista Leonardo Sanchez e pelo psiquiatra José Martins Canelas Neto, com mediação de Luciana Saddi – Diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP. Esta edição acontece em 28 de abril, às 20h, ao vivo, no canal do MIS no Youtube.
“No momento em que as salas de cinema estão fechadas devido a Pandemia do Covid-19, as plataformas têm lançado cada vez mais produções em streaming e, por isso, a adesão tem sido grande a diversos conteúdos. Em total consonância com a curadoria de filmes frequentemente programados no Ciclo de Cinema e Psicanálise, que aborda produções audiovisuais contemporâneas, o longa O Poço gera grandes questionamentos sobre comportamento humano e estrutura social, que, juntamente com a grande repercussão do filme, pode gerar um rico debate nessa edição”, afirma Luciana Saddi.
Exibido sempre às terças dentro da programação virtual do #MISemCasa, o Ciclo de Cinema e Psicanálise traz bate-papo ao vivo com especialistas a cada 15 dias – intercalando, semanalmente, com vídeos de edições anteriores realizadas presencialmente no Auditório MIS.
O #MISemCasa acontece em conjunto com o #Culturaemcasa, desenvolvido pela Secretaria de Cultura, por conta da orientação do Centro de Contingência do Covid-19 – que determinou que os equipamentos culturais do Governo do Estado de São Paulo tenham o seu funcionamento suspenso até 22 de abril.
O MIS conta com patrocínio máster de Youse, patrocínio de Kapitalo Investimentos, Denso e Cielo, e apoio institucional de TozziniFreire Advogados.
Sobre o filme do debate – “O Poço”, exibido pela Netflix
O Poço (El hoyo, dir. Galder Gaztelu-Urrutia, Espanha, 2020, 95min, 18 anos) conta a história de um lugar misterioso, uma prisão indescritível, um buraco profundo. Dois reclusos que vivem em cada nível. Um número desconhecido de níveis. Uma plataforma descendente contendo comida para todos eles. Uma luta desumana pela sobrevivência, mas também uma oportunidade de solidariedade.
“A trama se passa numa prisão construída em forma de buraco profundo, subdividido em andares. Uma plataforma repleta de comida desce pelos níveis da prisão, supostamente nela há alimentos suficientes para que todos os prisioneiros sejam satisfeitos. No entanto, a reação dos prisioneiros distribuídos nos diferentes andares – configurando as desigualdades sociais – gera luta desenfreada pela própria sobrevivência. Há algo de Kafkaniano nessa distopia que mescla terror e ficção científica com cenas brutais, escatológicas e tremendamente violentas. Além da óbvia crítica ao capitalismo e sistema de classes – afinal, qual comida resta para os que estão nos andares de baixo – o filme questiona as bases da civilização. Diante da fome, da escassez e da ameaça de sobrevivência, as mais diversas organizações sociais desmoronam rapidamente, colocando em dúvida a possibilidade de uma mínima ordem permanecer. Predomínio do mais forte sobre o mais fraco, ruptura do contrato social, selvageria e barbárie são temas tratados pela Psicanálise. O mal-estar na civilização (1919), ensaio político e social de Freud, que nomeia e inspira o Ciclo de Cinema e Psicanálise, procura compreender as bases que sustentam a cultura humana. A natureza da Lei, dos laços sociais, amorosos, familiares e fraternais, é contraposta à força que esgarça qualquer tipo de vínculo que não seja a pura submissão do outro para proveito próprio.
Curioso que, em tempos de covid-19, O Poço tenha alcançado sucesso imediato de público. O terror que a pandemia causa, somado ao clima de salve-se quem puder, penetraram o cotidiano e descortinaram a fragilidade constitutiva da rotina e da ordem social. Há certos momentos históricos em que a ficção e suas cenas de terror ganham tal poder, insufladas pela própria realidade, que conseguem como que furar a tela do cinema ou da TV. Invadir a mais comezinha normalidade, se postar em nossa casa, ao nosso lado e nos encarar. As mais absurdas fantasias sádicas são liberadas e o avesso da civilização, de uma só vez, revelado”, comenta Luciana Saddi.
Debatedores:
Leonardo Sanchez é repórter da Ilustrada, onde cobre principalmente cinema e televisão. Formado em jornalismo pela PUC-SP, mantém o blog ‘Monolito do cinema’ desde 2014.
José Martins Canelas Neto é psiquiatra formado pela Universidade de Paris, membro efetivo e analista didata da SBPSP.
Mediação: Luciana Saddi – diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP
S e r v i ç o
Ciclo de cinema e Psicanálise ao vivo – O POÇO | #MISEMCASA
28 de abril, às 20h, no canal do youtube do mis
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