A Cultura brasileira perdeu nesta quinta-feira, 8, um de seus protagonistas: Ismael Ivo. Cenógrafo, figurinista, ator, bailarino, autor, o artista foi um dos principais nomes da dança contemporânea no Brasil e no mundo, estando à frente de grandes companhias e eventos internacionais. Entre muitos cargos, foi diretor e curador da Bienal de Veneza e o primeiro estrangeiro a dirigir o Teatro Nacional Alemão. A grandeza de Ivo é tamanha que um solo seu foi resenhado no jornal The New York Times, em 1984. Aos 66 anos, ele foi vítima da Covid-19.
História moldada pela dança
Ismael Ivo nasceu na Vila Ema, bairro da zona Leste paulistana. O bailarino sempre lembrou que a mãe foi a grande incentivadora de sua carreira. O interesse pela dança começou ainda na adolescência. Com bolsas de estudos em escolas de dança, Ivo passou a integrar, na década de 1970, o Teatro de Dança Galpão em São Paulo. Em 1983, durante uma apresentação solo na Bahia, recebeu um convite do coreógrafo norte-americano Alvin Ailey para deixar o país.
Foram, no total, três décadas vivendo fora do Brasil. Neste período, foi um dos responsáveis pela criação do festival de dança contemporânea ImPulsTanz, em Viena, Áustria. Trabalhou como bailarina e coreógrafa Pina Bausch e com o coreógrafo norte-americano William Forsythe. Exerceu o cargo de diretor da Bienal de Veneza e o Teatro Nacional Alemão, em Weimar.
Volta ao Brasil
No ano de 2017, Ivo voltou ao Brasil para dirigir o Balé da Cidade de São Paulo. Fazia parte da vice-presidência do Conselho de Cultura do Governo de São Paulo e foi curador do Programa de Qualificação em Artes -Dança da nossa pasta.
Homenagens
Como forma de reconhecimento pela contribuição de Ismael Ivo à Cultura brasileira, o governador de São Paulo, João Doria, irá implantar a SP Escola de Dança Ismael Ivo, projeto que recebia total atenção do artista desde 2020.
Repercussão
O legado e a importância de Ismael Ivo foram destacados em postagens que homenagearam o artista nas redes sociais.