Secretário Sérgio Sá Leitão fala sobre novos projetos e perspectivas da cultura para 2020
“Há expectativa de novos investimentos em São Paulo, de ampliação da atuação de empresas globais no Estado, com geração de mais renda, mais emprego e mais oportunidades”, afirma o Secretário.
Entre os dias 20 e 23 de novembro, o Governador João Doria, o Secretário de Cultura e Economia Criativa Sérgio Sá Leitão e a Secretária de Desenvolvimento Econômico Patricia Ellen estiveram nas cidades de Los Angeles e São Francisco, nos Estados Unidos, para a primeira missão conjunta de encontros com líderes globais dos setores de tecnologia e economia criativa. A missão incluiu visitas aos maiores hubs norte-americanos de inovação, apresentação de oportunidades de negócios em São Paulo, troca de experiências no setor tecnológico e prospecção de parcerias.
Durante a viagem, o Governador e o Secretário anunciaram três parcerias para a cultura de São Paulo: a criação de um novo espaço imersivo e interativo voltado à arte, ciência e percepção humana, nos moldes do consagrado Exploratorium; acordo para duas exposições holográficas no MIS Experience em 2020: uma sobre a história da holografia e outra sobre dinossauros; o projeto Citi, espécie de Vale do Silício brasileiro, voltado para a inovação, a tecnologia e a economia criativa; e uma parceria com a Amazon para iniciativas de formação e capacitação em tecnologia.
Sérgio Sá Leitão deu mais detalhes sobre os resultados da viagem e as perspectivas para o setor cultural em 2020:
O que pode ser pontuado como mais relevante na programação dessa missão pela Califórnia?
A viagem foi muito produtiva, não apenas pelos encontros e o teor das reuniões, mas também pelas conquistas e pelos resultados práticos e concretos que já foram anunciados.
Em Los Angeles, tivemos dois focos: o setor audiovisual, para o qual estivemos com diversas empresas, estúdios de cinema, plataformas de vídeo por demanda, produtoras etc; e a indústria do entretenimento, em que estivemos com agências de talentos e empresas do setor.
Em seguida fomos para São Francisco, onde o foco foi essencialmente inovação e tecnologia. Estivemos com empresas como Amazon, Google, Apple e Singularity University. O mais interessante foi constatar que esses três setores estão caminhando hoje na mesma direção. Estamos em plena quarta revolução industrial, que é baseada essencialmente em capital intelectual; estamos vivendo também transformações mais aceleradas trazidas pela convergência digital, que une a arte, a cultura, o conteúdo com a inovação e a tecnologia.
Há expectativa de novos investimentos em São Paulo e de ampliação da atuação dessas empresas globais no Estado, resultando em geração de mais renda, mais emprego e mais oportunidades. Essas perspectivas estão muito claras e se consolidaram durante a viagem.
Quais foram as principais conquistas da viagem para os Estados Unidos?
Tivemos vários anúncios concretos e objetivos de resultados. Estabelecemos em Los Angeles um acordo com a empresa norte-americana Base Entertainment, que está criando aqui em São Paulo uma joint venture com a Opus Entretenimento e a Dream Factory, duas empresas daqui, para a realização de exposições e espetáculos em holografia, tecnologia desenvolvida pela Base Entertainment nos Estados Unidos. Celebramos um acordo do Governo de São Paulo e do Museu da Imagem e Som com a Base Entertainment e suas parceiras para realização de duas exposições holográficas no MIS Experience em 2020.
Além disso, vamos montar no MIS um centro de produção de conteúdos em holografia, para que artistas e criadores de São Paulo tenham a oportunidade de conhecer e dominar essa tecnologia e criar conteúdos novos para o MIS. A ideia é ter um centro de produção de conteúdos holográficos em São Paulo.
Também visitamos um museu fascinante em São Francisco, o Exploratorium, voltado à arte, inovação e tecnologia, com o qual a CNI fechou um termo de cooperação. O Governador e o presidente da CNI anunciaram a criação de um museu nos moldes do Exploratorium em São Paulo, no Palacete Franco de Mello, na Avenida Paulista. O imóvel será restaurado pela CNI, por meio do SESI Nacional. Além do Exploratorium, essa nova instituição terá parcerias com instituições como o Smithsonian.
O SESI também vai construir um anexo e cuidará da gestão da operação e do financiamento deste novo museu que São Paulo vai ganhar. A expectativa é de que até o início de 2022 ele esteja em pleno funcionamento, com o Palacete 100% restaurado e o anexo construído. Será uma grande novidade para a cidade de São Paulo e para todo o Estado, um museu imersivo, interativo, atraente, que vai motivar os jovens a se tornarem construtores da quarta revolução industrial e da convergência digital aqui em São Paulo.
Tem mais: a Singularity University vai estabelecer aqui em São Paulo, no âmbito do ProAV, o projeto Citi, uma espécie de Vale do Silício brasileiro, voltado para a inovação, a tecnologia e a economia criativa. Anunciamos também uma parceria com a Amazon, voltada para a área de formação e capacitação. O Governo do Estado de São Paulo está fazendo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, um grande investimento no sentido de formar e capacitar jovens para os novos empregos gerados pela tecnologia, e a Amazon será parceira nesse empreendimento.
Que tipo de interesse as empresas demonstraram em relação a São Paulo?
Tivemos muitas reuniões com empresas interessadas em ampliar seu investimento aqui em São Paulo, que nos apresentaram algumas demandas, entre elas, que nós tenhamos um pacote de incentivos para a realização de produções internacionais em cinema, séries ou para plataformas de vídeo por demanda. Vemos isso com ótimos olhos e nos comprometemos a desenvolver uma proposta até março, quando encontraremos novamente os mesmos interlocutores.
Também recebemos a demanda de um investimento maior na parte de infraestrutura de produção, estúdios e pós-produção. Estamos tratando de uma parceria com a TV Cultura nessa direção, além do investimento que já temos no ProAV, em parceria com a Desenvolve SP.
Em Los Angeles, falamos também com empresas da área de entretenimento e companhias que atuam globalmente sobre um grande projeto: a construção de uma nova arena para esportes, concertos e entretenimento aqui em São Paulo, onde se localiza hoje o Ginásio do Ibirapuera. O Governo de São Paulo vai conceder a gestão de toda a área do complexo para a iniciativa privada, por meio de uma chamada pública. A empresa que assumir vai gerir uma nova arena de altíssimo nível e qualidade, que será a mais moderna e confortável arena para eventos da América Latina. O interesse das empresas em disputar essa concorrência foi muito grande, todas elas enxergam a importância de São Paulo ter uma grande arena contemporânea e avançada para eventos. Isso ajuda a consolidar o papel de São Paulo como a grande capital do entretenimento e da economia criativa. O projeto foi muito bem recebido e teremos novidades nessa área em breve.
Quais as expectativas para a cultura em 2020? E para os próximos anos?
Esta viagem se inscreve dentro de um projeto do Governo do Estado de consolidar São Paulo como o principal centro de entretenimento, economia criativa, inovação e tecnologia da América Latina. Nós estamos trabalhando muito entusiasticamente, nos dedicando muito, para que este projeto se realize plenamente nos próximos anos. Estamos agora, em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento, trabalhando na construção de uma série de medidas, como a concessão de incentivos para filmagens internacionais. Trata-se de um projeto amplo, com uma série de medidas em âmbito estadual e tudo o que podemos fazer para tornar São Paulo mais atraente para investimentos nessa área. Em paralelo, estamos trabalhando com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico na elaboração de propostas para atualização de marcos regulatórios. É fundamental que o Brasil se modernize nesse âmbito, porque hoje nós temos muitos impedimentos legais para o desenvolvimento do nosso país, tanto na economia criativa, quanto na inovação e na tecnologia.